Resumo - Joana D'arc
Um grande exemplo da influência dos espíritos durante os combates pode-se ver claramente na história de Joana D’arc, conforme narrada a seguir:
Joana D’arc nasceu no ano de 1412, em uma cidade pobre chamada Domremy, uma comunidade francesa administrada pelo departamento de Vosgues. Filha de um simples agricultor chamado Jacques Darc e de sua esposa Isabeau Daix. Possuía quatro irmãos: Jacquemain, Jean, Pierre e Isabeau.
Seus pais pobres e honestos lhe educaram com uma situação compatível à deles, Joana D’arc cuidava dos animais com a sua irmã e também sabia bordar e fiar o cânhamo.
Desde sua infância, foi educada a ter sentimentos de devoção pelo seu país e amor pelo seu legítimo soberano, Carlos VI, bem como de uma imensa raiva pelos ingleses, que estavam ocupando seu país e prejudicando a população, através da guerra.
Um dia, aos 13 anos de idade, enquanto estava fiando, sentada sob um carvalho no jardim na casa de seu pai, Joana D´arc escutou uma voz que lhe chamava. Não vendo ninguém, pensou que era engano da sua imaginação, mas a mesma voz se fez ouvir alguns segundos depois, então em uma nuvem resplandecente, viu São Miguel acompanhados de anjos do céu. Ele disse para ela rezar e confiar que Deus libertaria a França, e que, dentro em pouco, uma moça, sem contudo dizer seu nome, seria o instrumento do qual ele se serviria para perseguir os ingleses e repor a França sob a autoridade de seus reis legítimos. Com essas palavras eles desapareceram. Deixando-a num profundo espanto e muito assustada, dedicando sua virgindade a Deus. Contou sobre o ocorrido apenas para sua irmã Isabeau, que a aconselhou a não comentar com ninguém.
Suas visitas se tornaram bastante freqüentes, São Miguel disse que em breve veria também Santa Catarina e Santa Margarida e aconselhou dizendo:
- Filha de Deus, segue seus conselhos e faz o que te disserem, elas são realmente enviada pelo Rei do Céu para te guiar e dirigir, obedece a elas em tudo.
Pouco depois viu duas jovens mulheres de uma radiante beleza. Elas estavam magnificamente vestidas, usavam sobre a cabeça coroas de ouro, ornamento com pedras preciosas. Ajoelhou e beijou seus pés. Elas repetiram o que São Miguel havia dito sobre a França e desapareceram.
Alguns meses depois enquanto guardava os animais, escutou uma voz que chamava pelo seu nome, mais uma vez viu São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida, e desta vez disseram que a jovem, da qual eles haviam falado, seria ela.
Os ingleses invadiram os arredores e avançavam em direção a sua cidade, todos os habitantes fugiram levando os rebanhos e seus objetos mais valiosos, então Joana D’arc e sua família foram se hospedar na casa de uma bondosa senhora, na região de Lorena, por cinco dias.
Joana D’arc, mas tarde resolveu contar para seu pai sobre as suas visões, porém o mesmo não sabia o que pensar e gostaria que ela se casasse, mas a mesma se recusou até diante de um juiz.
Durante vários anos, suas revelações só foram conhecidas pelo círculo habitual de amigos e um dia as vozes lhe disseram:
- Joana, vai te encontrar com o senhor de Baudricourt, comandante da cidade de Vaucouleurs, tu lhe dirás que ele te dê armas, um cavalo e dois fidalgos para te conduzir ao rei, que, por sua vez, te dará militares para levantar o cerco de Orléans. Tu o levarás em seguida a cidade Reims para fazer a sua sagração. Tu encontrarás em Saint-Catherine de Fierbois, no túmulo de um cavalheiro, que se encontra atrás do altar-mor, uma espada em cuja lâmina há cinco cruzes. O que acabamos de te dizer, e o que já revelamos antes, nós o fizemos por ordem de Deus, bem como, de São Luís, o protetor da França.
Não contou a sua família sobre a viagem, com receio que colocassem obstáculos, somente disse a sua irmã Isabeau.
Algum tempo depois, com a ajuda do seu irmão caçula, foi encontrar-se com o Senhor de Baudricourt. No entanto, após lhe ouvir, riu do que ele chamou de um sonho de moça , então voltou sozinha para Domremy desanimada.
De repente, Santa Margarida lhe apareceu e disse:
- Joana, por que desanimas desse jeito? Por que este desgosto por causa desse insucesso? Deus te protege. Vai, retorna à casa de teus pais que estão preocupados com a tua ausência.
Quando retornou, foi mal recebida pelos seus pais, por causa do seu desaparecimento, e começaram a lhe prender muito, com o intuito de impedir que voltasse a cidade de Vaucouleurs.
