Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 72 - Oração do Pai Nosso*

Ciclo 2 - História:  Salvação inesperada -  Atividade: ESE – Cap. 28 – 1 – Preces gerais. Oração dominical ou/e PH - Jesus - 36 - Oração do Pai Nosso.

Ciclo 3 - História:  A oração dominical  -  Atividade: PH – Paulo de Tarso – 17 – Oração do Pai Nosso.     

Mocidade - História: Invocações diretasAtividade: 2 - Dinâmica de grupo:  Jesus ensina a orar.
 

Dinâmicas: Oração do Pai NossoIlustrando a oração do Pai Nosso.

Oração:Prece – Espírito Emmanuel.

Sugestão de vídeos: - História: Pai nosso – Meimei (Dica: pesquise no Youtube)

- Música: Pai Nosso – Elizabete Lacerda (Dica: pesquise no Youtube)

Sugestão de livro infantil: O Pai Nosso para Crianças - Cristina Klein Belli. Editora SBN.

 

Tópicos a serem abordados:

- De todas as preces, a oração do ‘’Pai Nosso’’, é a que os espíritos colocam em primeiro lugar, seja porque o próprio Jesus a ensinou, seja porque ela é completa.  A oração do ‘’Pai Nosso’’ resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Sendo a “oração-modelo”,  nela esta contida o ato de louvor, rogativa (pedido feito com humildade) , reconhecimento e submissão a vontade de Deus.

- No entanto, muitas vezes repetimos esta oração sem compreender a profundidade de suas palavras.  Para suprir esta dificuldade, os bons espíritos fizeram um comentário sobre cada parte da oração para nos mostrar o sentido.

- Iniciamos a prece por um ato de adoração a Deus:

 1. Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome!

Jesus se referia a Deus como nosso Pai, pois  Ele é o pai de todas as criaturas, é o criador do universo.   Desde o raminho de erva minúscula e o pequenino inseto, até os astros que se movem no espaço, em todas as obras da Sua criação podemos reconhecer o Seu poder e Sua sabedoria. Deus esta em toda parte, pode-se dizer que a natureza inteira está mergulhada no fluído divino.  Todos deveriam louvar a Deus, ou seja, falar bem do Seu nome e reconhecer suas qualidades, com um sentimento espontâneo e puro de admiração.

- 2. Venha o teu reino!

O reino de Deus é da justiça, da paz e do amor. Desejamos que estes sentimentos reinem entre os homens aqui da Terra.  Os homens seriam felizes se cumprissem as leis de Deus, auxiliando uns aos outros. 

- 3. Faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu.

Fazer a tua vontade, Senhor, é observar as tuas leis e submeter-se, sem queixumes, aos teus decretos, assim como, fazem os Espíritos Bem-aventurados no céu.

- 4. Dá-nos o pão de cada dia.

Rogamos ao Pai celestial o alimento necessário à sustentação das forças do corpo físico e também pedimos o alimento espiritual para o desenvolvimento moral do nosso Espírito. Conseguimos o alimento material pelo trabalho; e o espiritual, pelo cumprimento aos deveres, pelo estudo e pelo respeito às leis divinas.

- 5. Perdoa as nossas dívidas, como perdoamos aos que nos devem. - Perdoa as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos ofenderam.

Perdoar é ter o nosso coração livre de ódios ou de qualquer ressentimento contra nossos irmãos ou contra si mesmo. É ajudar o ofensor, caso necessite.

Se perdoar, Deus te perdoará, isto é, não terá dívidas contra o vosso próximo e, portanto, nada terá que pagar no futuro. Mas se não perdoar, Deus não te perdoará, isto é, será devedor do mal que a sua vingança causou e será obrigado a saldar a dívida, que contraíste perante tua própria consciência. Quando perdoamos, nada perdemos, enquanto o ofensor terá que reparar a dívida em momento oportuno.

-  6. Não nos deixes entregues à tentação, mas livra-nos do mal.

