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Aula 7 - Biografia de Allan Kardec

Ciclo 1 - História: Biografia de Allan Kardec - Atividade: PH - 1- Allan Kardec.

Ciclo 2 - História: Biografia de Allan Kardec -  Atividade: ESE - Cap.1-3-O Espiritismo.

Ciclo 3 - História: Biografia de Allan Kardec  e As batidas misteriosas  -  Atividade: LE - Introdução - Item 1.

Mocidade - História: Biografia de Allan Kardec ou/e 16 - Filmes ou documentários espíritas ou não: exibir o filme Kardec (2019) completo ou parte dele, observando que algumas cenas não condizem com a biografia descrita em "Obras Póstumas" - Atividade: 13 - Biografias: cada adolescente deverá pesquisar no livro "Obras Póstumas" um fato interessante sobre a vida de Kardec e ler na próxima aula.

 

Dinâmicas: Quebra-cabeça de Allan KardecAllan Kardec Controle universal do ensino dos Espíritos (CUEE).

Mensagens Espíritas: Allan Kardec.

Sugestão de vídeos: - Música Espírita: Livro dos Médiuns (Dica: pesquise no Youtube).

- História espírita: Allan Kardec e Doutrina Espírita (Dica: pesquise no Youtube).

Sugestão de livro infantil: Livro em quadrinhos: A Doutrina.Winton Pontes.2009.

 

Tópicos a serem abordados:

- Allan Kardec nasceu na cidade de Lyon na França, em 1804. Seu nome verdadeiro era Hippolyte Léon Denizard Rivail, mas utilizou o pseudônimo de Allan Kardec para os livros espíritas que publicou.

-Era um menino inteligente, na sua juventude se interessava pelos estudos de ciências e filosofia. Estudou na Suíça com o professor Pestalozzi e  tornou-se seu dedicado discípulo. Desde os 14 anos ensinava o que sabia para os outros.

-  Conhecia a fundo e falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol; conhecia também o holandês.

- Allan Kardec era professor, durante o período de 1835 a  1840 deu cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia comparada, em sua casa. Era também escritor de livros pedagógicos de aritmética e gramática, e traduzia obras inglesas e alemãs.

-  Ele casou-se em 1832 (aos 28 anos) com a Sra. Amélia Boudet, que era professora, mas não tiveram filhos. Graças a venda de seus livros pedagógicos, ele e a sua esposa alcançaram uma posição financeira satisfatória.

-  Foi em 1854 (aos 50 anos) que Allan Kardec ouviu pela primeira vez falar nas mesas girantes, a princípio do Sr. Fortier que era magnetizador. O Sr. Fortier lhe disse um dia: “Eis aqui uma coisa que é bem mais extraordinária: não somente se faz girar uma mesa, magnetizando-a, mas também se pode fazê-la falar. Interroga-se, e ela responde.” 

-" Isso", respondeu  Allan Kardec, "é uma outra questão"; "eu acreditarei quando vir e quando me tiverem provado que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir, e que se pode tornar sonâmbula. Até lá, permita-me que não veja nisso senão uma fábula para provocar o sono".

- No ano seguinte (1855) encontrou o seu amigo Sr. Carlotti, que lhe falou sobre estes fenômenos e sobre a ação dos Espíritos, mas mesmo assim não lhe convenceu e só aumentaram as suas dúvidas.   — Você um dia será dos nossos — disse ele. — Não digo que não, respondeu Allan Kardec —; veremos isso mais tarde.

- Depois, certo dia, ele foi convidado para assistir às experiências que se realizavam na casa da Sra. Plainemaison e lá foi a primeira vez que Allan Kardec testemunhou o fenômeno das mesas girantes, que saltavam e corriam. Mas as reuniões que se faziam lá não eram sérias, eram apenas um divertimento.

- Em uma dessas reuniões, ele conheceu o Sr. Baudin, que lhe ofereceu assistir às sessões semanais que se efetuavam em sua casa. Desde este momento, então,  começou a frequentar este local e foi onde fez os seus primeiros estudos sérios em Espiritismo.  