Conseguiu, então, que seu pai permitisse ficar dois dias na casa do seu tio, e novamente foi se encontrar com o comandante , que demorou em lhe receber. Após ter lhe feito diferentes perguntas, mandou-a embora e ir para os quintos dos infernos. Entretanto, passado algum tempo, retornou novamente, e devido à insistência, enviou-lhe um cura, acreditando que estava possuída pelo demônio.
Antes de ir visitá-lo novamente, perguntou aos santos o que seria necessário para fazer convencê-lo, eles lhe disseram que deveria dizer-lhe que os franceses tinham acabado de perder uma batalha em Orléans, que esse fracasso seria conhecido na história sob o nome de “Jornada dos Arenques”. O comandante soube então, pouco tempo depois, a verdade sobre o que Joana D'arc, lhe havia dito, e deste então não tinha mais razão para se recusar a lhe enviar até ao rei.
O comandante lhe armou dos pés à cabeça, deu-lhe um cavalo e dois fidalgos da região de Champagne, que relutaram e lhe acompanhar para chegar até o rei.
Então, escreveu uma carta a Carlos VII para comunicar-lhe da sua missão e recebeu uma reposta de que poderia se encontrar com ele na cidade de Chinon. Após ser examinada sobre a veracidade da sua virgindade, para provar que não era uma bruxa, e ser submetida a um interrogatório, Carlos VII chamou-a à sua presença.
Para lhe testar, disfarçou-se e misturou-se à multidão , mas foi sem dificuldades que Joana D’arc distinguiu-o dentre todos os presentes , visto que conhecia sua imagem reproduzida em retratos e nas moedas, dizendo-lhe entre outras coisas:
- Monsenhor Delfim, eu me chamo Joana, a Donzela, sou enviada por Deus para colocar a coroa sobre sua cabeça e para expulsar os ingleses desse reino, ao qual eles não têm direito algum.
Carlos e os que lhe rodeavam ficaram profundamente surpresos, porém disse que era necessário lhe dar um sinal sobre a verdade do que dizia. Após ter feito sair todas as pessoas, ela lhe disse que ele tinha entrado disfarçado, há algum tempo atrás, na casa da duquesa de Bourgogne, por razões que a gravidade da história não lhe permitia revelar, e que poderiam ter lhe causado conseqüências ruins. O rei ficou envergonhado ao vê-la falar sobre isto e lhe fez jurar que nunca revelaria este segredo.
O rei nomeara comissões para lhe interrogarem e foi questionada todos os dias. Ele também lhe deu o melhor cavalo que podia existir e armas feitas exclusivamente para ela, depois a enviou a cidade de Tours.
Joana D’arc pediu para que fossem procurar a espada que estava na Igreja de Saint-Catherine de Fierbois. Ela estava velha e enferrujada, mas foi limpa e colocada numa bainha decorada com flores de lys. Perguntaram-lhe se ela já tinha visto tal espada, respondeu que não, mas que os santos haviam revelado a sua existência, isto foi mais um motivo de surpresa para todos.
Mandou fazer um estardarte branco, semeado de flores de lys, sobre o qual estava representado o Salvador, sentado no seu trono, nas nuvens, ele segurava um globo com sua mão esquerda, com sua mão direita parecia abençoar um raminho de florido de flor de lys que um anjo trazia nas mãos, enquanto que um outro anjo parecia rezar ao lado esquerdo de Nosso Senhor. Os nomes de Jesus e Maria estavam bordados com letras de ouro. Na igreja de Saint-Sauveur de Blois seu estandart foi abençoado.
Enviou uma carta aos ingleses, pedindo-lhes para evacuar o reino, dizendo-lhes que foi enviada pelo Rei dos Reis para expulsá-los do Reino da França, porém recusaram o seu pedido pacífico.
Sendo assim, reuniu todos os padres e religiosos da cidade e formou um batalhão sagrado que se posicionou à frente do comboio, fazendo soar nos ares hinos sacros que os soldados, arrebatados de alegria e seguros da vitória, repetiam com entusiasmo e fervor.
Deste então, aos 17 anos, começou a participar de vários combates contra os ingleses, com a ajuda dos espíritos, que lhe indicaram algumas vezes o que deveria fazer e qual o caminho que deveria seguir.
Num desses combates, uma flecha veio a ferir-lhe gravemente a garganta , o sangue corria abundantemente da sua ferida, quando viu Santa Catarina que lhe disse:
- Joana, os franceses combateram até agora sem sucesso, porém, coragem! Vocês conquistarão hoje o “boulevard” e o forte, e voltarão vitoriosos para Orléans.
Assegurada de sua vitória, correu até a base do forte e lá fincou o seu estandarte gritando:
- Coragem, franceses, eles são nossos!
Escutando-lhe falar assim, os soldados redobraram os seus esforços e os ingleses, tomados por um terrível pânico, abandonaram o “boulevard” e se retiraram para Tourelles.