- Pedimos ao Senhor, forças para resistir as más tendências que ainda temos em nós, pois somos Espíritos imperfeitos. A tentação é um estímulo a prática do mal, no entanto, não há arrastamento irresistível, pois temos o livre arbítrio (poder de escolha).  Pela pratica do bem e com o auxilio dos bons espíritos podemos resistir ao mal.

- 7. Assim seja.

Assim seja, quer dizer  amém. Pedimos, Senhor, que todos os nossos desejos se realizem, conforme a sua santa vontade e não a nossa, pois somente o Senhor sabe o que convém a cada um de seus filhos.

 

Perguntas para fixação:

1. Quem ensinou a oração do ‘‘Pai Nosso’’?

2. O que significa: Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o teu nome?

3. O que significa: Venha o teu reino?

4. O que significa: Faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu?

5. O que significa: Dá-nos o pão de cada dia?

6. O que significa: perdoa as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos ofenderam?

7. O que significa: Não nos deixes entregues a tentação, mas livra-nos do mal?

8. O que significa: Assim seja?

 

Subsídio para o Evangelizador:

            Os Espíritos recomendaram que, encabeçando esta coletânea, puséssemos a Oração dominical, não somente como prece, mas também como símbolo. De todas as preces, é a que eles colocam em primeiro lugar, seja porque procede do próprio Jesus (S. Mateus, cap. VI, vv. 9 a 13), seja porque pode suprir a todas, conforme os pensamentos que se lhe conjuguem; é o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na simplicidade. Com efeito, sob a mais singela forma, ela resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão; o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade. Quem a diga, em intenção de alguém, pede para este o que pediria para si.

            Contudo, em virtude mesmo da sua brevidade, o sentido profundo que encerram as poucas palavras de que ela se compõe escapa à maioria das pessoas. Daí vem o dizerem-na, geralmente, sem que os pensamentos se detenham sobre as aplicações de cada uma de suas partes. Dizem-na como uma fórmula cuja eficácia se ache condicionada ao número de vezes que seja repetida. Ora, quase sempre esse é um dos números cabalísticos: três, sete ou nove tomados à antiga crença supersticiosa na virtude dos números e de uso nas operações da magia.

            Para preencher o que de vago a concisão desta prece deixa na mente, a cada uma de suas proposições aditamos, aconselhado pelos Espíritos e com a assistência deles, um comentário que lhes desenvolve o sentido e mostra as aplicações. Conforme, pois, as circunstâncias e o tempo de que disponha, poderá, aquele que ore, dizer a oração dominical, ou na sua forma simples, ou na desenvolvida. . (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 2. Allan Kardec)

            Sendo a “oração-modelo” — que encerra louvor, rogativa e reconhecimento — todas as correntes do Cristianismo haveriam de adotá-la. (Estudando o Evangelho. Cap. 20. Martins Peralva).           

            Iniciamos a prece por um ato de adoração a Deus, em cuja presença se move o Universo. (O Evangelho dos Humildes. Cap. 6. Eliseu Rigonatti)  

            PRECE. - I. Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome!

            Pai nosso: — Pai de todas as criaturas, Criador su­premo, de quem todos provimos.

            Que estás no céu: — que ocupas o infinito da tua criação, tão acima de nós, que os nossos olhos impuros te não podem descobrir. (Elucidações Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão).

           Deus está em toda parte, porque Ele irradia por toda parte, podendo dizer-se que o Universo está mergulhado na divindade, como nós o estamos na luz solar. (O que é o Espiritismo. Cap. 3. O homem depois da morte. Questão 147. Allan Kardec).

            Santificado seja o teu nome: — que cada uma das tuas criaturas te bendiga o nome, pelos seus pensamen­tos e atos, como pelas suas palavras; que seus corações nada abriguem capaz de lhes macular os lábios com uma blasfêmia, tornando-os impuros para proferir o nome daquele que é a pureza absoluta. (Elucidações Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão).

