Márcio, por motivos comerciais, acabou atraindo a ira de um ex-companheiro que passou a agredi-lo gratuitamente.
Correto nos seus negócios, se sentia muito incomodado com aquele ataque sem fundamentos.
Lembrava do ensinamento evangélico: Reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, o que o levava a tentar se aproximar do ex-companheiro.
No entanto, aquele se mantinha distante, não aceitando nenhuma aproximação.
Todas as tentativas de contato telefônico resultaram infrutíferas.
Márcio começou a se entristecer por não conseguir seu objetivo. Não demorou muito e essas preocupações, alimentadas e realimentadas, acabaram por desencadear um processo de depressão.
Naturalmente, após algum tempo, sintomas de enfermidade se apresentaram.
Márcio procurou o médico, realizou exames e recebeu medicação.
As melhoras esperadas, contudo, não aconteceram.
Preocupado, a um amigo relatou os acontecimentos e disse que não se conformava com o fato de não poder resolver a situação.
O amigo o convidou a meditar a respeito do que lhe vinha ocorrendo. Invocando a exortação evangélica da reconciliação com o inimigo, lembrou que a orientação é de se buscar o adversário, oferecendo a harmonização.
Mas, ponderou, não podemos obrigar ninguém a aceitar as nossas desculpas, a repensar os acontecimentos, numa tentativa de solução do problema.
Cada indivíduo é um ser pensante e distinto, único. Não nos cabe exigir de quem quer que seja a sua adesão à nossa vontade.
Assim, ao nos propormos fazer nossa parte, já caminhamos alguns passos na senda do acerto.
Se o outro não entendeu ou não deseja colaborar, o problema deixa de ser nosso.
Márcio sentiu uma luz adentrar-lhe o pensamento. E passou a assimilar a ideia, descontraindo-se.
(Redação do Momento Espírita, com base no cap. 120, do livro Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Em 26.11.2016.)