Após ter vencido várias batalhas, levou o rei a cidade de Reims, onde foi realizada a sua sagração. Quando terminou a cerimônia de coroação, jogou-se aos pés do rei suplicando que lhe permitisse voltar para Domremy com seu pai, sua mãe e seus parentes, porém ele não disse nada de positivo.
Após o jantar, foi para seu quarto e sentiu-se liberada do seu envoltório terrestre, neste momento, viu os três santos, que lhe disseram:
- Joana, tu realizaste a missão que Deus lhe confiou. Volta para Domremy para buscar, no seio da tua família e de uma feliz obscuridade, uma felicidade que tu só encontrarás nesse lugar.
Quando desapareceram, ficou desencorajada, pois sabia que o rei não a deixaria partir, pois sua presença tornava seus soldados invencíveis.
Mais tarde, pediu novamente a permissão ao rei para partir, porém a reposta não se fez a esperar , teve uma ordem para ficar. Porém, qual não foi sua surpresa, quando ao voltar para casa, reviu os três santos que lhe aguardavam e lhe disseram com tristeza:
- A audiência que tu vais ter como rei, terá para ti conseqüências mais funestas, caso não sigas nossos conselhos. O rei concebeu por ti uma paixão criminosa que é necessário que tu recuses. Quanto às suas intenções, ele poderá te enganar. Lembra-te que o título de moça virtuosa é mais nobre e mais digno de desejo que o de amante de um rei.
Eles desapareceram em seguida. O que eles tinham dito era verdadeiro, o rei havia insinuado, sutilmente, uma promessa de casamento, que foi rejeitada com indignação. Tomou, então, sem lamentar, a decisão de não voltar para sua cidade.
O rei decidiu ir para Compiègne, cidade pertencente aos ingleses. Então, certa manhã, vieram dizer ao rei que os ingleses avançavam para lhes combater. O rei distribuiu sua tropa em três outros vilarejos. Durante o combate, Joana D’arc foi atingida com uma seta na coxa e logo em seguida falou-se em retirada. Mas acostumada a vencer não quis ir embora. Ficou algum tempo escondida em um local, mas depois vieram buscá-la.
Em Saint-Denis, viu militares e uma moça que davam vazão a excessos, tomada de indignação contra essa infeliz, expulsou-a do campo, batendo nela e nos seus companheiros com o dorso da sua espada de Saint Catherine de Fierbois, fazendo-a quebrar em pedaços. Essa perda muito lhe aflingiu e entendeu ver a mão de Deus nesse aviso. As aparições dos espíritos eram sempre constantes e eles sempre pediam para que se afastasse do rei, sempre em vão.
Quando foi para cidade de Melun para defendê-la dos ingleses, as santas lhe apareceram e lhe disseram:
- Joana, antes de Saint-Jean, cairás em poder dos teus inimigos, mas te submete a vontade de Deus, ele te ajudará nas provas que te aguardam.
Suplicou-lhes que obtivesse de Deus a permissão para morrer antes de cair em poder dos ingleses, porém elas lhe responderam:
- Tem paciência; Deus te ajudará.
A tomada da cidade de Compiègne era de grande importância para os ingleses. Porém, durante o combate, chegando próxima de uma barreira, encontrou-a fechada e um arqueiro inglês, mais forte do que ela, segurou-a e a puxou do cavalo. Sem condições de se defender, rendeu-se a ele e daí por diante, tornou-se propriedade dos borguinhões, aliados dos ingleses.
Todos os franceses lamentaram sua derrota e a sua prisão. Após algum tempo presa na torre, Santa Catarina lhe apareceu e lhe disse:
- Joana, tem coragem, Deus te ajudará.
Perguntou se seria libertada e a santa respondeu que o seria através de uma grande vitória, e que deveria sofrer seu martírio pacientemente e se submeter à vontade de Deus, assegurando que se agisse assim, iria com ela para o paraíso. Desapareceu logo após. Joana agradeceu a Deus a certeza que ele te deu da próxima libertação, porém não entendeu muito bem como isto aconteceria.
Tentou escapar da prisão, através de uma pequena abertura, apesar da recomendação contrária das santas. No entanto, o porteiro do castelo à surpreendeu e prendeu-a novamente.
Foi permitido que duas moças ajudassem Joana D’arc, durante o período em que ficou presa. As moças lhe ofereciam vestidos femininos, sabendo que a roupa de homem, que costuma a usar, era uma das principais acusações contra ela. No entanto, por orientação das santas recusou atender tal pedido, pois, desta maneira, correria menos riscos, em meio a homens tão grosseiros e corrompidos.
O bispo de Beauvais, queria que ela fosse entregue a inquisição e julgada pela Igreja, visto ser suspeita de ter cometido vários crimes, idolatrias, invocações aos demônios e atos contrários a santa fé.
Essa negociação não tardou a acontecer, a notícia de que seria vendida aos ingleses, acabou perturbando-a totalmente. Então, resolveu jogar-se do alto da torre onde estava prisioneira. Ela tinha cem pés de altura e não pensava que pudesse matar ou ferir. No entanto, Santa Catarina lhe dizia para não saltar e repetia:
- Joana, é preciso que tu suportes pacientemente o que ocorrerá, tu serás libertada antes que vejas o infante da Inglaterra.