            Cremos em ti, Senhor, porque tudo revela o teu poder e a tua bondade. A harmonia do Universo dá testemunho de uma sabedoria, de uma prudência e de uma previdência que ultrapassam todas as faculdades humanas. Em todas as obras da Criação, desde o raminho de erva minúscula e o pequenino inseto, até os astros que se movem no espaço, o nome se acha inscrito de um ser soberanamente grande e sábio. Por toda a parte se nos depara a prova de paternal solicitude. Cego, portanto, é aquele que te não reconhece nas tuas obras, orgulhoso aquele que te não glorifica e ingrato aquele que te não rende graças. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).

            A louvação consiste em exaltar os atributos da Divindade, não, evidentemente, com o propósito de ser-Lhe agradável, visto que Deus é inacessível à lisonja. Há de traduzir-se por um sentimento espontâneo e puro de admiração por Aquele que, em todas as Suas manifestações, se revela detentor da perfeição absoluta.  ( As leis morais. Cap. 11. Rodolfo Calligaris).  

            II. Venha o teu reino!

            (...) Pois que o teu reino é da justiça, da paz e do amor; que a paz, o amor e a justiça reinem entre os homens. (Elucidações Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão)

            Senhor, deste aos homens leis plenas de sabedoria e que lhes dariam a felicidade, se eles as cumprissem. Com essas leis, fariam reinar entre si a paz e a justiça e mutuamente se auxiliariam, em vez de se maltratarem, como o fazem. O forte sustentaria o fraco, em vez de o esmagar. Evitados seriam os males, que se geram dos excessos e dos abusos. Todas as misérias deste mundo provêm da violação de tuas leis, porquanto nenhuma infração delas deixa de ocasionar fatais conseqüências.

            Deste ao bruto o instinto, que lhe traça o limite do necessário, e ele maquinalmente se conforma; ao homem, no entanto, além desse instinto, deste a inteligência e a razão; também lhe deste a liberdade de cumprir ou infringir aquelas das tuas leis que pessoalmente lhe concernem, isto é, a liberdade de escolher entre o bem e o mal, a fim de que tenha o mérito e a responsabilidade das suas ações.

            Ninguém pode pretextar ignorância das tuas leis, pois, com paternal previdência, quiseste que elas se gravassem na consciência de cada um, sem distinção de cultos, nem de nações. Se as violam, é porque as desprezam.

            Dia virá em que, segundo a tua promessa, todos as praticarão. Desaparecido terá, então, a incredulidade. Todos te reconhecerão por soberano Senhor de todas as coisas, e o reinado das tuas leis será o teu reino na Terra.

            Digna-te, Senhor, de apressar-lhe o advento, outorgando aos homens a luz necessária, que os conduza ao caminho da verdade. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).

            III. Faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu.

            (...) Que as leis santas, justas e imutáveis, que nos impuseste, sejam observadas e praticadas com amor e reconhecimento em nosso mundo, como o são nos mundos felizes, por humanidades mais adiantadas do que a nossa; como o são pelos Espíritos bem-aventurados, que na sua submissão aos teus santíssimos desígnios têm a fonte da bem-aventurança de que gozam. (Elucidações Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão)

            Se a submissão é um dever do filho para com o pai, do inferior para com o seu superior, quão maior não deve ser a da criatura para com o seu Criador! Fazer a tua vontade, Senhor, é observar as tuas leis e submeter-se, sem queixumes, aos teus decretos. O homem a ela se submeterá, quando compreender que és a fonte de toda a sabedoria e que sem ti ele nada pode. Fará, então, a tua vontade na Terra, como os eleitos a fazem no Céu. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).

            Só Deus sabe o que convém a cada um de seus filhos; por conseguinte, devemos conformar-nos com a Vontade Divina que rege o Universo. (O Evangelho dos Humildes. Cap. 6. Eliseu Rigonatti)

            IV. Dá-nos o pão de cada dia.

            Rogamos ao Pai celestial os meios de subsistência material e espiritual. A subsistência material, conseguimo-la pelo trabalho; e a espiritual, pelo cumprimento, pelo estudo e pelo respeito às leis divinas. (O Evangelho dos Humildes. Cap. 6. Eliseu Rigonatti)          

            Dá-nos o alimento indispensável à sustentação das forças do corpo; mas, dá-nos também o alimento espiritual para o desenvolvimento do nosso Espírito.