- Começou ali a procurar resolver os problemas que lhe interessavam do ponto de vista da filosofia, da psicologia e da natureza do mundo invisível; chegava a cada sessão com uma séria de perguntas preparadas, e metodicamente arrumadas; elas eram sempre respondidas pelos Espíritos com precisão, profundidade, e de maneira lógica.

- No ano seguinte, em 1856, seguiu ao mesmo tempo as reuniões espíritas que se tinham , na casa do Sr. Roustan e Sra. Japhet, médium sonâmbula.

- Também teve relação com outros médiuns,  que lhe ajudaram no trabalho. E foi da comparação e da fusão de todas essas respostas dadas pelos Espíritos,coordenadas e classificadas, que formou a primeira edição de  O Livro dos Espíritos , em 18 de abril de 1857 (data que marca a fundação do Espiritismo).  

- Allan Kardec tornou-se mundialmente conhecido: o codificador da Doutrina Espírita. Orientado por Espíritos superiores, sob a coordenação do Espírito de Verdade, lançou, sucessivamente, O que é o Espiritismo (1859), O livro dos Médiuns (1861), O Evangelho segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868). Em 1890, seus amigos reuniram textos inéditos e anotações pessoais e editaram o livro Obras Póstumas.

- Em janeiro de 1858 lançou a Revista Espírita (publicação mensal, composta por 12 volumes) e em abril do mesmo ano fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, reuniões de estudos que ocorriam todas as terças-feiras.

- A missão de Allan Kardec não era fácil, pois a revelação da Doutrina transformaria o mundo inteiro e muitos inimigos colocariam obstáculos no seu caminho. Tinha que sacrificar o seu repouso, sua tranquilidade, até  sua saúde, para cumprir o seu trabalho. Para tal missão não era suficiente a inteligência era necessário, primeiramente, para agradar a Deus, ter humildade, modéstia e desinteresse.   

- Allan Kardec  morreu com 65 anos, sucumbindo da ruptura de um aneurisma ,sua esposa, que lhe apoiava nos trabalhos, tinha 74 anos, neste momento, e sobreviveu até aos 89 anos. Léon Denis (1846 - 1927), Gabriel Delanne (1857- 1926) e Camille Flammarion (1842-1925), foram os principais continuadores do Espiritismo após a sua morte.

 

Perguntas para fixação:

1. Onde Allan Kardec nasceu?

2. Que idade ele tinha quando começou a dar aulas?

3. Qual era a sua profissão?

4. Com quem ele se casou?

5. Quantos anos Allan Kardec tinha quando ouviu falar, pela primeira vez, das mesas girantes?

6.  Onde ele fez seus primeiros estudos sérios de Espiritismo?

7.  Qual era sua missão?

8. Por quê sua missão era difícil?

9. Quais livros ele publicou?

10. Como era chamada a publicação mensal, realizada por Allan Kardec?

 

Subsídio para o Evangelizador:

            Nascido em Lyon (Lião), a 3 de outubro de 1804, de uma antiga família que se distinguiu na magistratura e na advocacia, o Sr Allan Kardec (nome verdadeiro: Hippolyte Léon Denizard Rivail)  não seguiu essa carreira. Desde sua primeira juventude, sentia-se atraído para o estudo das ciências e da filosofia. (Obras Póstumas. Biografia de Allan Kardec. Allan Kardec).

            Rivail Denizard fez em Lião os seus primeiros estudos e completou em seguida a sua bagagem escolar, em Yverdun (Suíça), com o célebre professor Pestalozzi, de quem cedo se tornou um dos mais eminentes discípulos, colaborador inteligente e dedicado. Aplicou-se, de todo o coração, à propaganda do sistema de educação que exerceu tão grande influência sobre a reforma dos estudos na França e na Alemanha.(O que é o Espiritismo. Biografia de Allan Kardec. Henri Sausse).