Entretanto, assim que o momento propício chegou, Joana D’arc fechou os olhos e se atirou. Sua cabeça chocou-se fortemente contra uma pedra e desmaiou. Os guardas correram e acharam que estava morta, porém apenas tinha perdido a consciência por alguns instantes.
Posteriormente, novos problemas vieram agravar sua situação, no momento que seria transportada para cidade de Rouen, onde se encontrava o infante e seu conselho, um inglês lhe deu um golpe com sua lança. Apesar de não ser muito profunda a ferida lhe causou dores intoleráveis. Depois, puseram-na numa espécie de gaiola de ferro na grande torre do castelo de Rouen.
O conselho autorizou que ela fosse a julgamento, concedendo ao bispo o direito de interrogá-la, porém seria devolvida caso não fosse condenada a morte.
Os interrogatórios iniciaram-se na capela real de Saint-Romain, e duraram vários dias. Fizeram-lhe jurar que diria toda verdade sobre o que fosse perguntado, porém ela respondia que talvez haveria perguntas as quais não poderia responder. Entre muitas indagações, perguntaram sobre o que ela fazia na cidade de Domremy, o que os seus pais faziam, se usava mandrágoras (planta usada em feitiçaria), quando começou a escutar as vozes, como fisicamente eram os santos, se estava sob a graça de Deus, quem lhe induziu a vestir roupas de homens, que sinal havia dado ao rei para provar que vinha a mando de Deus. Não respondia a todas as perguntas, alegava que precisava da autorização das vozes que lhe guiavam.
Redigiram suas confissões, com tanta arte, que consideraram-na culpada nos 12 artigos em que foram resumidos. Ninguém se preocupou em comparar esses artigos com suas respostas, que aliás tinham sido, em sua maioria, falsificadas. Sua principal acusação era de utilizar roupas masculinas.
Os ingleses ameaçavam sem parar o bispo e se irritavam com a lentidão do processo. O medo de que um incidente qualquer revelasse ao público suas infames manobras, resolveu por fim a vida de Joana D’arc secretamente. Sem que desconfiasse, mandou-lhe comer uma carpa envenenada, que lhe produziu uma febre ardente na mesma noite.
Informados de que estava gravemente doente, enviaram médicos, pois queriam a todo custo que ela morresse, mas que fosse publicamente e de uma forma violenta. Portanto, foi lhe administrado um antídoto que lhe salvou e acabou com a febre.
A doença tinha lhe enfraquecido tanto, que os juizes decidiram que não lhe aplicariam torturas. Pierre Morice leu de uma só vez o conteúdo dos doze artigos que lhes condenava. Fizeram-lhe várias advertências sobre o qual respondeu:
- Mesmo estando em julgamento, mesmo vendo o jogo preparado, a fogueira acesa e o carrasco pronto para atirar-me nela, não diria nada além do que disse no processo.
A sentença de condenação foi preparada no mesmo dia, no qual dizia em um dos trechos que tinha inventado as revelações e aparições e que apenas acreditava nelas superficialmente e que era perseverante em seus erros e era herética.
Queriam que submetesse a Igreja e que assinasse um termo, no qual não usaria mais roupas de homens, nem cabelos cortados, nem pegaria em armas e cavalgaria junto com militares, caso contrário seria queimada na fogueira... Joana D’arc aceitou assinar o termo, porém não havia percebido que tinham trocado as expressões originais e fizeram-na assumir a culpa de heresia.
Desde então, Joana D’arc vestiu roupas femininas e retornou para prisão. Mas durante seu sono, os guardas levaram suas vestes femininas e as trocaram por roupas masculinas. Suplicou para que devolvessem suas roupas, devido às proibições que foram feitas. O bispo de Bauvais viu que novamente estava vestida com roupas masculinas e disse que novamente caíra em heresia.
Perguntaram se no dia da assinatura do termo havia escutado Santa Catarina e Santa Margarida. Ela respondeu que sim e que lhe disseram que foi um grande erro quando consentiu em assinar a cédula para salvar sua vida.
Depois vieram lhe anunciar que foi condenada a ser queimada naquele mesmo dia. Um dos cardeais ainda disse-lhe que se contasse a verdade sobre o sinal que havia dado ao rei, teria a liberdade, porém ela se recusou, dizendo que era francesa e que saberia morrer por seu rei e sua pátria.
Em 1431, aos 19 anos, Joana D’arc foi morta na fogueira. Antes de iniciar seu suplicio compreendeu claramente o sentido das palavras de que seria libertada. Sofreu horríveis torturas durante 15 minutos, quando finalmente deu o último suspiro.