            O bruto encontra a sua pastagem; o homem, porém, deve o sustento à sua própria atividade e aos recursos da sua inteligência, porque o criaste livre.

            Tu lhe hás dito: "Tirarás da terra o alimento com o suor da tua fronte." Desse modo, fizeste do trabalho, para ele, uma obrigação, a fim de que exercitasse a inteligência na procura dos meios de prover às suas necessidades e ao seu bem-estar, uns mediante o labor manual, outros pelo labor intelectual. Sem o trabalho, ele se conservaria estacionário e não poderia aspirar à felicidade dos Espíritos superiores.

            Ajudas o homem de boa-vontade que em ti confia, pelo que concerne ao necessário; não, porém, àquele que se compraz na ociosidade e desejara tudo obter sem esforço, nem àquele que busca o supérfluo.

            Quantos e quantos sucumbem por culpa própria, pela sua incúria, pela sua imprevidência, ou pela sua ambição e por não terem querido contentar-se com o que lhes havias concedido! Esses são os artífices do seu infortúnio e carecem do direito de queixar-se, pois que são punidos naquilo em que pecaram. Mas, nem a esses mesmos abandonas, porque és infinitamente misericordioso. As mãos lhes estendes para socorrê-los, desde que, como o filho pródigo, se voltem sinceramente para ti.

            Antes de nos queixarmos da sorte, inquiramos de nós mesmos se ela não é obra nossa.

            A cada desgraça que nos chegue, cuidemos de saber se não teria estado em nossas mãos evitá-la.

            Consideremos também que Deus nos outorgou a inteligência para tirar-nos do lameiro, e que de nós depende o modo de a utilizarmos.

            Pois que à lei do trabalho se acha submetido o homem na Terra, dá-nos coragem e forças para obedecer a essa lei. Dá-nos também a prudência, a previdência e a moderação, a fim de não perdermos o respectivo fruto.

            Dá-nos, pois, Senhor, o pão de cada dia, isto é, os meios de adquirirmos, pelo trabalho, as coisas necessárias à vida, porquanto ninguém tem o direito de reclamar o supérfluo. Se trabalhar nos é impossível, à tua divina providência nos confiamos. Se está nos teus desígnios experimentar-nos pelas mais duras provações, mau grado aos nossos esforços, aceitamo-las como justa expiação das faltas que tenhamos cometido nesta existência, ou noutra anterior, porquanto és justo. Sabemos que não há penas imerecidas e que jamais castigas sem causa.

            Preserva-nos, ó meu Deus, de invejar os que possuem o que não temos, nem mesmo os que dispõem do supérfluo, ao passo que a nós nos falta o necessário. Perdoa-lhes, se esquecem a lei de caridade e de amor do próximo, que lhes ensinaste. Afasta, igualmente, do nosso espírito a idéia de negar a tua justiça, ao notarmos a prosperidade do mau e a desgraça que cai por vezes sobre o homem de bem. Já sabemos, graças às novas luzes que te aprouve conceder-nos, que a tua justiça se cumpre sempre e a ninguém excetua; que a prosperidade material do mau é efêmera, quanto a sua existência corpórea, e que experimentará terríveis reveses, ao passo que eterno será o júbilo daquele que sofre resignado. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).

            V. Perdoa as nossas dívidas, como perdoamos aos que nos devem. - Perdoa as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos ofenderam.

              O conceito de perdão, segundo o Espiritismo, é idêntico ao do Evangelho, que lhe é fundamento: concessão, indefinida, de oportunidades para que o ofensor se arrependa, o pecador se recomponha, o criminoso se libere do mal e se erga, redimido, para a ascensão luminosa. Quem perdoa, segundo a concepção espírita-cristã, esquece a ofensa. Não conserva ressentimentos. Ajuda o ofensor, muita vez sem que este o saiba. (Estudando o Evangelho. Cap. 20. Martins Peralva).

