Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 65 - Lei do trabalho

Ciclo 1 - História:  O pote de barro  -  Atividade: O Evangelizador deve levar um desenho de um vaso e pedir para que o aluno desenhe flores dentro dele.

Ciclo 2 - História:  Greve geral -  Atividade: LE - L2 - Cap.7 - 3 - Faculdades morais e intelectuais ou/e LE - L3 - Cap. 3 - 2. Limite do trabalho. Repouso.

Ciclo 3 - História:  O remédio imprevisto -  Atividade: LE - L3 - Cap. 3 - Necessidade do trabalho ou/e ESE - Cap. 25 - 1. Ajuda-te que, e o céu te ajudará ou/e   Pedir para desenhar a si mesmo realizando uma atividade na profissão que pretende escolher.

Mocidade - História: Ajuda-te, que o céu te ajudaráAtividade: 18 - Confecção de jornal ou revista: Fazer um trabalho voluntário de confecção de jornal com o tema principal: trabalho ( outros temas relacionados: dever, tarefa, serviço, profissão, caridade, etc.) Dica: Faça pesquisa das mensagens espíritas no site Bíbliadocaminho.

 

Dinâmicas: Lei do trabalho;   Adivinhe a profissão;   Trabalho no bem.

Mensagens Espíritas: Trabalho.

Sugestão de vídeo: - Música Espírita: Colaboração (Dica: pesquise no Youtube).   

Sugestão de livros infantis: - A vida fala II. O remédio imprevisto. Neio Lúcio. Chico Xavier. Editora FEB.

- Maria feliz. Sônia Xavier Pimentel. Editora Fonte viva.

 

Leitura da Bíblia: Mateus - Capítulo 7


7.7   Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.


7.8   Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.


7.9   Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra?


7.10   Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra?


7.11   Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?


 

João - Capítulo 5


5.15   O homem retirou-se e disse aos judeus que fora Jesus quem o havia curado.


5.16   E os judeus perseguiam Jesus, porque fazia estas coisas no sábado.


5.17   Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.


 

Tópicos a serem abordados:

- O trabalho é uma lei da natureza tanto para os Espíritos encarnados quanto para as sociedades do plano espiritual.

- Tudo na natureza trabalha; tudo serve sob a lei da cooperação. O sol envolve o mundo em seus raios, espalhando calor e luz . Os vegetais absorvem luz solar, CO2 e água, ajudando a atmosfera com a liberação de oxigênio. Os animais se nutrem das plantas e de outros seres vivos, mas também se sacrificam para servir de alimento ao homem. O homem trabalha para conservar o seu corpo físico, assim como fazem os animais, mas além disso, trabalha para desenvolver a sua inteligência e aperfeiçoar o seu Espírito.  

- Toda ocupação útil é considerado trabalho. Estudar, fazer as tarefas escolares, ajudar a família na limpeza e arrumação da casa, auxiliar a cuidar do irmão mais novo, orar em favor dos doentes,  fazer um trabalho voluntário , são maneiras de se trabalhar.  Deus quer que cada um seja útil, de acordo com as suas habilidades.  O trabalho nos ensina a disciplina, a paciência e a obediência.

-  Através do trabalho remunerado conseguimos prover as nossas necessidades materiais, como se alimentar e se vestir. Mediante ao trabalho voluntário (sem remuneração),  podemos nos elevar moralmente.

- Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra oportunidade de o praticar. Basta que se esteja em relações com outras pessoas para que se tenha ocasião de fazer o bem.

- O Céu auxilia sempre a quem trabalha no bem. Quando Jesus disse:  '' Pedi e vos será dado ; Procurai e achareis; Batei e a porta vos será aberta'', que é semelhante à expressão ''Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará'', quis ensinar o  princípio da lei do trabalho e, consequentemente, da lei do progresso, pois o progresso é filho do trabalho. O desenvolvimento da ciência, da indústria, e da tecnologia só pode ser adquirido pelo trabalho, pois é apenas pelo trabalho que o homem progride em seu caminho. Portanto, procura e acharás ; trabalha e produzirás.

- Do ponto de vista moral, essas palavras de Jesus significam: Pedi a luz que vos clareie o caminho e ela vos será dada; pedi forças para resistirdes ao mal e as tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão acompanhar-vos; pedi bons conselhos e eles não vos serão jamais recusados; batei à nossa porta e ela se vos abrirá; mas, pedi sinceramente, com fé, confiança e fervor; apresentai-vos com humildade e não com orgulho.

