877- Para educar e conduzir uma criança de acordo com os preceitos cristãos é essencial não se pautar pela senda do egoísmo. Os pais que assim procederem terão ao seu lado adolescentes problemáticos e adultos mal formados.
878- O egoísmo no contexto familiar é uma grave fenda que se abre no núcleo mais importante que o encarnado possui na Crosta e dá margem a uma série imensa de rupturas, mazelas e sofrimentos.
879- Pais que dão mau exemplo aos seus filhos, mostrando-se altivos e individualistas, estarão geralmente criando seres de igual porte e conduta. No futuro, de regra, queixar-se-ão de que sofrem os males da ingratidão e do abandono.
880- Deus confere aos pais uma missão: educar seus filhos com amor e zelo. Fugir dessa tarefa é rebelar-se contra as leis divinas, pois ninguém prescinde de genitores, nem mesmo de educação.
881- Quem simplesmente procria, deixando de cuidar da prole, está infringindo uma das mais sérias regras cristãs que regem o planeta. Pela lei de ação e reação colherá os frutos. Não é à toa que há crianças sofrendo sem terem um passado recente a justificar tamanha angústia. O pretérito foge à vida presente; poderão ter sido pais que, em outros tempos, deixaram seus filhos ao acaso, sem qualquer cuidado e sem amor.
882- A Justiça Divina há de imperar sempre. A reforma íntima serve de lastro para o cristão regenerar-se em todas as áreas da sua existência, sendo uma delas a educação da criança e do adolescente.
883- As más tendências dos filhos devem ser combatidas. Não é admissível haver a desculpa de que cada um "nasce de um leito", de forma que devem ser respeitadas as suas tendências naturais. Heranças negativas do passado merecem ser coibidas, afinal, é para isso que serve a reencarnação. Devessem ser perpétuas e não haveria necessidade de idas e vindas entre os dois planos da vida.
884- Por outro lado, a pureza de coração que possuem as crianças deve ser um alento aos pais e precisa ser incentivada a continuar ativa até que atinjam a fase adulta. Pessoas maduras com o coração puro são mais felizes.
885- Corrigir os filhos é possível utilizando um misto de energia e amor. Nem agressões físicas, nem total liberdade. O equilíbrio, apesar de muito mais complexo e difícil, pois exige dos pais maior atenção, é o caminho ideal.
886- Os filhos se espelham, de regra, no exemplo de conduta e na orientação que recebem de seus pais. Crianças agressivas, deseducadas, impelidas e inquietas são muitas vezes frutos que brotaram da conduta errada e da má ou nenhuma orientação paterna e materna. Não são as maiores culpadas, nesses casos, mas sim seus genitores aos quais compete dar-lhes bons exemplos e também observarem as suas más tendências que emerjam da bagagem que trazem de vidas passadas, buscando combatê-las (687-691).
887- Adolescentes desleixados, descomprometidos com a vida, hostis e displicentes com as suas responsabilidades por excelência não são meramente frutos do acaso, nem de influências da moda ou dos costumes sociais, mas de uma cada vez maior separação que se forma entre pais e filhos, iniciada na infância e consolidada na juventude.
888- Que dizer das crianças e adolescentes que cometem maus atos mais sérios, tais como crimes e ataques violentos? Pais que faltam com suas responsabilidades, num primeiro momento. Adultos que os cercam, num segundo. Pode o indivíduo que não recebeu amor, combustível vital para a sobrevivência, saber distinguir entre o certo e o errado com a mesma lucidez daquele que foi mimado pelo cerco carinhoso de genitores atenciosos? Sem valores, sem formação, sem ética, sem moral, o que se pode exigir dessas crianças e adolescentes infelizes por essência?
889- Obras assistenciais de amparo à criança precisam existir, pois suprem a deficiência de muitos pais inconsequentes e sem valores morais sólidos. Entretanto, essas obras necessitam trabalhar em conjunto com os genitores, sempre que possível, educando-os, assim como o faz com seus filhos.
890- Os pais devem dar o melhor de si aos seus filhos, mas também os cristãos devem dar o máximo de si às crianças de um modo geral.
891- Por isso é muito importante a integração no núcleo familiar. Pai e mãe devem trabalhar em conjunto e não disputando espaço com os filhos; precisam dividir bem as funções do lar para que não falte sustento, mas também não careçam amor e atenção.