            Por que teria Jesus aconselhado perdoar “setenta vezes sete?”.

            A Terra é um plano de experiências e resgates por vezes bastante penosos, e aquele que se sinta ofendido por alguém, não deve esquecer que ele próprio pode também errar setenta vezes sete. (O Consolador. Questão 338. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

            O perdão espiritualiza a criatura, ao passo que a vingança a confina nos ambientes de trevas. E aqui Jesus nos quer dizer:

            — Se perdoares, Deus te perdoará, isto é, nada ficarás a dever a teu

próximo e, portanto, nada terás de resgatar no futuro. Se não perdoares, Deus não te perdoará, isto é, tu te tornarás devedor do mal que tua vingança causou e serás obrigado a saldar a dívida, que contraíste perante tua própria consciência.

            E o Espiritismo te revela que em perdoares, nada perderás, porque a Providência Divina saberá dispor as coisas para que teu ofensor te dê a reparação no momento oportuno; se não for nesta, será nas futuras reencarnações, ou no mundo espiritual, onde se encontrarão algozes e mártires, vítimas e ofensores. (O Evangelho dos Humildes. Cap. 6. Eliseu Rigonatti).         

            Cada uma das nossas infrações às tuas leis, Senhor, é uma ofensa que te fazemos e uma dívida que contraímos e que cedo ou tarde teremos de saldar. Rogamos-te que no-las perdoes pela tua infinita misericórdia, sob a promessa, que te fazemos, de empregarmos os maiores esforços para não contrair outras.

            Tu nos impuseste por lei expressa a caridade; mas, a caridade não consiste apenas em assistirmos os nossos semelhantes em suas necessidades; também consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. Com que direito reclamaríamos a tua indulgência, se dela não usássemos para com aqueles que nos hão dado motivo de queixa?

            Concede-nos, ó meu Deus, forças para apagar de nossa alma todo ressentimento, todo ódio e todo rancor. Faze que a morte não nos surpreenda guardando nós no coração desejos de vingança. Se te aprouver tirar-nos hoje mesmo deste mundo, faze que nos possamos apresentar, diante de ti, puros de toda animosidade, a exemplo do Cristo, cujos últimos pensamentos foram em prol dos seus algozes.

            Constituem parte das nossas provas terrenas as perseguições que os maus nos infligem. Devemos, então, recebê-las sem nos queixarmos, como todas as outras provas, e não maldizer dos que, por suas maldades, nos rasgam o caminho da felicidade eterna, visto que nos disseste, por intermédio de Jesus: "Bem aventurados os que sofrem pela justiça!" Bendigamos, portanto, a mão que nos fere e humilha, uma vez que as mortificações do corpo nos fortificam a alma e que seremos exalçados por efeito da nossa humildade. Bendito seja teu nome, Senhor, por nos teres ensinado que nossa sorte não está irrevogavelmente fixada depois da morte; que encontraremos, em outras existências, os meios de resgatar e de reparar nossas culpas passadas, de cumprir em nova vida o que não podemos fazer nesta, para nosso progresso.

            Assim se explicam, afinal, todas as anomalias aparentes da vida. É a luz que se projeta sobre o nosso passado e o nosso futuro, sinal evidente da tua justiça soberana e da tua infinita bondade. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).

            VI. Não nos deixes entregues à tentação, mas livra-nos do mal.

            (...) Bem conhecendo a extensão da nossa fraqueza, forra-nos, Senhor, às pro­vas demasiado fortes para a nossa virtude e dá-nos forças para resistirmos aos nossos maus pendores; for­talece-nos a coragem, revigora-nos as energias, a fim de que possamos vencer, sem tibiezas, nem desfalecimentos, na luta que precisamos travar com as paixões grosseiras e os sentimentos inferiores, que nos tentam de contínuo, para a nossa perdição. (Elucidações Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão)

            Dá-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos Espíritos maus, que tentem desviar-nos da senda do bem, inspirando-nos maus pensamentos.

