Leocádio José Correia foi filho de Manoel José Correia e de Gertrudes Pereira Correia, nasceu em Paranaguá no dia 16 de fevereiro de 1848. Após terminar o ensino das primeiras letras e os colégios de instrução secundária, Leocádio encaminhou-se para a vida eclesiástica no Seminário Episcopal de São Paulo, do qual desistiu às vésperas da primeira unção sacerdotal.
Assumiu então outro apostolado, que cumpriu desta vez, na Academia de Medicina do Rio de Janeiro. Como dedicado aluno de um dos maiores vultos da medicina nacional, o Doutor João Vicente Torres Homem (1837-1887), Leocádio encarregou-se de coletar minuciosos apontamentos sobre as preleções que ouvia, tarefa esta que garantiu subsídios para a publicação das lições do renomado catedrático sobre a febre amarela.
No dia 20 de dezembro de 1873, doutorou-se em Medicina após ter sustentado uma tese sobre a Litotrícia (trituração dos cálculos vesicais para a eliminação pela urina), em 30 de agosto do mesmo ano.
Em 29 de agosto de 1874 casou-se com sua prima-irmã Carmela Cysneiros Correia em sua cidade natal, com quem teve três filhos: Clara, Leocádio e Lucídio.
Dr. Leocádio clinicou nos municípios de Paranaguá, Guaratuba, Guaraqueçaba, Antonina, Morretes, Curitiba, Ponta Grossa e Castro.
Foi inspetor da Santa Casa de Misericórdia, inspetor escolar, jornalista, orador, escritor e poeta. Filiando-se ao Partido Conservador, foi eleito deputado provincial à Assembléia Legislativa onde, como democrata, assumiu a causa abolicionista. Como inspetor da instrução pública destacou-se no propósito de revisão dos planos escolares que causavam dano aos seus contemporâneos deixando, assim, as sementes da reforma escolar que sua curta existência não viu consolidada.
O teatro também mereceu sua atenção e estudo, tendo se utilizado do palco cênico como instrumento de sua campanha contra a escravidão negra junto ao núcleo de jovens que o acompanhava. A encenação de "Talento e ouro", de Leôncio Correia, sob sua direção, alcançou ruidosos sucesso no teatro Santa Calina, de Paranaguá. Entre os seus escritos teóricos destaca-se "Duas páginas sobre o drama da Redenção", publicado postumamente por seu filho Leocádio Cysneiros Correia.
Leocádio José Correia faleceu no dia 18 de maio de 1886, vítima de febre perniciosa. Foi um fato enormemente pranteado, especialmente pelos mais pobres e necessitados, que Leocádio, em sua breve vida, visitava diariamente.
Pós-Vida
Poucos anos depois de sua morte, segundo testemunhas, Leocádio José Correia começou a manifestar-se espiritualmente. Primeiro no litoral do estado de Santa Catarina; posteriormente, no Estado do Paraná, segundo seus seguidores, seu objetivo era a divulgação da mensagem de Jesus Cristo, à luz da Doutrina dos Espíritos.
Há mais de 50 anos, para seus seguidores, ele vem desempenhando papel na execução do projeto de trabalho da Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, em Curitiba, capital do Paraná, no sentido de reconceituar o Espiritismo no Brasil. No exercício de suas atribuições, o espírito Leocádio José Correia vem trabalhando através do médium Maury Rodrigues da Cruz, realizando uma intensa e extensa atividade assistencial voltada para a saúde física, mental e espiritual de quem o procura.
Leocádio também atua na atividade literária espírita, como intérprete esclarecedor das mensagens espirituais. Procura fazer das suas próprias mensagens uma modulação na linguagem, para melhor compreensão da conceituação doutrinária, contextualizando e expressando sua visão do Universo, bem como os referenciais trazidos pelo espírito Antonio Grimm. Para os espíritas, Leocádio José Correia é um dos agentes organizadores e implementadores do processo de ensino-aprendizagem proposto pela Doutrina dos Espíritos, para a humanidade e para os grupos de exercício mediúnico.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Leoc%C3%A1dio_Jos%C3%A9_Correia