892- Filhos em primeiro lugar; pais em segundo. Essa a lei do lar cristão ideal.
893- Difícil, sem dúvida, para o pai ou a mãe que foi mal criado, mal formado e sem apego aos valores da família, conseguir vencer esses obstáculos, dando ao seu filho o que não teve. Heroísmos à parte, é dever cristão aprender a ser cristão. Logo, o esforço necessita fazer-se presente e tudo pode ser conseguido.
894- Não deve haver divergência de método educacional entre os pais, afinal, conflitos nesse sentido deseducam mais do que servem aos filhos. O que acontece, nesse caso, é falta de diálogo e de paciência. Com vontade e dedicação, surge o entendimento.
895- Que belo não é o filho que, ao atingir a fase adulta, promete fazer ao seu descendente exatamente o que lhe foi feito por seus pais! Está feliz, sente-se bem formado, está agradecido. É esse o triunfo vivo de seus genitores.
896- Nem sempre haverá vitória completa; não é isso que se quer dizer no item anterior. Afinal, pais e filhos são seres humanos imperfeitos; ninguém se torna perfeito numa única existência. Entretanto, uma boa educação, ainda que com problemas e insuficiências, será um paradigma para o(a) filho(a) que cresceu e torna-se pai ou mãe.
897- Como mencionado no item 886, a boa educação não precisa ser provada a ninguém, pois todos notam.
898- Crianças e adolescentes bem formados esbanjam alegria, equilíbrio, segurança e são polidos e bondosos, normalmente, não incluídas nessa avaliação as tendências infantis naturais à traquinagem.
899- Não existe, atualmente, a melhor idade para iniciar a frequência à escola. Tudo dependerá dos pais e de sua disponibilidade. Entretanto, crianças não podem ser largadas nas entidades educacionais, como se atividade escolar fosse todo o universo que as cerca. Há uma dose de escola e outra de lar, necessárias ambas à formação cristã de qualquer ser humano.
900- O centro vital da educação da criança e do adolescente deve ser sua família. A partir daí, os pais podem iniciá-los nas demais atividades, tais como instrução, esportes, lazer, cultura geral e atividade sociais.
901- Um lembrete essencial: formação moral é adquirida essencialmente no lar; não é tarefa primordial da escola formar o caráter do aluno e sim dos pais.
902- Castigos ou punições, no contexto educacional, fazem parte da formação, pois os limites precisam existir. Não é demais relembrar que tudo deve ser feito na exata medida e proporção necessárias, sem excessos e sem exageros.
903- Não se aprende a amar a Deus; apenas se desenvolve essa tendência inata a todo ser humano. É tarefa dos pais cultivar nos filhos o amor e a humildade diante de Deus.
904- Há faixas etárias próprias para adequados tipos de educação e orientação. Até os sete anos, impera o determinismo, com reduzidas doses de livre-arbítrio, ou seja, as crianças têm seus destinos conduzidos muito mais pelo Plano Superior do que por sua vontade. Os pais devem, então, dar o máximo de si para educá-las, orientá-las e puni-las, se for o caso. É a fase mais receptiva. Depois, dos sete aos doze anos, predomina ainda o determinismo, mas com doses mais elevadas de livre-arbítrio. Trata-se do instante em que os pais devem cuidar mais do diálogo incessante para formar e educar. Continuam atuando de modo importante na vida dos filhos. A terceira fase vai dos doze aos dezesseis, quando começa o predomínio do livre-arbítrio, mas ainda com doses de determinismo. Os pais devem começar a respeitar os desejos dos filhos e já não podem ser tão impetuosos ou rigorosos na orientação, pois se o fizerem serão rechaçados. A responsabilidade do adolescente está presente. O que fizer, será computado no seu histórico de vida. A derradeira fase é a partir dos dezesseis anos, quando impera o livre-arbítrio, com reduzido determinismo, seguindo assim até o final da existência. É o ser humano totalmente responsável pelos seus atos e por eles responde diante de Deus. Os pais cumpriram ou não sua missão. Não devem insistir em castigos imoderados, nem em intensa educação, pois já não surtirá efeito. Passarão apenas a orientar seus filhos, buscando ajudá-los e auxiliá-los a seguir seus rumos. Mais amor e menos rigor é o melhor remédio para males surgidos nessa fase. O bom exemplo que os pais derem será também a mais correta aplicação de sanções aos maus atos dos filhos.
