Aprendendo a orar

           Antonia e Jade eram grandes amigas. Jade já tinha ido várias vezes dormir na casa de Antonia, mas essa era a primeira vez que Antonia dormiria na casa de Jade.
         Ambas estavam supercontentes, e brincaram a tarde toda, divertindo-se muito.
         Ao anoitecer, tomaram banho e logo estavam sentadas à mesa, junto com o restante da família de Jade: o pai, a mãe, Charles e Carlos, irmãos da amiga.
         Quando Antonia ia começar a comer, a mãe de Jade perguntou:
         - Quem vai fazer a prece?
         Jade prontamente aceitou o convite e fez uma bela oração de agradecimento pela comida, pela família e pelos amigos. Antonia percebeu que ninguém juntou as mãos ou fez o sinal da cruz para orar, mas nada disse.
         O jantar estava delicioso, organizado por seu Airton, pai de Jade. Arrumar a mesa e lavar a louça era tarefa das crianças e Antonia ajudou.
         Depois, quando Antonia e Jade ficaram sozinhas, a menina perguntou:
         - Vocês sempre fazem preces antes de comer?
         - Sim – explicou Jade. Temos muito a agradecer, você não acha?
         Antonia concordou. Jade continuou:
         - Antes eram meus pais que faziam a prece, mas eles fazem preces muito compridas, e a gente ficava com fome, esperando a prece terminar. Então, eu e meus irmãos combinamos que sempre um de nós vai fazer a prece. Foi assim que aprendemos. Sei que minha mãe gosta que façamos a oração porque, enquanto falamos, mesmo de olhos fechados ela sorri e balança a cabeça. Você não viu? E Jade imitou o gesto afirmativo da mãe.
         As meninas puderam brincar até mais tarde naquela noite, pois não teriam aula no dia seguinte. Perto da meia-noite seu Airton avisou que teriam quinze minutos para encerrar as brincadeiras e ir dormir. Assim, os meninos terminaram o jogo que disputavam no micro e as garotas recolheram os brinquedos espalhados pela sala.
         As meninas conversavam baixinho no quarto quando dona Augusta veio dar boa noite.
         - Já fizeram a prece antes de dormir?
         Ante a resposta negativa, a mãe, então, orou com as garotas, agradecendo pelo dia e pedindo uma boa noite de sono, e que elas pudessem encontrar o anjo da guarda durante o sono, a fim de receberem bons conselhos.
         Quando terminaram, Antonia não se conteve e perguntou:
         - Vocês não juntam as mãos, não se ajoelham, não fazem o sinal da cruz para rezar?
         Jade, educada desde pequena na Doutrina Espírita, não entendeu a pergunta, mas a mãe respondeu:
         - Na Doutrina Espírita não temos rituais, por isso não temos uma posição específica para orar, e não ajoelhamos, não juntamos as mãos, nem fazemos o sinal da cruz. Também não usamos velas, nem imagens de santos. A prece é uma conversa com Deus e não precisamos de gestos especiais ou rituais para conversar, você não acha? O que importa é o sentimentos que temos no coração.
         Antonia fez que sim com a cabeça, revelando que entendeu o motivo porque na casa de Jade não havia santos, nem altares, nem velas.
         Em seguida, Dona Augusta contou uma das muitas histórias que sabia sobre Jesus, embalando o sono das meninas, ao mesmo tempo que ensinava a elas um pouco mais sobre o Mestre amado, com lições que poderiam auxiliá-las nos momentos de dificuldades.

(Claudia Schmidt. Fonte: Grupo Espírita Seara do Mestre)

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