            Dotado de uma inteligência notável e atraído para o ensino pelo seu caráter e as suas aptidões especiais, desde a idade de quatorze anos, ensinava o que sabia àqueles de seus condiscípulos que tinham adquirido menos do que ele. (Obras Póstumas. Biografia de Allan Kardec. Allan Kardec).

            (...) Conhecia a fundo e falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol; conhecia também o holandês, e podia facilmente exprimir-se nesta língua.

            No mundo das letras e do ensino, que freqüentava em Paris, Denizard Rivail encontrou a senhorita Amélia Boudet (1), professora com diploma de 1a classe  (com o qual  se casou em 6 de fevereiro de 1832 e não teve filhos).

            (...) Esse trabalhador infatigável escrevia à noite, ao serão, gramáticas, aritméticas, livros para estudos pedagógicos superiores; traduzia obras inglesas e alemãs e preparava todos cursos de Levy-Alvarès, freqüentados por discípulos de ambos os sexos do  faubourg  Saint-Germain. Organizou também em sua casa, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia comparada, de 1835 a 1840, e que eram muito freqüentados. (O que é o Espiritismo. Biografia de Allan Kardec. Henri Sausse).

            Entre as suas numerosas obras de educação, citaremos as seguintes:

Plano proposto para melhoramento da Instrução pública (1828); Curso prático e teórico de Aritmética, segundo o método de Pestalozzi, para uso dos professores e das mães de família (1824); Gramática francesa clássica (1831);  Manual dos exames para os títulos de capacidade; Soluções racionais das questões e problemas de Aritmética e de Geometria (1846); Catecismo gramatical da língua francesa (1848);  Programa dos cursos usuais de Química, Física, Astronomia, Fisiologia , que ele professava no Liceu Polimático; Ditados normais dos exames da Municipalidade e da Sorbona , seguidos de Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas (1849), obra muito apreciada na época do seu aparecimento e da qual ainda recentemente eram tiradas novas edições (Obras Póstumas. Biografia de Allan Kardec. Allan Kardec).

            Graças principalmente as obras pedagógicas do Prof. Rivail, adotadas pela própria Universidade de França, e que tiveram sucessivas edições, ele e a senhora alcançaram uma posição financeira satisfatória (Revista Reformador. Novembro de 1995. Pág. 337).

            Foi em 1854 ( aos 50 anos de idade) que o Sr. Rivail ouviu pela primeira vez falar nas mesas girantes, a princípio do Sr. Fortier, magnetizador, com o qual mantinha relações, em razão dos seus estudos sobre o Magnetismo. O Sr. Fortier lhe disse um dia: “Eis aqui uma coisa que é bem mais extraordinária: não somente se faz girar uma mesa, magnetizando-a, mas também se pode fazê-la falar. Interroga-se, e ela responde.”

            — Isso, replicou o Sr. Rivail, é uma outra questão; eu acreditarei quando vir e quando me tiverem provado que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir, e que se pode tornar sonâmbula. Até lá, permita-me que não veja nisso senão uma fábula para provocar o sono. (O que é o Espiritismo. Biografia de Allan Kardec. Henri Sausse).

            Segundo Allan Kardec: ''este raciocínio era lógico; concebia a possibilidade  do movimento por uma força mecânica, mas, ignorando a causa e a lei do fenômeno, parecia-me absurdo atribuir inteligência a uma coisa puramente material''. (Obras Póstumas. Minha primeira iniciação no espiritismo. Allan Kardec). 

            Eis aqui como Allan Kardec nos revela as suas dúvidas, as suas hesitações e também a sua primeira iniciação:

            “Eu me encontrava, pois, no ciclo de um fato inexplicado, contrário, na aparência, às leis da Natureza e que minha razão repelia. Nada tinha ainda visto nem observado; as experiências feitas em presença de pessoas honradas e dignas de fé me firmavam na possibilidade do efeito puramente material; mas a idéia, de uma mesa falante , não me entrava ainda no cérebro.