Joana D’arc nasceu no ano de 1412, em uma cidade pobre chamada Domremy, uma comunidade francesa administrada pelo departamento de Vosgues. Filha de um simples agricultor chamado Jacques Darc e de sua esposa Isabeau Daix. Possuía quatro irmãos: Jacquemain, Jean, Pierre e Isabeau.
Seus pais pobres e honestos lhe educaram com uma situação compatível à deles, Joana D’arc cuidava dos animais com a sua irmã e também sabia bordar e fiar o cânhamo.
Desde sua infância, foi educada a ter sentimentos de devoção pelo seu país e amor pelo seu legítimo soberano, Carlos VI, bem como de uma imensa raiva pelos ingleses, que estavam ocupando seu país e prejudicando a população, através da guerra.
Um dia, aos 13 anos de idade, enquanto estava fiando, sentada sob um carvalho no jardim na casa de seu pai, Joana D´arc escutou uma voz que lhe chamava. Não vendo ninguém, pensou que era engano da sua imaginação, mas a mesma voz se fez ouvir alguns segundos depois, então em uma nuvem resplandecente, viu São Miguel acompanhados de anjos do céu. Ele disse para ela rezar e confiar que Deus libertaria a França, e que, dentro em pouco, uma moça, sem contudo dizer seu nome, seria o instrumento do qual ele se serviria para perseguir os ingleses e repor a França sob a autoridade de seus reis legítimos. Com essas palavras eles desapareceram. Deixando-a num profundo espanto e muito assustada, dedicando sua virgindade a Deus. Contou sobre o ocorrido apenas para sua irmã Isabeau, que a aconselhou a não comentar com ninguém.
Suas visitas se tornaram bastante freqüentes, São Miguel disse que em breve veria também Santa Catarina e Santa Margarida e aconselhou dizendo:
- Filha de Deus, segue seus conselhos e faz o que te disserem, elas são realmente enviada pelo Rei do Céu para te guiar e dirigir, obedece a elas em tudo.
Pouco depois viu duas jovens mulheres de uma radiante beleza. Elas estavam magnificamente vestidas, usavam sobre a cabeça coroas de ouro, ornamento com pedras preciosas. Ajoelhou e beijou seus pés. Elas repetiram o que São Miguel havia dito sobre a França e desapareceram.
Alguns meses depois enquanto guardava os animais, escutou uma voz que chamava pelo seu nome, mais uma vez viu São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida, e desta vez disseram que a jovem, da qual eles haviam falado, seria ela.
Os ingleses invadiram os arredores e avançavam em direção a sua cidade, todos os habitantes fugiram levando os rebanhos e seus objetos mais valiosos, então Joana D’arc e sua família foram se hospedar na casa de uma bondosa senhora, na região de Lorena, por cinco dias.
Joana D’arc, mas tarde resolveu contar para seu pai sobre as suas visões, porém o mesmo não sabia o que pensar e gostaria que ela se casasse, mas a mesma se recusou até diante de um juiz.
Durante vários anos, suas revelações só foram conhecidas pelo círculo habitual de amigos e um dia as vozes lhe disseram:
- Joana, vai te encontrar com o senhor de Baudricourt, comandante da cidade de Vaucouleurs, tu lhe dirás que ele te dê armas, um cavalo e dois fidalgos para te conduzir ao rei, que, por sua vez, te dará militares para levantar o cerco de Orléans. Tu o levarás em seguida a cidade Reims para fazer a sua sagração. Tu encontrarás em Saint-Catherine de Fierbois, no túmulo de um cavalheiro, que se encontra atrás do altar-mor, uma espada em cuja lâmina há cinco cruzes. O que acabamos de te dizer, e o que já revelamos antes, nós o fizemos por ordem de Deus, bem como, de São Luís, o protetor da França.
Não contou a sua família sobre a viagem, com receio que colocassem obstáculos, somente disse a sua irmã Isabeau.
Algum tempo depois, com a ajuda do seu irmão caçula, foi encontrar-se com o Senhor de Baudricourt. No entanto, após lhe ouvir, riu do que ele chamou de um sonho de moça , então voltou sozinha para Domremy desanimada.
De repente, Santa Margarida lhe apareceu e disse:
- Joana, por que desanimas desse jeito? Por que este desgosto por causa desse insucesso? Deus te protege. Vai, retorna à casa de teus pais que estão preocupados com a tua ausência.
Quando retornou, foi mal recebida pelos seus pais, por causa do seu desaparecimento, e começaram a lhe prender muito, com o intuito de impedir que voltasse a cidade de Vaucouleurs.
Conseguiu, então, que seu pai permitisse ficar dois dias na casa do seu tio, e novamente foi se encontrar com o comandante , que demorou em lhe receber. Após ter lhe feito diferentes perguntas, mandou-a embora e ir para os quintos dos infernos. Entretanto, passado algum tempo, retornou novamente, e devido à insistência, enviou-lhe um cura, acreditando que estava possuída pelo demônio.