905- Quem não observar essas faixas e o diferente zelo que deve haver em cada uma delas certamente sofrerá as consequências mais tarde. Filhos adultos ingratos, criminosos, preguiçosos, inconsequentes, desonestos, antiéticos, imorais e sem valores elevados serão, de regra, decorrência desse desleixo educacional.
906- O desenvolvimento do corpo humano acompanha o desenvolvimento intelectual, apesar do espírito ser o mesmo na essência. Ou seja: não é porque uma criança se torna adulta que seu espírito torna-se mais primoroso e depurado. Isso depende da educação que teve, do aprendizado e dos novos valores que assimilou. Logo, crescer por crescer não significa evolução espiritual. É possível que um ano seja mais significativo em matéria de progresso do espírito do que dez. Tudo, como se disse, depende do que foi apreendido nesse período.
907- A formação cristã, pois, é indispensável a todo ser humano. Os pais devem zelar para que isso seja devidamente transmitido aos seus filhos. Se eles, pais, carecem dessas noções, merecem buscar instrução nesse sentido para não deixar de ensinar o melhor à sua descendência.
908- Divergências modernas entre educação liberal e educação repressiva não têm razão de ser. O que falta são noções de moral cristã. O equilíbrio é e sempre será o mais indicado caminho a trilhar. Não há método melhor do que fazer o educando conhecer e respeitar limites, sabendo aplicar-lhe a sanção merecida no momento correto e dando-lhe amor à saciedade.
909- Sabendo que o impúbere de sete anos, por exemplo, não atingiu ainda o seu completo livre-arbítrio, como permitir que ele decida seus passos e destino? Cabe aos pais orientá-lo diretamente nessa trajetória. De outra parte, sabendo que o rapaz de dezessete anos possui total livre-arbítrio como coibi-lo de seguir seu rumo como fizeram ou fazem ao pequeno de sete? Cabe aos genitores auxiliá-lo nas suas decisões, mas não se sobrepor a elas.
910- Educação e sabedoria caminham juntas e estão unidas no mesmo cenário. Com sabedoria, bom senso e justiça não há quem não consiga bem educar qualquer ser humano, mesmo aquele que, adulto, precisa de reeducação.
911- Excesso de punição na educação distorce a visão dos filhos e mostra-lhes um mundo violento, incentivando-os a serem também agressivos e belicosos, pois é o que vêem e sentem em casa. Excesso de liberdade na educação conturba os limites e o respeito que os filhos devem ter pelo direito alheio, dando-lhes a sensação de que tudo podem, quando não é verdade. Apresentam-se libertinos e descuidados no trato com seus deveres, pois é o que recebem no próprio lar.
912- Aspecto relevante a ser considerado é o exemplo que a educação dos pais aos filhos fornece aos desencarnados. Em cada lar existem Espíritos ainda presos à Crosta ou que estagiam para aprender junto a encarnados. Portanto, má educação dá mau exemplo nos dois planos da vida.*
913- A igualdade entre os homens é fator essencial na sobrevivência da comunidade material. Assim sendo, é fundamental que, no lar, não haja desigualdade no tratamento entre os irmãos. Os pais devem cuidar para que todos sejam tratados exatamente na mesma proporção. Do contrário, estarão cultivando a injustiça e, no futuro, os filhos usarão a mesma medida, tornando-se adultos parciais e desequilibrados no convívio social.
914- Estimular a competitividade é salutar, mas jamais pregar o excesso, que descamba na ambição desmedida e por isso mesmo negativa. Irmãos não competem entre si, competem para si.
Cada um deve saber que precisa se superar para se tornar um ser humano melhor e não superar o irmão que está ao seu lado, pois ele não deve ser visto como inimigo, nem rival.
915- Genitores também não devem competir com filhos. Não há nada mais negativo do que mães que disputam o amor de seus esposos com as filhas ou pais que fazem o mesmo em relação às esposas no tocante aos filhos. Há o amor entre marido/mulher e o amor paterno/materno. Saber distinguir tais sentimentos é básico para a boa convivência no lar.