- Cada um de nós é chamado a desempenhar uma determinada tarefa de acordo com o seu grau de adiantamento e de acordo com as provas pelas quais terá de passar; daí nasce a grande divisão do trabalho, com diferentes profissões,  que beneficiam a todos: o que um não faz, o outro faz (1). Por mais humilde que um trabalho seja nunca o devemos desprezar, pois toda ocupação útil  é importante.

- Ocupando a mente, o coração e os braços nas tarefas do bem, exemplificamos a verdadeira fraternidade, e adquirimos o tesouro da simpatia, com o qual obtemos o respeito e a cooperação dos outros (2).

- Trabalhemos, pois, até o '' limite de nossas forças”, já que o trabalho é uma bênção; porém, ele deve ser feito com equilíbrio: evite o exagero, que é prejudicial a saúde, e nem se deixe levar pela preguiça, que nos leva a ociosidade. O descanso também é uma lei da natureza e serve para a reparação das forças do corpo.

- O maior trabalhador do Universo é Deus. Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”(1)

 

Comentário (1): Catequismo Espírita. 26a Lição. Eliseu Rigonatti  (2): Pai Nosso. A benção do trabalho. Espírito Meimei. Psicografado por Chico Xavier.

 

Perguntas para fixação:

1. Por que o trabalho é necessário?

2. Quais são os seres que trabalham na natureza?

3. De que maneira o trabalho aperfeiçoa nosso espírito?

4. Dê exemplos de ocupações úteis.

5. Qual é o benefício que nos traz a divisão do trabalho?

6. Por que é que não devemos desprezar nenhum trabalho?

7. Para que serve o repouso?

8. Qual é o maior trabalhador do Universo?

          

Subsídio para o Evangelizador:

            Genericamente o vocábulo trabalho pode ser definido como: "Ocupação em alguma obra ou ministério; exercício material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma cousa." (Estudos Espíritas. Item 11. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco).

            A necessidade do trabalho é lei da Natureza?

            O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos. (O Livro dos Espíritos. Questão 674. Allan Kardec).

            Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais?

            Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho. (O Livro dos Espíritos. Questão 675. Allan Kardec).

             Por que o trabalho se impõe ao homem?

            Por ser uma conseqüência da sua natureza corpórea. É expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Ao extremamente fraco de corpo outorgou Deus a inteligência, em compensação. Mas é sempre um trabalho. (O Livro dos Espíritos. Questão 676. Allan Kardec).

             O trabalho é uma lei tanto para as humanidades quanto para as sociedades do Espaço. Desde o ser mais rudimentar até os espíritos angélicos que velam pelos desti­nos dos mundos, cada um faz sua parte no grande concerto universal.

            Penoso e grosseiro para os seres inferiores, o trabalho suaviza-se à medida que a vida se depura. Torna-se uma fonte de prazeres para o espírito adiantado, insensível às atrações materiais, exclusivamente ocupado com estudos mais elevados. (Depois da morte. Cap. 52. Léon Denis). 

            Chico Xavier afirma: ''Os Espíritos Superiores não descansam; para eles, o trabalho é sinônimo de alegria, de realização espiritual mais íntima…  Se esperamos por descanso depois da morte, estamos mal-informados. A morte é a vida que se desdobra, plena de trabalho em todos os sentidos…'' ( O Evangelho de Chico Xavier. Item 347.  Carlos A. Baccelli).

            Tudo em a Natureza trabalha. Como tu, trabalham os animais, mas o trabalho deles, de acordo com a inteligência de que dispõem, se limita a cuidarem da própria conservação. Daí vem que o do homem visa duplo fim: a conservação do corpo e o desenvolvimento da faculdade de pensar, o que também é uma necessidade e o eleva acima de si mesmo. Quando digo que o trabalho dos animais se cifra no cuidarem da própria conservação, refiro-me ao objetivo com que trabalham. Entretanto, provendo às suas necessidades materiais, eles se constituem, inconscientemente, executores dos desígnios do Criador e, assim, o trabalho que executam também concorre para a realização do objetivo final da Natureza, se bem quase nunca lhe descubrais o resultado imediato. (O Livro dos Espíritos. Questão 677. Allan Kardec).

            Em os mundos mais aperfeiçoados, os homens se acham submetidos à mesma necessidade de trabalhar? (1)

            A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas, não deduzais daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício. ( O Livro dos Espíritos. Questão 678. Allan Kardec).