            “No ano seguinte — era no começo de 1855 — encontrei o Sr. Carlotti, um amigo de há vinte e cinco anos, que discorreu acerca desses fenômenos durante mais de uma hora, com o entusiasmo que ele punha em todas as idéias novas. O Sr. Carlotti era corso de origem, de natureza ardente e enérgica; eu tinha sempre distinguido nele as qualidades que caracterizam uma grande e bela alma, mas desconfiava da sua exaltação. Ele foi o primeiro a falar-me da intervenção dos Espíritos, e contou-me tantas coisas surpreendentes que, longe de me convencerem, aumentaram as minhas dúvidas. — Você um dia será dos nossos — disse-me ele. — Não digo que não, respondi-lhe eu —; veremos isso mais tarde.Daí a algum tempo, pelo mês de maio de 1855, estive, em casa da sonâmbula Sra. Roger, com o Sr. Fortier, seu magnetizador. Lá encontrei o Sr. Pâtier e a Sra. Plainemaison, que me falaram desses fenômenos no mesmo sentido que o Sr. Carlotti, mas noutro tom. O Sr. Pâtier era funcionário público, de certa idade, homem muito instruído, de caráter grave, frio e calmo; sua linguagem pausada, isenta de todo entusiasmo, produziu-me viva impressão, e, quando ele me convidou para assistir às experiências que se realizavam em casa da Sra. Plainemaison, rua Grange-Batelière no 18, aceitei com solicitude. A entrevista foi marcada para a terça-feira* de maio, às 8 horas da noite.

            “Foi aí, pela primeira vez, que testemunhei o fenômeno das mesas girantes, que saltavam e corriam, e isso em condições tais que a dúvida não era possível''.

                “Aí vi também alguns ensaios muito imperfeitos de escrita mediúnica em uma ardósia com o auxílio de uma cesta. Minhas idéias estavam longe de se haver modificado, mas naquilo havia um fato que devia ter uma causa. Entrevi, sob essas aparentes futilidades e a espécie de divertimento que com esses fenômenos se fazia, alguma coisa de sério e como que a revelação de uma nova lei, que a mim mesmo prometi aprofundar.

            “A ocasião se me ofereceu e pude observar mais atentamente do que tinha podido fazer. Em um dos serões da Sra. Plainemaison, fiz conhecimento com a família Baudin, que morava então à rua Rochechouart. O Sr. Baudin fez-me oferecimento no sentido de assistir às sessões semanais que se efetuavam em sua casa, e às quais eu fui, desde esse momento, muito assíduo. Foi aí que fiz os meus primeiros estudos sérios em Espiritismo, menos ainda por efeito de revelações que por observação.

                Um dos primeiros resultados das minhas observações foi que os Espíritos, não sendo senão as almas dos homens, não tinham nem a soberana sabedoria, nem a soberana ciência; que o seu saber era limitado ao grau do seu adiantamento, e que a sua opinião não tinha senão o valor de uma opinião pessoal. Esta verdade, reconhecida desde o começo, evitou-me o grave escolho (perigo) de crer na sua infalibilidade e preservou-me de formular teorias prematuras sobre a opinião de um só ou de alguns.

            ''Comecei ali a procurar resolver os problemas que me interessavam do ponto de vista da filosofia, da psicologia e da natureza do mundo invisível; chegava a cada sessão com uma séria de perguntas preparadas, e metodicamente arrumadas; elas eram sempre respondidas com precisão, profundidade, e de maneira lógica. De início, não tivera em vista senão a minha própria instrução; mais tarde, quando vi que isso formava um conjunto e tomava as proporções de uma doutrina, tive o pensamento de publicá-las para a instrução de todo o mundo. Foram as mesmas perguntas que, sucessivamente desenvolvidas e completadas, fizeram a base de O Livro dos Espíritos''.  