Antes de ir visitá-lo novamente, perguntou aos santos o que seria necessário para fazer convencê-lo, eles lhe disseram que deveria dizer-lhe que os franceses tinham acabado de perder uma batalha em Orléans, que esse fracasso seria conhecido na história sob o nome de “Jornada dos Arenques”. O comandante soube então, pouco tempo depois, a verdade sobre o que Joana D'arc, lhe havia dito, e deste então não tinha mais razão para se recusar a lhe enviar até ao rei.
O comandante lhe armou dos pés à cabeça, deu-lhe um cavalo e dois fidalgos da região de Champagne, que relutaram e lhe acompanhar para chegar até o rei.
Então, escreveu uma carta a Carlos VII para comunicar-lhe da sua missão e recebeu uma reposta de que poderia se encontrar com ele na cidade de Chinon. Após ser examinada sobre a veracidade da sua virgindade, para provar que não era uma bruxa, e ser submetida a um interrogatório, Carlos VII chamou-a à sua presença.
Para lhe testar, disfarçou-se e misturou-se à multidão , mas foi sem dificuldades que Joana D’arc distinguiu-o dentre todos os presentes , visto que conhecia sua imagem reproduzida em retratos e nas moedas, dizendo-lhe entre outras coisas:
- Monsenhor Delfim, eu me chamo Joana, a Donzela, sou enviada por Deus para colocar a coroa sobre sua cabeça e para expulsar os ingleses desse reino, ao qual eles não têm direito algum.
Carlos e os que lhe rodeavam ficaram profundamente surpresos, porém disse que era necessário lhe dar um sinal sobre a verdade do que dizia. Após ter feito sair todas as pessoas, ela lhe disse que ele tinha entrado disfarçado, há algum tempo atrás, na casa da duquesa de Bourgogne, por razões que a gravidade da história não lhe permitia revelar, e que poderiam ter lhe causado conseqüências ruins. O rei ficou envergonhado ao vê-la falar sobre isto e lhe fez jurar que nunca revelaria este segredo.
O rei nomeara comissões para lhe interrogarem e foi questionada todos os dias. Ele também lhe deu o melhor cavalo que podia existir e armas feitas exclusivamente para ela, depois a enviou a cidade de Tours.
Joana D’arc pediu para que fossem procurar a espada que estava na Igreja de Saint-Catherine de Fierbois. Ela estava velha e enferrujada, mas foi limpa e colocada numa bainha decorada com flores de lys. Perguntaram-lhe se ela já tinha visto tal espada, respondeu que não, mas que os santos haviam revelado a sua existência, isto foi mais um motivo de surpresa para todos.
Mandou fazer um estardarte branco, semeado de flores de lys, sobre o qual estava representado o Salvador, sentado no seu trono, nas nuvens, ele segurava um globo com sua mão esquerda, com sua mão direita parecia abençoar um raminho de florido de flor de lys que um anjo trazia nas mãos, enquanto que um outro anjo parecia rezar ao lado esquerdo de Nosso Senhor. Os nomes de Jesus e Maria estavam bordados com letras de ouro. Na igreja de Saint-Sauveur de Blois seu estandart foi abençoado.
Enviou uma carta aos ingleses, pedindo-lhes para evacuar o reino, dizendo-lhes que foi enviada pelo Rei dos Reis para expulsá-los do Reino da França, porém recusaram o seu pedido pacífico.
Sendo assim, reuniu todos os padres e religiosos da cidade e formou um batalhão sagrado que se posicionou à frente do comboio, fazendo soar nos ares hinos sacros que os soldados, arrebatados de alegria e seguros da vitória, repetiam com entusiasmo e fervor.
Deste então, aos 17 anos, começou a participar de vários combates contra os ingleses, com a ajuda dos espíritos, que lhe indicaram algumas vezes o que deveria fazer e qual o caminho que deveria seguir.
Num desses combates, uma flecha veio a ferir-lhe gravemente a garganta , o sangue corria abundantemente da sua ferida, quando viu Santa Catarina que lhe disse:
- Joana, os franceses combateram até agora sem sucesso, porém, coragem! Vocês conquistarão hoje o “boulevard” e o forte, e voltarão vitoriosos para Orléans.
Assegurada de sua vitória, correu até a base do forte e lá fincou o seu estandarte gritando:
- Coragem, franceses, eles são nossos!
Escutando-lhe falar assim, os soldados redobraram os seus esforços e os ingleses, tomados por um terrível pânico, abandonaram o “boulevard” e se retiraram para Tourelles.
Após ter vencido várias batalhas, levou o rei a cidade de Reims, onde foi realizada a sua sagração. Quando terminou a cerimônia de coroação, jogou-se aos pés do rei suplicando que lhe permitisse voltar para Domremy com seu pai, sua mãe e seus parentes, porém ele não disse nada de positivo.