            A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste na ociosidade contemplativa, que seria, como temos dito muitas vezes, uma eterna e fastidiosa inutilidade.

            (...) Os puros Espíritos são os Messias ou mensageiros de Deus pela transmissão e execução das suas vontades. Preenchem as grandes missões, presidem à formação dos mundos e à harmonia geral do Universo, tarefa gloriosa a que se não chega senão pela perfeição. Os da ordem mais elevada são os únicos a possuírem os segredos de Deus, inspirando-se no seu pensamento, de que são diretos representantes.

            (...) Ao lado das grandes missões confiadas aos Espíritos superiores, há outras de importância relativa em todos os graus, concedidas a Espíritos de todas as categorias, podendo afirmar-se que cada encarnado tem a sua, isto é, deveres a preencher a bem dos seus semelhantes, desde o chefe de família, a quem incumbe o progresso dos filhos, até o homem de gênio que lança às sociedades novos germens de progresso.  ( O Céu e o Inferno. Primeira parte. Cap. 3. Itens 12 e 14. Allan Kardec).

            É pelo trabalho... que nos despojamos, pouco a pouco, de nossas imperfeições. A Terra, em sua velha ex­pressão física, não é senão energia condensada em época imemorial, agitada e transformada pelo tra­balho incessante, e nós, as criaturas de Deus, nos mais diversos degraus da escada evolutiva, apri­moramos faculdades e crescemos em conhecimento e sublimação, através do serviço... O verme, ar­rastando-se, trabalha em benefício, do solo e de si mesmo; o vegetal, respirando e frutescendo, ajuda a atmosfera e auxilia-se. O animal, em luta perene, é útil à gleba em que se desenvolve, adqui­rindo experiências que lhe são valiosas, e nossa alma, em constantes peregrinações, através de for­mas variadas, conquista os valores indispensáveis à sublime ascensão... Somos filhos da eternidade, em movimentação para a glória da verdadeira vida e só pelo trabalho, ajustado à Lei Divina, alcan­çaremos o real objetivo de nossa marcha! (Entre a Terra e o Céu. Cap. 8. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

            O trabalho, em tese, para o ser em processo de evolução, configura-se sob três aspectos principais: material, espiritual, moral.

            Através do trabalho material, propriamente dito, dignifica-se o homem no cumprimento dos deveres para consigo mesmo, para com a família que Deus lhe confiou, para com a sociedade de que participa.

            Pelo trabalho espiritual, exerce a fraternidade com o próximo e aperfeiçoa-se no conhecimento transcendente da alma imortal.

            No campo da atividade moral, lutará, simultaneamente, por adquirir qualidades elevadas, ou, se for o caso, por sublimar aquelas com que já se sente aquinhoado. (Estudando o Evangelho. Cap. 3. Martins Peralva). 

          Mediante o trabalho-remunerado o homem modifica o meio, transforma o habitat, cria condições de conforto.

          Através do trabalho-abnegação, do qual não decorre troca nem permuta de remuneração, ele se modifica a si mesmo, crescendo no sentido moral e espiritual.

          (...) Utilizando-se do primeiro recurso conquista simpatia e respeito, gratidão e amizade. Através da autodoação consegue superar-se, revelando-se instrumento da Misericórdia Divina na construção da felicidade de todos. (Estudos Espíritas. Item 11. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco).

          É pela bênção do trabalho que podemos esquecer os pensamentos que nos perturbam, olvidar os assuntos amargos, servindo ao próximo, no enriquecimento de nós mesmos. (Pai Nosso. A benção do trabalho. Espírito Meimei. Psicografado por Chico Xavier)

            A luta e o trabalho são tão imprescindíveis ao aperfeiçoamento do espírito, como o pão material é indispensável à manutenção do corpo físico. É trabalhando e lutando, sofrendo e aprendendo, que a alma adquire as experiências necessárias na sua marcha para a perfeição. (O Consolador. Questão 131. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            O Espírito deve ter todas as aptidões; para poder progredir, lhe é necessária uma vontade única. (O Livro dos Espíritos. Questão. 366. Allan Kardec). 

            Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e achareis é análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho e, por conseguinte, da lei do progresso, porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência.