916- O contexto moderno possui fatores nocivos às crianças e adolescentes. A indiscriminada violência, as prematuras noções de sexo e os excessos de toda ordem aos quais esses seres imaturos têm acesso, seja pela via televisiva, seja por jornais, livros e revistas, precisam ser controlados e monitorados pelos pais da melhor forma possível. Evitar por completo não conseguirão. Então, é mais adequado saber lidar com tal realidade. A orientação e o estreito acompanhamento dos genitores poderão evitar que falsas e frágeis noções solidifiquem-se nos espíritos inocentes dos filhos. Na infância, as crianças acreditam mais nos pais do que nas informações exteriores que recebem. Por que não usar isso para o bem, afastando naturalmente a perniciosidade disseminada na sociedade atual?
917- O sexo deve ser ensinado no seu devido tempo, sem mentiras, preconceitos e falsos valores. Realidade acima de tudo. Quando perguntados a respeito de algo, devem os pais contornar o problema quando for muito cedo para a compreensão infantil, mas não devem mentir. No mais, se sentirem ser o momento, é melhor explicar e dar a correta versão do ponto indagado, do que fugirem ao confronto e entregarem seus filhos aos "professores" que certamente irão encontrar na vida fora do lar.
918- A maturidade só vem com o tempo e há adultos que lamentavelmente permanecem imaturos. Isso significa que o sazonamento do encarnado é fruto da vivência e da experiência e não somente do fator cronológico, vale dizer, da chegada à idade adulta. Atentos a tal postulado, é prudente que pais também aprendam com seus filhos, pois Espíritos mais evoluídos podem reencarnar em suas famílias justamente para trazer-lhes progresso.
919- A fantasia e a inocência, ainda que peculiares dos infantes, podem ser cultivadas para sempre. Adultos podem sonhar para serem felizes. Nesse contexto, não devem os pais extirpar prematuramente os elementos fantasiosos que compõem o universo de seus filhos. Para tanto, o melhor é proporcionar-lhes brinquedos e leituras que componham tal cenário, afastando os violentos e que imitam o universo duro dos adultos. Por que entregar a um garoto uma arma de brinquedo se lhe pode ser dada uma bola para impulsioná-lo ao esporte? Por que entregar a uma menina uma fotonovela com cenas de sexo se lh epode ser dada uma fábula que encantará seu romantismo?
920- Não é o brinquedo ou a brincadeira mais agressiva que irão desmantelar a boa educação, mas também é fato que tudo que é pernicioso deve ser evitado. Por que insistir no perigo se é possível escapar pela pureza?
921- Alimentação, regras para as atividades essenciais, horários; enfim, disciplina no lar é dever dos pais e dos filhos. Abdicar disso é contribuir para a formação de adultos indisciplinados, descuidados e, consequentemente, angustiados, infelizes e até mesmo doentes.
922- Cultivar a arte, a literatura e a natureza são fatores positivos para qualquer educação e mesmo para a reeducação dos pais que não as tiveram como elementos de destaque na sua infância ou adolescência. Por que não aprender a admirar o belo juntamente com os filhos?
923- Influir ou não nas amizades dos filhos? O mesmo critério utilizado para lhes dar um brinquedo, escolher uma atividade de lazer ou proporcionar um passeio será usado para o contexto das amizades. Até os doze anos, devem os pais influir nessas amizades, buscando coibir más influências. Não que outras crianças sejam seres humanos piores para o convívio com seus filhos — não se trata de um julgamento de valores: afinal, não é culpa dos infantes, mas recebendo dos seus pais a má educação que estejam recebendo. Entretanto, não é salutar permitirem um convívio com crianças de péssimos hábitos, a menos que possam e queiram educá-las também. Depois dos doze anos, muita cautela. Influir demais, pode provocar ruptura indesejáveis no lar, pode levar a más companhias e a consequências desastrosas. Então, muita prudência e muito conselho. Se possível devem os pais preservar os filhos das más influências. Não sendo possível, devem trazer para dentro de casa os amigos eleitos pelos filhos para tentar dar-lhes o amor e a educação que não tiveram. Estarão, assim, exercitando a caridade e evitando problemas futuros.
