Ao lado da queda d‘água,
Se existe o rumor da usina,
É justo considerar
A lição que o quadro ensina.
Da corrente que despenha,
Aumentando atividade,
Parte o fluido vigoroso
Que vibra eletricidade.
Transforma-se a cachoeira
Em gerador de energia,
Que a usina prestigiosa
Traduz com sabedoria.
A primeira exprime força
Suscetível de criar,
A segunda é o vaso amigo
Que procura aproveitar.
Uma dá, outra recebe
Com bondade e diligência;
Semelham-se a ordem calma
Ao lado da obediência.
Desse acordo delicado
Nasce o gérmen do processo,
Em que se organiza o bem
Do conforto e do progresso.
Desde então, vencida a sombra,
Há luzes pelos espaços,
Alimento à grande indústria,
Serviço a milhões de braços.
Por servir e obedecer,
Bondosa, confortadora,
Vem a usina a converter-se
Na sublime benfeitora.
O quadro revela os olhos,
Em nobres clarões sem véus,
A cachoeira incessante,
Desgraças que vêm dos céus.
*
Quando houver em cada homem
A obediência da usina,
Toda a Terra brilhará
No trono da Luz Divina.
(Cartilha da Natureza. Espírito Casimiro Cunha. Psicografado por Chico Xavier)