            Na infância da Humanidade, o homem só aplica a inteligência à cata do alimento, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos seus inimigos. Deus, porém, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de melhorar a sua posição, que o leva às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Pelas suas pesquisas, a inteligência se lhe engrandece, o moral se lhe depura. As necessidades do corpo sucedem as do espírito: depois do alimento material, precisa ele do alimento espiritual.

            E assim que o homem passa da selvageria à civilização. Mas, bem pouca coisa é, imperceptível mesmo, em grande número deles, o progresso que cada um realiza individualmente no curso da vida. Como poderia então progredir a Humanidade, sem a preexistência e a reexistência da alma? Se as almas se fossem todos os dias, para não mais voltarem, a Humanidade se renovaria incessantemente com os elementos primitivos, tendo de fazer tudo, de aprender tudo. Não haveria, nesse caso, razão para que o homem se achasse hoje mais adiantado do que nas primeiras idades do mundo, uma vez que a cada nascimento todo o trabalho intelectual teria de recomeçar. Ao contrário, voltando com o progresso que já realizou e adquirindo de cada vez alguma coisa a mais, a alma passa gradualmente da barbárie à civilização material e desta à civilização moral.

            Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito.

             Em virtude desse princípio é que os Espíritos não acorrem a poupar o homem ao trabalho das pesquisas, trazendo-lhe, já feitas e prontas a ser utilizadas, descobertas e invenções, de modo a não ter ele mais do que tomar o que lhe ponham nas mãos, sem o incômodo, sequer, de abaixar-se para apanhar, nem mesmo o de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso poderia enriquecer-se e o mais ignorante tornar-se sábio à custa de nada e ambos se atribuírem o mérito do que não fizeram. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 25. Itens 2 a 4. Allan Kardec)

            A ciência é obra do gênio; ela só pode ser adquirida pelo trabalho, pois é apenas pelo trabalho que o homem progride em seu caminho. Que mérito teria se tivesse apenas que interrogar Espíritos para saber de tudo? Todo imbecil poderia tornar-se um sábio a esse preço. O mesmo acontece com as invenções e com as descobertas da indústria. Depois, há uma outra consideração: cada coisa deve vir a seu tempo e quando as idéias estiverem maduras para recebê-la. Se o homem dispusesse desse poder, transtornaria a ordem das coisas, fazendo crescer os frutos antes da estação.

            Deus disse ao homem: tirarás teu alimento da terra e com o suor de teu rosto; admirável figura que pinta a condição na qual está neste mundo; deve progredir em tudo pelo esforço do trabalho; se as coisas lhes fossem dadas todas prontas, de que lhe serviria sua inteligência? Seria como o estudante que tem os deveres feitos por um outro.

             O sábio e o inventor nunca são assistidos pelos Espíritos em suas pesquisas?

            Oh! Isso é bem diferente. Quanto é chegado o tempo de uma descoberta, os Espíritos encarregados de dirigir a marcha procuram o homem capaz de conduzi-la a bom final e lhe inspiram as idéias necessárias, de maneira a deixar-lhe todo o mérito, pois é preciso que ele elabore e ponha em ação essas idéias. O mesmo acontece com todos os grandes trabalhos da inteligência humana. (O Livro dos Médiuns. Item 294. Questões 27 e 28. Allan Kardec). 

            Não, os Espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e chegarás. Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar.

            Do ponto de vista moral, essas palavras de Jesus significam: Pedi a luz que vos clareie o caminho e ela vos será dada; pedi forças para resistirdes ao mal e as tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão acompanhar-vos e, como o anjo de Tobias, vos guiarão; pedi bons conselhos e eles não vos serão jamais recusados; batei à nossa porta e ela se vos abrirá; mas, pedi sinceramente, com fé, confiança e fervor; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças e as quedas que derdes serão o castigo do vosso orgulho. Tal o sentido das palavras: buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 25. Itens 4 e 5. Allan Kardec)

            Um guia espiritual poderá cooperar sempre em vossos trabalhos, seja auxiliando-vos nas dificuldades, de maneira indireta, ou confortando-vos na dor, estimulando-vos para a edificação moral, imprescindível à iluminação de cada um; entretanto, não deveis tomas as expressões fraternas por promessa formal, no terreno das realizações do mundo, porquanto essas realizações dependem do vosso esforço próprio e se acham entrosadas no mecanismo das provações indispensáveis ao vosso aperfeiçoamento. (O Consolador. Questão 194. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            O Céu auxilia sempre a quem trabalha; mas espera de quem trabalha o auxílio possível para todos aqueles que ainda não descobriram a felicidade de trabalhar. (Caminhos. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

            O trabalho honesto fortalece-lhe o sentimento de dignidade pessoal, fá-lo respeitado pela comunidade em que vive, e, quando bem realizado, contribui para dar-lhe a sensação de segurança, três coisas fundamentais que todos buscamos.