            No ano seguinte, em 1856, segui ao mesmo tempo as reuniões espíritas que se tinham na rua Tiquetone, na casa do Sr. Roustan e Sra. Japhet, sonâmbula.

             Tendo-me as circunstâncias posto em relação com outros médiuns, toda vez que se oferecia ocasião, eu a aproveitava para propor algumas das questões que me pareciam mais melindrosas. Foi assim que mais de dez médiuns prestaram seu concurso a esse trabalho. E foi da comparação e da fusão de todas essas respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes refeitas no silêncio da meditação, que formei a primeira edição de  O Livro dos Espíritos , a qual apareceu em 18 de abril de 1857.

            Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de o assinar com o nome de Allan Kardec que, segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.

            Foi a 30 de abril de 1856, em casa do Sr. Roustan, pela médium Srta. Japhet, que Allan Kardec recebeu a primeira revelação da missão que tinha a desempenhar. (O que é o Espiritismo. Biografia de Allan Kardec. Henri Sausse).  Mais tarde, (12 de Junho de 1856)  questionou o espírito de verdade sobre a sua missão:

            Pergunta (à Verdade) - '' Bom Espírito, eu desejara saber o que pensas da missão que alguns Espíritos me assinaram.(...)

            Resposta - Confirmo o que te foi dito, mas recomendo-te muita discrição, se quiseres sair-te bem. Tomarás mais tarde conhecimento de coisas que te explicarão o que ora te surpreende. Não esqueças que podes triunfar, como podes falir. Neste último caso, outro te substituiria, porquanto os desígnios de Deus não assentam na cabeça de um homem. Nunca, pois, fales da tua missão; seria a maneira de a fazeres malograr-se. Ela somente pode justificar-se pela obra realizada e tu ainda nada fizeste. Se a cumprires, os homens saberão reconhecê-lo, cedo ou tarde, visto que pelos frutos é que se verifica a qualidade da árvore.

            Pergunta (à Verdade) - Quais são as causas que poderiam me fazer fracassar? Seria a insuficiência de minhas capacidades?

            Resposta - Não; mas, a missão dos reformadores esta cheia de escolhos e perigos. Previno-te de que é rude a tua, porquanto se trata de abalar e transformar o mundo inteiro. Não suponhas que te baste publicar um livro, dois livros, dez livros, para em seguida ficares tranqüilamente em casa. Tens que expor a tua pessoa. Suscitarás contra ti ódios terríveis; inimigos encarniçados se conjurarão para tua perda; ver-te-ás a braços com a malevolência, com a calúnia, com a traição mesma dos que te parecerão os mais dedicados (...)  terás de sustentar uma luta quase contínua, com sacrifício de teu repouso, da tua tranqüilidade, da tua saúde e até da tua vida, pois, sem isso, viverias muito mais tempo (...) Para tais missões, não basta a inteligência. Faz-se necessário, primeiramente, para agradar a Deus, humildade, modéstia e desinteresse, porque ele abate os orgulhosos, os presunçosos e os ambiciosos. Para lutar contra os homens, são indispensáveis coragem, perseverança e inabalável firmeza. (...)

            Allan Kardec afirma que em 1º de Janeiro de 1867, dez anos e meio depois que esta comunicação lhe foi dada, ela se realizou em todos os pontos, porque sofreu todas as vicissitudes que lhe foram anunciadas. (Obras Póstumas.Minha Missão. 12 de Junho de 1856. Allan Kardec). 

            Em 17 de Janeiro de 1857, recebeu o primeiro anúncio de uma nova encarnação, descrita no seguinte trecho: " Não verás, nesta existência, senão a aurora do sucesso de tua obra; será necessário que retornes, reencarnado num outro corpo, para completar o que tiveres começado, e, então, terás a satisfação de ver, em plena frutificação, a semente que tiveres difundido (2). (Obras Póstumas. Primeiro Anúncio de uma nova encarnação. Allan Kardec)''

            (...) Allan Kardec tornou-se mundialmente conhecido: o codificador da Doutrina Espírita. Orientado por Espíritos superiores, sob a coordenação do Espírito de Verdade, lançou, sucessivamente, O Livro Espíritos (1857), O que é o Espiritismo (1859), O livro dos Médiuns (1861), O Evangelho segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868). Em 1890, seus amigos reuniram textos inédito e anotações pessoais e editaram o livro Obras Póstumas.