924- Conselhos e orientações no tocante aos vícios de um modo geral e à educação sexual não prescindem do bom exemplo dos pais. Como evitar que o filho fume se o genitor o faz? Como dissuadi-lo da idéia de beber se os pais cultivam tal hábito? Como impedir que utilize drogas de um modo geral se os próprios genitores as usam ou convivem em universo que as tolera? Como pregar-lhe a castidade se os pais são libertinos? O velho brocardo "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" já não tem utilidade para as novas gerações. Para isso a reforma íntima. Se quer algo de bom para seu filho, exerça o casal em primeiro lugar a virtude. Quer um filho disciplinado e trabalhador? Dê-lhe o exemplo. Assim é a educação correta.
925- Se, ainda que dê o bom exemplo, em seu lar houver um filho indisciplinado, rebelde ou viciado; se, ainda que tenha fornecido o melhor de si, todo seu amor e paciência e grande parcela de sua vida à educação dos descendentes, em sua prole surge um filho criminoso ou avesso aos valores morais, éticos e sobretudo cristãos, o que fazer senão orar a Deus e pedir por ele? Há Espíritos inferiores reencarnando em famílias cuja maioria dos integrantes são Espíritos de maior evolução, justamente para tentar dar-lhes o apoio de que tanto precisam para superar suas dificuldades e garantir o seu progresso. Mas existe o livre-arbítrio. Pais não fazem milagres, nem mágica. Devem conformar-se, sem envergonhar-se, de filhos desgarrados que não seguem o melhor que obtiveram. Um dia, haverão de aprender.
926- O mesmo se diga de filhos ajuizados, correios, disciplinados por natureza que têm pais desregrados, aéticos, imorais, preguiçosos ou até criminosos. Cada Espírito é um Espírito, com sua bagagem própria. Sem rebeldia, orar a Deus é a solução para enfrentar tamanho desajuste.
927- Questões polêmicas como virgindade, experiência sexual antes do casamento, época para namorar, liberdade de opção sexual, adoção de vícios, enfim, mazelas juvenis, devem ser enfrentadas pelos pais com bom senso. O que eles fizeram em matéria de educação e de exemplo? Deram o melhor? Estão conscientes disso? Pois bem, assim sendo precisam continuar orientando, mas nem sempre conseguirão impedir completamente os desvios de toda ordem. Afinal, fosse possível colocar uma barreira ao desatino de uma forma absoluta e as prisões não estariam abarrotadas tanto quanto a maldade já teria sido banida da Crosta. O ideal deve ser ensinado aos jovens, mas deve também ser buscado pelos pais. Sem falso moralismo, nem exagero religioso, os genitores precisam mostrar aos filhos as consequências negativas de cada um desses fatores controversos apontados. Conforme a índole dos filhos, eles os ouvirão ou não. Como se disse, a resignação deverá estar presente quando tudo ao seu alcance foi feito e, ainda assim, não conseguiram os pais evitar alguns desvios na prole.
928- Não é preciso abordar aqui diretamente cada um dos fatores apontados no item anterior, pois todos estão devidamente tratados nos setores específicos desta obra. O que vale para os adultos cristãos, em matéria de sexo e vícios, por exemplo, valerá certamente para os filhos no cenário educativo. A única diferença é que não se pode tratar deles com a mesma igualdade em relação a crianças, adolescentes e adultos. O que é inocente para um infante, certamente não será para o adulto. A cada situação a sua devida medida.
929- O Evangelho no Lar é prática recomendada aos lares cristãos. A educação da criança e do adolescente, quando associada aos ensinamentos de Jesus, fica extremamente facilitada, além de servir de alimento espiritual para toda a família.
930- Desde o berço até a idade adulta, no momento certo, sem fanatismo ou exagero, devem os pais ensinar aos filhos o que é moral, ética e retidão, bem como quais são as mensagens que o Cristo deixou para a humanidade seguir.
931- Tudo o que foi dito em matéria de educação da criança e do adolescente nos itens precedentes deve ser aplicado aos infantes tratados por instituições, longe dos genitores e sob a tutela de terceiros, guardadas certas proporções. Ou seja: amor, muito amor e mais amor. Que fazer para contornar a falta dos pais, fonte natural de amor? Nada mais indicado que o bálsamo dos bálsamos, que é a distribuição contínua do sentimento dos sentimentos.
(Fundamentos da Reforma Íntima. Espírito Cairbar Schutel. Abel Glaser.)