Uma ocasião Jesus entrou no templo e achou a muitos vendendo bois, ovelhas e pombos; e cambiadores lá sentados. Ficou indignado com aquilo e com aquela falta de respeito; tomou duma corda, fez com ela um chicote e expulsou todos do templo, dizendo: — “Tirem tudo isso daqui e não façam da casa de meu Pai uma casa de negócios”.
— Ele fez muito bem, disse o sr. Antônio. A religião é uma coisa santa e não um meio de ganhar dinheiro.
— Por que, dona Lina, havia comércio no templo? perguntei.
— Pela lei de Moisés, os judeus tinham de fazer determinadas ofertas de animais para os sacrifícios. E os negociantes os vendiam no átrio (*) do templo. Os cambiadOres, que eram os banqueiros daquele tempo, emprestavam e trocavam dinheiro também lá dentro. Os sacerdotes exploravam o templo como se fosse um mercado. Cegos pelos lucros que daí tiravam, pois cobravam por tudo, esqueciam-se de seus verdadeiros deveres de sacerdotes, deixando o povo na ignorância. Jesus percebeu isso e se indignou.
O povo o aplaudiu, mas os sacerdotes, os escribas e os fariseus não gostaram da lição; daquele dia em diante, puseram-se a procurar um motivo para acabarem com Jesus. Porém não achavam meios de lhe fazerem mal, porque o povo todo o acompanhava para ouvi-lo.
Obs. (*): local do comércio.
(O Evangelho da Meninada. Cap.88. Eliseu Rigonatti)