            Em janeiro de 1858 lançou a Revue Spirite (Revista Espírita) e em abril do mesmo ano fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, empreendimentos que contaram com a sua direção até a sua desencarnação, em 31 de março de 1869, e que muito contribuíram para a divulgação do Espiritismo (...) (Revista Espírita. 2ª orelha do Livro. Allan Kardec. FEB, 2007).

           Segundo o guia espiritual Haya, "Kardec é o homem escolhido por Deus para a instrução das criaturas no presente. São palavras inspiradas por Espíritos do bem, Espíritos muito superiores. Tende fé. Lede e estudai toda a doutrina: é um bom conselho que vos dou."(Revista Espírita. Abril de 1862. Respostas à questão dos anjos decaídos. Guia espiritual - Haya, Holanda - Médium: Barão de Kock . Allan Kardec)

            No entanto, Allan Kardec esclarece que,  "O Espiritismo é a terceira  revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários."  (O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap. 1. Item 6. Allan Kardec)   

            Segundo Heculano Pires, "A palavra Espiritismo, cunhada por Kardec como um neologismo da língua francesa, na época, é uma denominação genésica da Doutrina Espírita. Nasceu das suas entranhas e só a ela se pode aplicá-la. Kardec rejeitou a denominação de Kardecismo, que seus próprios colaboradores lhe sugeriram, explicando que a doutrina não era uma elaboração pessoal dele, mas o resultado das pesquisas e dos estudos das manifestações espíritas. Entrando em contato com o mundo espiritual, em todas as suas camadas, Kardec recebeu dos Espíritos elevados os lineamentos da doutrina, mas não os aceitou de mão beijada. Submeteu essas comunicações do outro mundo a rigoroso processo de verificação experimental. Só aceitou como válido o que era provado pelas numerosas pesquisas incessantemente repetidas e confrontadas entre si. Para tanto, criou uma metodologia específica, pois entendia que os métodos devem ajustar-se à natureza específica do objeto submetido à pesquisa. Sem essa adequação seria impossível obterem-se resultados significativos." (Ciência espírita e suas implicações terapêuticas. Ca. 4. J. Herculano Pires)

           De acordo com Allan Kardec, "TODA TEORIA EM MANIFESTA CONTRADIÇÃO COM O BOM SENSO, COM UMA LÓGICA RIGOROSA E COM OS DADOS  POSITIVOS JÁ ADQUIRIDOS, DEVE SER REJEITADA, por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura. (...)Uma só garantia séria existe para o ensino  dos  Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares. (...) Foi essa unanimidade que pôs por terra todos  os sistemas parciais que surgiram na origem do Espiritismo, quando cada um explicava à sua maneira os fenômenos, e antes que se conhecessem as leis que regem as relações entre o mundo visível e o mundo invisível. (...) Essa a base em que nos apoiamos, quando formulamos um princípio da doutrina.  (...) Não será à opinião de um homem que se aliarão os outros, mas à voz unânime  dos   Espíritos; não será um homem, nem nós, nem qualquer outro que fundará a ortodoxia espírita; tampouco será um Espírito que se venha impor a quem quer que seja: será a universalidade dos Espíritos que se comunicam em toda a Terra, por ordem de Deus. Esse o caráter essencial da Doutrina espírita; essa a sua força, a sua autoridade. Quis Deus que a sua lei assentasse em base inamovível e por isso não lhe deu por fundamento a cabeça frágil de um só." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Introdução. 2. Autoridade da Doutrina Espírita. Allan Kardec)       

