A terapêutica da prece

Em nossa reunião da noite de 19 de maio de 1955, sentimo-nos na condição de alunos no fim de aula valiosa. É que o preclaro Instrutor Espiritual Dr. Dias da Cruz senhoreou novamente os recursos psicofônicos do médium, terminando o estudo que realizou, em cinco reuniões alternadas do Grupo, n acerca da obsessão, salientando a eficácia da prece no tratamento dos alienados mentais, com a voz professoral que lhe conhecemos.

Visitando-nos em cinco noites diferentes, o Dr. Dias da Cruz fez-se extremamente querido de todos os componentes de nossa agremiação, conquistando-nos respeitoso carinho.

É, portanto, com a reverência afetuosa que lhe devemos, que convidamos o leitor a meditar-lhe as cinco mensagens constantes deste livro, das quais retiramos profundo consolo e grandes ensinamentos.

No tratamento da obsessão, é necessário salientar a terapêutica da prece como elemento valioso de introdução à cura.

Não ignoramos que a psiquiatria, nova ciência do mundo médico, apesar de teorizada nos hospícios, somente corporificou-se na prática que a define, nos campos de guerra do século presente.

Chamados ao pronto-socorro das retaguardas, desde o conflito russo-japonês, os psiquiatras esbarraram com numerosos problemas da neurose traumática, identificando as mais estranhas moléstias da imaginação e usando a palavra de entendimento e simpatia como recurso psicoterápico de incalculável importância.

Por isso, dispomos, atualmente, na moderna psicanálise, da psicologia do desabafo como medicação regeneradora.

A confissão do paciente vale por expulsão de resíduos tóxicos da vida mental e o conselho do especialista idôneo age por doação de novas formas-pensamento, no amparo ao cérebro enfermiço.

Invocamos semelhante apontamento para configurar na luta humana verdadeiro combate evolutivo em que milhares de almas caem diariamente nos meandros das próprias complicações emocionais, entrando, sem perceber, na faixa das forças inferiores que, a surdirem do nosso passado, nos espreitam e geram em nosso prejuízo dolorosos processos de obsessão, retardando-nos o progresso, por intermédio dos pensamentos desequilibrados com que se justapõem à nossa vida íntima.

É por essa razão que vemos, tanto nos círculos terrestres, como nas regiões inferiores da vida espiritual, as enfermidades-alucinações que se alongam na mente, ao comando magnético dos poderes da sombra, com os quais estejamos em sintonia.

E a técnica das Inteligências que nos exploram o patrimônio mento-psíquico baseia-se, de maneira invariável, na comunhão telepática, pela qual implantam naqueles que lhes acedem ao domínio as criações mentais perturbadoras, capazes de lhes assegurar o continuísmo da vampirização.

Atentos, assim, à psicogênese desses casos de desarmonia espiritual, quase sempre formados pela influenciação consciente ou inconsciente das entidades infelizes, desencarnadas ou encarnadas, que se nos associam à experiência cotidiana, recorramos à prece como elemento de ligação com os Planos Superiores, exorando o amparo dos Mensageiros Divinos, cujo pensamento sublimado pode criar, de improviso, novos motivos mentais em nosso favor ou em favor daqueles que nos propomos socorrer.

Não nos esqueçamos de que possuímos na oração a nossa mais alta fonte de poder, em razão de facilitar-nos o acesso ao Poder Maior da Vida.

Assim sendo, em qualquer emergência na tarefa assistencial, em nosso benefício ou em benefício dos outros, não olvidemos o valor da prece em terapia, recordando a sábia conceituação do Apóstolo Tiago, no versículo 16 do capítulo 5, em sua Epístola Universal: — “Orai uns pelos outros, a fim de que sareis, porque a prece da alma justa muito pode em seus efeitos.”

(Instruções psicofônicas. Espírito Francisco de Menezes Dias da Cruz. Psicografado por Chico Xavier)

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