Após o jantar, foi para seu quarto e sentiu-se liberada do seu envoltório terrestre, neste momento, viu os três santos, que lhe disseram:
- Joana, tu realizaste a missão que Deus lhe confiou. Volta para Domremy para buscar, no seio da tua família e de uma feliz obscuridade, uma felicidade que tu só encontrarás nesse lugar.
Quando desapareceram, ficou desencorajada, pois sabia que o rei não a deixaria partir, pois sua presença tornava seus soldados invencíveis.
Mais tarde, pediu novamente a permissão ao rei para partir, porém a reposta não se fez a esperar , teve uma ordem para ficar. Porém, qual não foi sua surpresa, quando ao voltar para casa, reviu os três santos que lhe aguardavam e lhe disseram com tristeza:
- A audiência que tu vais ter como rei, terá para ti conseqüências mais funestas, caso não sigas nossos conselhos. O rei concebeu por ti uma paixão criminosa que é necessário que tu recuses. Quanto às suas intenções, ele poderá te enganar. Lembra-te que o título de moça virtuosa é mais nobre e mais digno de desejo que o de amante de um rei.
Eles desapareceram em seguida. O que eles tinham dito era verdadeiro, o rei havia insinuado, sutilmente, uma promessa de casamento, que foi rejeitada com indignação. Tomou, então, sem lamentar, a decisão de não voltar para sua cidade.
O rei decidiu ir para Compiègne, cidade pertencente aos ingleses. Então, certa manhã, vieram dizer ao rei que os ingleses avançavam para lhes combater. O rei distribuiu sua tropa em três outros vilarejos. Durante o combate, Joana D’arc foi atingida com uma seta na coxa e logo em seguida falou-se em retirada. Mas acostumada a vencer não quis ir embora. Ficou algum tempo escondida em um local, mas depois vieram buscá-la.
Em Saint-Denis, viu militares e uma moça que davam vazão a excessos, tomada de indignação contra essa infeliz, expulsou-a do campo, batendo nela e nos seus companheiros com o dorso da sua espada de Saint Catherine de Fierbois, fazendo-a quebrar em pedaços. Essa perda muito lhe aflingiu e entendeu ver a mão de Deus nesse aviso. As aparições dos espíritos eram sempre constantes e eles sempre pediam para que se afastasse do rei, sempre em vão.
Quando foi para cidade de Melun para defendê-la dos ingleses, as santas lhe apareceram e lhe disseram:
- Joana, antes de Saint-Jean, cairás em poder dos teus inimigos, mas te submete a vontade de Deus, ele te ajudará nas provas que te aguardam.
Suplicou-lhes que obtivesse de Deus a permissão para morrer antes de cair em poder dos ingleses, porém elas lhe responderam:
- Tem paciência; Deus te ajudará.
A tomada da cidade de Compiègne era de grande importância para os ingleses. Porém, durante o combate, chegando próxima de uma barreira, encontrou-a fechada e um arqueiro inglês, mais forte do que ela, segurou-a e a puxou do cavalo. Sem condições de se defender, rendeu-se a ele e daí por diante, tornou-se propriedade dos borguinhões, aliados dos ingleses.
Todos os franceses lamentaram sua derrota e a sua prisão. Após algum tempo presa na torre, Santa Catarina lhe apareceu e lhe disse:
- Joana, tem coragem, Deus te ajudará.
Perguntou se seria libertada e a santa respondeu que o seria através de uma grande vitória, e que deveria sofrer seu martírio pacientemente e se submeter à vontade de Deus, assegurando que se agisse assim, iria com ela para o paraíso. Desapareceu logo após. Joana agradeceu a Deus a certeza que ele te deu da próxima libertação, porém não entendeu muito bem como isto aconteceria.
Tentou escapar da prisão, através de uma pequena abertura, apesar da recomendação contrária das santas. No entanto, o porteiro do castelo à surpreendeu e prendeu-a novamente.
Foi permitido que duas moças ajudassem Joana D’arc, durante o período em que ficou presa. As moças lhe ofereciam vestidos femininos, sabendo que a roupa de homem, que costuma a usar, era uma das principais acusações contra ela. No entanto, por orientação das santas recusou atender tal pedido, pois, desta maneira, correria menos riscos, em meio a homens tão grosseiros e corrompidos.
O bispo de Beauvais, queria que ela fosse entregue a inquisição e julgada pela Igreja, visto ser suspeita de ter cometido vários crimes, idolatrias, invocações aos demônios e atos contrários a santa fé.
Essa negociação não tardou a acontecer, a notícia de que seria vendida aos ingleses, acabou perturbando-a totalmente. Então, resolveu jogar-se do alto da torre onde estava prisioneira. Ela tinha cem pés de altura e não pensava que pudesse matar ou ferir. No entanto, Santa Catarina lhe dizia para não saltar e repetia:
- Joana, é preciso que tu suportes pacientemente o que ocorrerá, tu serás libertada antes que vejas o infante da Inglaterra.