            Herculano Pies afirma: "Os princípios da Codificação não podem ser alterados pela obra de um espírito isolado. A Codificação não é obra de vidência, mas de pesquisa científica realizada por Kardec sob orientação e vigilância dos Espíritos Superiores. "(Mediunidade. Cap. 3. J. Herculano Pires)
              Eis aqui o pensamento do próprio Kardec, refutando a ideia de ser a doutrina autoria dele:
              "Há entre o Espiritismo e outros sistemas filosóficos esta diferença capital; que estes são todos obra de homens, mais ou menos esclarecidos, ao passo que, naquele que me atribuís, eu não tenho o mérito da invenção de um só princípio. Diz-se: a filosofia de Platão, de Descartes, de Leibnitz; nunca se poderá dizer: a doutrina de Allan Kardec; e isto, felizmente, pois que valor pode ter um nome em assunto de tamanha gravidade? O Espiritismo tem auxiliares de maior preponderância, ao lado dos quais somos simples átomos". (O que é o Espiritismo.  Cap. 1. Allan Kardec)

            Allan Kardec  faleceu em Paris, na idade de 65 anos, (...) sucumbindo da ruptura de um aneurisma. A senhora Allan Kardec tinha 74 anos por ocasião da morte de seu esposo. Sobreviveu-lhe até 1883, ano em que, a 21 de janeiro, se extinguiu, na idade de 89 anos. (O que é o Espiritismo. Biografia de Allan Kardec. Henri Sausse). Não deixando herdeiros diretos, pois que não teve filhos, por testamento fez ela sua legatária (beneficiário) universal a "sociedade para a continuação das obras Espíritas de Allan Kardec''. (Revista Reformador. Novembro de 1995. Pág. 339).

            Léon Denis (1846 - 1927) foi um filósofo, médium e um dos principais continuadores do espiritismo após a morte de Allan Kardec, ao lado de Gabriel Delanne (1857- 1926)  e Camille Flammarion (1842-1925). (https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9on_Denis).

          

Observação (1): (...) A senhorinha Amélie também foi professora de letras e Belas-Artes, trazendo de encarnações passadas a tendência inata, por assim dizer, para a poesia e o desenho. Tornou-se ela verdadeira secretaria do esposo, secundando-o nos novos e bem mais árduos trabalhos que agora lhes tomavam todo o tempo, estimulando-o, incentivando-o no cumprimento de sua missão. (Revista Reformador. Novembro de 1995. Pág. 336 e 337).

 

Observação (2): NOTA — Calculando aproximadamente a duração dos trabalhos que ainda tenho de fazer e levando em conta o tempo da minha ausência e os anos da infância e da juventude, até à idade em que um homem pode desempenhar no mundo um papel, a minha volta deverá ser forçosamente no fim deste século ou no princípio do outro (Obras Póstumas. Meu retorno. Allan Kardec).

 

Bibliografia:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo.   Introdução. 2. Autoridade da Doutrina Espírita / Cap. 1. Item 6. Allan Kardec.

- Revista Espírita. Abril de 1862. Respostas à questão dos anjos decaídos. Guia espiritual - Haya, Holanda - Médium: Barão de Kock . Allan Kardec.

-  Revista Espírita. 2ª orelha do Livro. Allan Kardec. FEB, 2007.

- Ciência espírita e suas implicações terapêuticas. Ca. 4. J. Herculano Pires.

- Mediunidade. Cap. 3. J. Herculano Pires.

- O que é o Espiritismo.  Cap. 1. Allan Kardec.

- Obras Póstumas. Biografia de Allan Kardec.  Minha primeira iniciação no espiritismo . Minha missão. Primeiro Anúncio de uma nova encarnação . Meu retorno. Allan Kardec.

- O que é o Espiritismo. Biografia de Allan Kardec. Henri Sausse. FEB.

-  Revista Reformador. Novembro de 1995. Pág. 336, 337, 338 e 339.

- Sites: https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9on_Denis. Data da consulta: 07/06/14.

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