            Para que o homem tenha êxito no trabalho, e como tal deve entender-se não necessariamente o ganho de muito dinheiro, mas uma constante satisfação Íntima, faz-se mister que cada qual se dedique a um tipo de atividade de acordo com suas aptidões e preferências, sem se deixar influenciar pela vitória de outrem nesta ou naquela carreira, porquanto cada arte, ofício ou profissão exige determinadas qualidades que nem todos possuem.

            Quem não consiga uma ocupação condizente com o que desejaria, deve, para não ser infeliz, adaptar-se ao trabalho que lhe tenha sido dado, esforçando-se, por fazê-lo cada vez melhor, mesmo que seja extremamente fácil. Isso ajudará a gostar dele. Quando se trate de algo automatizado que não permita qualquer mudança, Como acontece em muitas fábricas modernas, o remédio é compenetrar-se de que sua função na empresa também é importante, assumindo a atitude daquele modesto operário cujo serviço era quebrar pedras e que, interrogado sobre o que fazia, respondeu com entusiasmo: “:Estou ajudando a construir uma catedral”. (As leis morais. Cap. 13. Rodolfo Calligaris).

            No entanto, no livro '' Os Mensageiros'' afirma que:  ''Raramente encontramos companheiros encarnados com bastante disposição para amar o trabalho pelo trabalho, sem idéia de re­compensa. A maioria está procurando remunera­ção imediata. Nessas condições, não percebem que a mente lhes fica como aposento escuro, atulhado de elementos inúteis. À força de viciarem racio­cínios, confundem igualmente a visão. Enxergam tormentas onde há paisagens celestes, montanhas de pedra onde o caminho é gloriosa elevação. De pequenos enganos a pequenos enganos, formam o continente das grandes fantasias. Daí por diante, a recapitulação das experiências terrenas inclina-os, mais fortemente, para a exigência animal e, che­gados a esse ponto, raros voltam ao dever sagra­do, para considerar a grandeza das divinas bênçãos.

           (...)Os mordomos da responsabili­dade alegam excesso de deveres, os servidores da obediência afirmam ausência de ensejo. Os que guar­dam possibilidades financeiras montam guarda ao patrimônio amoedado, os que receberam a bênção da pobreza de recursos monetários aconselham-se com a revolta. Os moços declaram-se muito jovens para cultivar as realidades sublimes, os mais idosos afir­mam-se inúteis para servi-las. Os casados reclamam quanto à família, os solteiros queixam-se da ausên­cia dela. Dizem os doentes que não podem, comen­tam os sãos que não precisam. Raros companheiros encarnados conseguem viver sem a contradição.'' (Os mensageiros. Cap. 28. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

           (...) É indispensável considerar que setenta por cento dos administradores terrenos não pesam os deveres morais que lhes competem, e que a mesma porcentagem pode ser adjudicada a quantos foram chamados à subordinação. Vivem, quase todos, a confessar ausência do impulso vocacional, recebendo embora os proventos comuns aos cargos que ocupam. Governos e empresas pagam a médicos que se entregam à exploração de interesses outros e a operários que matam o tempo. Onde, aí, a natureza de serviço?  Há técnicos de indústria econômica, que nunca prezaram integralmente a obrigação que lhes assiste e valem-se de leis magnânimas, à maneira de moscas venenosas no pão sagrado, exigindo abonos, facilidades e aposentadorias. Creia, porém, que todos pagarão muito caro a displicência. (Nosso lar. Cap. 22. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

             Somos defrontados nas atividades profissionais de hoje como antigos devedores da Lei, chamados a funcionar no trabalho ou nas obras em que eles próprios faliram ontem, com dilatadas possibilidades de obtenção do próprio resgate; quase sempre aqueles mesmos junto dos quais se verificaram nossos próprios delitos ou deserções em existências passadas. Em nosso benefício, a Lei nos faculta empreendimentos e obrigações junto deles, a fim de que possamos pagar débitos ou vencer antipatias e inibições, respirando-lhes o clima e renteando-lhes a presença. (Leis de amor. III - Escolha Social e profissional. Questão 7. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Não há homens que se encontram impossibilitados de trabalhar no que quer que seja e cuja existência é, portanto, inútil?