            Mas, somos Espíritos imperfeitos, encarnados na Terra para expiar nossas faltas e melhorar-nos. Em nós mesmos está a causa primária do mal e os maus Espíritos mais não fazem do que aproveitar os nossos pendores viciosos, em que nos entretêm para nos tentarem.

            Cada imperfeição é uma porta aberta à influência deles, ao passo que são impotentes e renunciam a toda tentativa contra os seres perfeitos. E inútil tudo o que possamos fazer para afastá-los, se não lhes opusermos decidida e inabalável vontade de permanecer no bem e absoluta renunciação ao mal. Contra nós mesmos, pois, é que precisamos dirigir os nossos esforços e, se o fizermos, os maus Espíritos naturalmente se afastarão, porquanto o mal é que os atrai, ao passo que o bem os repele. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).

            Segundo o Espírito Emmanuel:’’  O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Freqüentemente é personalismo, é a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, o conduzem a invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos.

            Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade, pela boa-vontade, com o melhor esforço de auto-educação, à claridade do Evangelho. ‘‘(O Consolador. Questão 410. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).   

             Não constituem obstáculos ao exercício do livre-arbítrio as predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer?

            As predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-las à prática de atos repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder. (O Livro dos Espíritos. Questão 845. Allan Kardec)          

            Senhor, ampara-nos em nossa fraqueza; inspira-nos, pelos nossos anjos guardiães e pelos bons Espíritos, a vontade de nos corrigirmos de todas as imperfeições a fim de obstarmos aos Espíritos maus o acesso à nossa alma.

            O mal não é obra tua, Senhor, porquanto o manancial de todo o bem nada de mau pode gerar. Somos nós mesmos que criamos o mal, infringindo as tuas leis e fazendo mau uso da liberdade que nos outorgaste. Quando os homens as cumprirmos, o mal desaparecerá da Terra, como já desapareceu de mundos mais adiantados que o nosso. O mal não constitui para ninguém uma necessidade fatal e só parece irresistível aos que nele se comprazem. Desde que temos vontade para o fazer, também podemos ter a de praticar o bem, pelo que, ó meu Deus, pedimos a tua assistência e a dos Espíritos bons, a fim de resistirmos à tentação. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).

            VII. Assim seja.

            Amém, que quer dizer — assim seja: — assim seja, Senhor, pois que o reinado, o poder e a glória te perten­cem a ti que és o único verdadeiramente grande, que estás acima de todas as coisas e de todas as criaturas, a ti que és o nosso Deus, o Criador único de tudo o que vive e se move no espaço infinito, a ti que, onipotente na imensidade, és o nosso juiz supremo, o nosso soberano, o nosso Rei, a quem tributamos as homenagens dos nos­sos corações e em cujo louvor entoarão as nossas almas cânticos eternos. (Elucidações Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão)

            Praza-te, Senhor, que os nossos desejos se efetivem. Mas, curvamo-nos perante a tua sabedoria infinita. Que em todas as coisas que nos escapam à compreensão se faça a tua santa vontade e não a nossa, pois somente queres o nosso bem e melhor do que nós sabes o que nos convém.

            Dirigimos-te esta prece, ó Deus, por nós mesmos e também por todas as almas sofredoras, encarnadas e desencarnadas, pelos nossos amigos e inimigos, por todos os que solicitem a nossa assistência e, em particular, por N... Para todos suplicamos a tua misericórdia e a tua bênção. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).

 

Bibliografia:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 2. Allan Kardec.

- O Livro dos Espíritos. Questão 845. Allan Kardec.

- O que é o Espiritismo. Cap. 3. O homem depois da morte. Questão 147. Allan Kardec.

- Estudando o Evangelho. Cap. 20. Martins Peralva.

- O Evangelho dos Humildes. Cap. 6. Eliseu Rigonatti.

- Elucidações Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão.

- As leis morais. Cap. 11. Rodolfo Calligaris.

- O Consolador. Questões 338 e 410. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

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