Entretanto, assim que o momento propício chegou, Joana D’arc fechou os olhos e se atirou. Sua cabeça chocou-se fortemente contra uma pedra e desmaiou. Os guardas correram e acharam que estava morta, porém apenas tinha perdido a consciência por alguns instantes.
Posteriormente, novos problemas vieram agravar sua situação, no momento que seria transportada para cidade de Rouen, onde se encontrava o infante e seu conselho, um inglês lhe deu um golpe com sua lança. Apesar de não ser muito profunda a ferida lhe causou dores intoleráveis. Depois, puseram-na numa espécie de gaiola de ferro na grande torre do castelo de Rouen.
O conselho autorizou que ela fosse a julgamento, concedendo ao bispo o direito de interrogá-la, porém seria devolvida caso não fosse condenada a morte.
Os interrogatórios iniciaram-se na capela real de Saint-Romain, e duraram vários dias. Fizeram-lhe jurar que diria toda verdade sobre o que fosse perguntado, porém ela respondia que talvez haveria perguntas as quais não poderia responder. Entre muitas indagações, perguntaram sobre o que ela fazia na cidade de Domremy, o que os seus pais faziam, se usava mandrágoras (planta usada em feitiçaria), quando começou a escutar as vozes, como fisicamente eram os santos, se estava sob a graça de Deus, quem lhe induziu a vestir roupas de homens, que sinal havia dado ao rei para provar que vinha a mando de Deus. Não respondia a todas as perguntas, alegava que precisava da autorização das vozes que lhe guiavam.
Redigiram suas confissões, com tanta arte, que consideraram-na culpada nos 12 artigos em que foram resumidos. Ninguém se preocupou em comparar esses artigos com suas respostas, que aliás tinham sido, em sua maioria, falsificadas. Sua principal acusação era de utilizar roupas masculinas.
Os ingleses ameaçavam sem parar o bispo e se irritavam com a lentidão do processo. O medo de que um incidente qualquer revelasse ao público suas infames manobras, resolveu por fim a vida de Joana D’arc secretamente. Sem que desconfiasse, mandou-lhe comer uma carpa envenenada, que lhe produziu uma febre ardente na mesma noite.
Informados de que estava gravemente doente, enviaram médicos, pois queriam a todo custo que ela morresse, mas que fosse publicamente e de uma forma violenta. Portanto, foi lhe administrado um antídoto que lhe salvou e acabou com a febre.
A doença tinha lhe enfraquecido tanto, que os juizes decidiram que não lhe aplicariam torturas. Pierre Morice leu de uma só vez o conteúdo dos doze artigos que lhes condenava. Fizeram-lhe várias advertências sobre o qual respondeu:
- Mesmo estando em julgamento, mesmo vendo o jogo preparado, a fogueira acesa e o carrasco pronto para atirar-me nela, não diria nada além do que disse no processo.
A sentença de condenação foi preparada no mesmo dia, no qual dizia em um dos trechos que tinha inventado as revelações e aparições e que apenas acreditava nelas superficialmente e que era perseverante em seus erros e era herética.
Queriam que submetesse a Igreja e que assinasse um termo, no qual não usaria mais roupas de homens, nem cabelos cortados, nem pegaria em armas e cavalgaria junto com militares, caso contrário seria queimada na fogueira... Joana D’arc aceitou assinar o termo, porém não havia percebido que tinham trocado as expressões originais e fizeram-na assumir a culpa de heresia.
Desde então, Joana D’arc vestiu roupas femininas e retornou para prisão. Mas durante seu sono, os guardas levaram suas vestes femininas e as trocaram por roupas masculinas. Suplicou para que devolvessem suas roupas, devido às proibições que foram feitas. O bispo de Bauvais viu que novamente estava vestida com roupas masculinas e disse que novamente caíra em heresia.
Perguntaram se no dia da assinatura do termo havia escutado Santa Catarina e Santa Margarida. Ela respondeu que sim e que lhe disseram que foi um grande erro quando consentiu em assinar a cédula para salvar sua vida.
Depois vieram lhe anunciar que foi condenada a ser queimada naquele mesmo dia. Um dos cardeais ainda disse-lhe que se contasse a verdade sobre o sinal que havia dado ao rei, teria a liberdade, porém ela se recusou, dizendo que era francesa e que saberia morrer por seu rei e sua pátria.
Em 1431, aos 19 anos, Joana D’arc foi morta na fogueira. Antes de iniciar seu suplicio compreendeu claramente o sentido das palavras de que seria libertada. Sofreu horríveis torturas durante 15 minutos, quando finalmente deu o último suspiro.
Todos que foram responsáveis por sua morte (2), morreram miseravelmente, atormentados pela vergonha e pelo remorso .
Observação (1): Na língua francesa, é chamado de Charles VII.Observação (2): Em 1920, quase cinco séculos após a sua morte, Joana D'Arc foi considerada santa, sendo canonizada pelo Papa Bento XV.