Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.
Aula 5 - Jesus
Ciclo 1 - História: O meu melhor amigo - Atividade: PH - 1 - Jesus.
Ciclo 2 - História: Deixe Cristo entrar em seu coração - Atividade: ESE - Cap.1-2-O Cristo.
Ciclo 3 - História: O bom pastor - Atividade: LE - L2 - Cap.1 - 9. Primeira ordem. Espíritos Puros.
Mocidade - História: Simeão e o menino - Atividade: 2 - Dinâmica de grupo: Virtudes de Jesus.
Biografia: Jesus.
Dinâmicas: Jesus; Siga o mestre; Quem é Jesus Cristo?; A face de Jesus.
Mensagens Espíritas: Jesus.
Sugestão de vídeos: - Música Espírita : Caridade com Jesus (Dica: pesquise no Youtube).
- Música Espírita: É tão bom viver assim - Elizabete Lacerda (Dica: pesquise no Youtube).
- Música Espírita: Consciência - Mario Borges (Dica: pesquisa no Youtube)
Sugestão de livro infantil:
- Jesus. Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza. Editora Auta de Souza, 2013.
Leitura da Bíblia: João – Capítulo 12 e 14
12.49 Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar.
14.6 Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.
14.12 Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.
Tópicos a serem abordados:
- Jesus já existia antes da formação do planeta Terra. Ele é o governador deste mundo.
- Antes de Jesus encarnar no planeta, a sua vinda para cá, já havia sido prevista por alguns profetas.
- Jesus nasceu em uma condição humilde (na manjedoura, onde os animais comem), na cidade de Belém, que fica na Palestina, há mais de 2000 anos atrás. O seu nascimento é comemorado todos os anos na noite de Natal.
- Filho de pais pobres (José e Maria), ajudava a sua família, trabalhando com o seu pai que era carpinteiro. Era um filho obediente. Já os seus irmãos eram espíritos pouco adiantados, que não compreendiam a sua missão, tanto que nenhum deles o seguiu como discípulo. Segundo os escritos apócrifos, os seus avós se chamavam Ana e Joaquim.
- Desde cedo demonstrou possuir uma brilhante inteligência e ainda menino discutia com os mais velhos a lei religiosa de seu tempo.
- Apesar disso, o seu primo João Batista, filho de Isabel e Zacarias, nasceu seis meses antes do Querido Mestre para preparar o caminho para sua vinda, ensinando e convocando o povo ao arrependimento dos erros. Além disso, tinha a missão de apresentar o Messias ao povo.
- Jesus tinha cerca 30 anos quando começou a sua atividade pública, no qual ensinava a palavra de Deus.
- Jesus é o nosso mestre querido, Ele não é Deus, mas recebeu as palavras diretamente do nosso Pai, pois afirma : '' Não falei, de nenhum modo, de mim mesmo; mas meu Pai, que me enviou, foi quem me prescreveu, por seu poder, o que devo dizer, e como devo falar "(João 12:49).
- O Divino Mestre era descendente dos judeus, porém Ele combateu as práticas de cultos exteriores deste povo, que eram contrárias aos ensinamentos divinos. Ele contestou os preconceitos da época, as rivalidades de raça, desmascarou a hipocrisia dos fariseus, dos orgulhosos e dos egoístas.
- Ele animava os fracos, consolava os aflitos, expulsava os espíritos maus e ensinava os pecadores a se regenerarem. A pureza do seu fluido, juntamente com a sua vontade de fazer o bem, produzia curas maravilhosas.
- No entanto, Jesus não tinha um poder sobrenatural, visto que os milagres não existem. Apesar de muitos não entenderem como ele podia fazer tais coisas extraordinárias, todas as curas que ele realizava podem ser explicadas pelas leis da física, que é conhecida pelo nome de magnetismo. O Espiritismo explica que nada se realiza fora das leis da Natureza, que foram criadas por Deus.
- Ele é o maior médico que conhecemos, veio trazer alívio para o sofrimento físico, e principalmente, o remédio para a nossa cura espiritual.
- Jesus nos mostrou que Deus é soberanamente justo e bom, cheio de mansuetude e de misericórdia, que perdoa ao pecador arrependido, e dá a cada um segundo as suas obras. Jesus veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não está sobre a Terra, mas no reino dos céus; ensinar-lhes o caminho que para lá conduz.
- Jesus disse: Devemos amar a Deus acima de todas as coisas; amar o próximo como a si mesmo; fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós. Através destas palavras, resume todos os deveres do homem para com o próximo, sendo a expressão mais completa da caridade.
- Escolheu 12 apóstolos, dentre pescadores pobres e humildes e lhes recomendou anunciar a Boa Nova (palavra de Deus) para toda a humanidade.
- Aos 33 anos, aceitou o crucifixo entre ladrões e perdoou a todos aqueles que foram seus algozes.
- Jesus foi o Espírito mais puro e luminoso que se encarnou na Terra. Ele é o modelo de perfeição que devemos seguir.
- Os ensinamentos de Jesus estão contidos nos Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas, João) escritos pelos seus discípulos.