            Deus é justo e, pois, só condena aquele que voluntariamente tornou inútil a sua existência, porquanto esse vive a expensas do trabalho dos outros. Ele quer que cada um seja útil, de acordo com as suas faculdades. (O Livro dos Espíritos. Questão 680. Allan Kardec).

            Haverá quem, pela sua posição, não tenha possibilidade de fazer o bem?

            Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário. (O Livro dos Espíritos. Questão 643. Allan Kardec).

            Achar-se-á isento da lei do trabalho o homem que possua bens suficientes para lhe assegurarem a existência?

            Do trabalho material, talvez; não, porém, da obrigação de tornar-se útil, conforme aos meios de que disponha, nem de aperfeiçoar a sua inteligência ou a dos outros, o que também é trabalho. Aquele a quem Deus facultou a posse de bens suficientes a lhe garantirem a existência não está, é certo, constrangido a alimentar-se com o suor do seu rosto, mas tanto maior lhe é a obrigação de ser útil aos seus semelhantes, quanto mais ocasiões de praticar o bem lhe proporciona o adiantamento que lhe foi feito. (O Livro dos Espíritos. Questão 679. Allan Kardec)

            Qual o limite do trabalho?

            O das forças. Em suma, a esse respeito Deus deixa inteiramente livre o homem.( O Livro dos Espíritos. Questão 683. Allan Kardec).

            Rodolfo Calligaris recomenda: ''Trabalhemos, pois, “até o limite de nossas forças”, já que o trabalho é uma bênção; cuidemos porém, de evitar a exaustão e a estafa, antes que esses males nos conduzam à neurastenia ou ao esgotamento nervoso.'' (As leis morais. Cap. 15. Rodolfo Calligaris).

             Sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha, o repouso não é também uma lei da Natureza?

            Sem dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria. (O Livro dos Espíritos. Questão 682. Allan Kardec).

            Tem o homem o direito de repousar na velhice?

            Sim, que a nada é obrigado, senão de acordo com as suas forças. 

            Mas, que há de fazer o velho que precisa trabalhar para viver e não pode?

            O forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É a lei de caridade.(O Livro dos Espíritos. Questão 685, 685-a. Allan Kardec)

            O que significa, enfim, para nós, o trabalho que a Terra nos dá?

            Reflitamos na situação em que o presente nos coloca e encontraremos dentro dela os sinais do passado e usando-a, não apenas em nosso favor, mas em favor de todos aqueles que se aproximarem de nós, reconheceremos, no trabalho que a vida nos oferece, iluminada porta libertadora para o grande futuro. (Leis de amor. III - Escolha Social e profissional. Questão 14. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

 

Observação (1): Segundo a Revista Espírita de 1858, em Júpiter (mundo feliz) os animais ''são encarregados da execução de obras manuais: são os serviçais e os operários; as ocupações dos homens são puramente intelectuais''. (Revista Espírita. Março de 1858. Júpter e alguns outros mundos. Allan Kardec).         

 

Bibliografia:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 25. Itens 2 a 4. Allan Kardec.

- O Livro dos Espíritos. Questões 366, 643, 674, 675, 676, 677, 678, 679, 680,  683, 684, 685,  . Allan Kardec.

- O Céu e o Inferno. Primeira parte. Cap. 3. Itens 12 e 14. Allan Kardec.

- O Livro dos Médiuns. Item 294. Questões 27 e 28. Allan Kardec.

-  Revista Espírita. Março de 1858. Júpter e alguns outros mundos. Allan Kardec.

- Entre a Terra e o Céu. Cap. 8. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- O Consolador. Questão 131. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Caminhos. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Os mensageiros. Cap. 28. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- Nosso lar. Cap. 22. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- Pai Nosso. A benção do trabalho. Espírito Meimei. Psicografado por Chico Xavier.

- Leis de amor. III - Escolha Social e profissional. Questões 7 e 14. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Estudos Espíritas. Item 11. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco.

- Depois da morte. Cap. 52. Léon Denis.

- O Evangelho de Chico Xavier. Item 347.  Carlos A. Baccelli.

- As leis morais. Cap. 13 e 15. Rodolfo Calligaris.

- Estudando o Evangelho. Cap. 3. Martins Peralva.

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