Perguntas para fixação:
1. Jesus já existia antes da formação do planeta Terra?
2. Qual é o título que Jesus possui perante a Terra?
3. Qual é o nome dado aqueles que anunciaram a vinda de Jesus, o messias?
4. Qual eram os nomes dos pais de Jesus?
5. Qual eram os nomes dos avós do Cristo?
6. Qual é o nome do primo de Jesus que veio preparar o caminho para a sua chegada?
7. Os ensinamentos trazidos por Jesus eram de quem?
8. Por que Jesus é o modelo de perfeição que devemos seguir?
9. Jesus realizava milagres, ou seja, coisas extraordinárias fora das leis da natureza?
10. Durante quantos anos Jesus pregou a sua doutrina?
11. Quais são os mandamentos que resumem a doutrina de Jesus?
12. Qual foi a missão de Jesus na Terra?
13. Onde estão escritos os ensinamentos de Jesus?
Subsídio para o Evangelizador:
Jesus já existia antes da formação deste mundo, conforme é relatado na 1ª Carta de Pedro: '' Ele era conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado no fim dos tempos por causa de vocês'' (1Pedro 1:20) O próprio Jesus disse: '' Eu garanto a vocês: antes que Abraão existisse, Eu sou'' (João 8:58). Ele é a Luz do Principio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo (A caminho da Luz. Introdução. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Antes de tudo, precisamos compreender que Jesus não foi um filósofo e nem poderá ser classificado entre os valores propriamente humanos, tendo-se em conta os valores divinos de sua hierarquia espiritual, na direção das coletividades terrícolas. Enviado de Deus, Ele foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito. Diretor angélico do orbe, seu coração não desdenhou a permanência direta entre os tutelados míseros e ignorantes (...) (O Consolador. Questão 283. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Apesar de ser Filho de Deus, Jesus se refere a si mesmo, diversas vezes , como "Filho do homem" no Evangelho.
Jesus disse: "O Filho do homem veio para salvar o que se havia perdido." (Mateus 18:11) "Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". (Marcos 10:45)
Outra vez o sumo sacerdote lhe perguntou: "Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito?" "Sou", disse Jesus. "E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso vindo com as nuvens do céu." (Marcos 14:61-62)
De acordo com Allan Kardec, " É evidente que a qualificação de Filho do homem quer aqui dizer: que nasceu do homem, por oposição ao que está fora da Humanidade. (...) Jesus dá a si mesmo essa qualificação com persistência notável, pois só em circunstâncias muito raras ele se diz Filho de Deus. Em sua boca, não pode ter ela outra significação, que não lembrar que também ele pertence à Humanidade..."(Obras Póstumas. Cap. 9. O filho de Deus e o filho do homem. Allan Kardec)
Segundo o historiador Henri Daniel Rops, " Jesus Cristo (...) era um judeu, um judeu palestino da época de Augusto e Herodes. Ele não era apenas judeu por descendência, pelo seu estilo de vida e hábitos intelectuais, mas sua mensagem espiritual achava-se profundamente enraizada no solo judeu de Israel. Cujo fato, (...) de forma alguma diminui a sua origem divina.
Os textos do Novo Testamento não poderiam ser mais categóricos. O apóstolo Paulo, ao declarar com orgulho que os israelitas eram seus "compatriotas, segundo a carne", também recorda, como uma verdade evidente por si mesma, que "deles descende o Cristo" . "Pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, "acrescenta a Epístola aos Hebreus."(A vida diária nos tempos de Jesus. Conclusão: Jesus entre seu povo e em seu tempo. Henri Daniel Rops)
De acordo com Hermínio C. Miranda, "Ninguém foi mais enfático e explícito em caracterizar Jesus como o Cristo (Messias), o Salvador, o Ungido, do que Paulo. Jesus é o promotor e o fiador de um novo convênio com Deus, em substituição ao de Moisés. Sua vida, sua pregação e seu testemunho invalidam a Lei antiga naquilo em que especificamente ele não a confirma ou reformula.
Curiosamente, contudo, e apesar das duas referências à descendência davídica de Jesus (Romanos 1:3 e 2 Timóteo 2:8), ele nos assegura o seguinte: - É bem conhecido, de fato, que nosso Senhor surgiu de Judá, tribo a respeito da qual Moisés nada diz quando se trata dos sacerdotes. É o que se lê na Epístola aos Hebreus (6:14), seu dramático apelo aos irmãos de raça. A genealogia de Lucas adotou a ordem inversa, partindo de Jesus para remontar à sua ascendência e começa com esta afirmativa: - Ao iniciar o ministério, Jesus tinha mais ou menos trinta anos, e era, conforme se supunha, filho de José." (Cristianismo: A mensagem esquecida. Cap. 2. Hermínio C. Miranda)
Em outros trechos do Evangelho, Lucas confirma que José e Maria eram os pais de Jesus; em 2:33 ele diz: "O pai e a mãe do menino estavam admirados com o que fora dito a respeito dele." E, mais adiante, em 2:41, alega: (...) "Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa."
Hermínio C. Miranda afirma que, "Além disso, ao reencontrar Jesus, no templo, a debater com os doutores (2:48), Maria lhe diz: "Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos." Aliás, (...) no Quarto Evangelho, "Jesus é, explicitamente, descrito como filho de José". De fato, é o que se lê, logo de início, em João 1:45: "Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré." E, novamente, em 6:42: "Este não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos?" Aliás, o próprio Jesus o declara, ao dizer, em 7:28: "Vós me conheceis e sabeis de onde sou. No entanto, não vim por minha própria vontade." (Cristianismo: A mensagem esquecida. Cap. 2. Hermínio C. Miranda)
E com relação aos seus parentes? Jesus teve irmãos? No Evangelho de Mateus está escrito: "Não é ele o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem todas entre nós?" (Mateus 13:55-56)
"A despeito dos esforços da tradição ortodoxa, prevalece, hoje, a convicção de que Jesus teve mesmo irmãos e irmãs, um dos poucos aspectos da sua vida, aliás, sobre o qual a evidência é relativamente abundante e conclusiva, em face do pouco que se sabe da sua biografia pessoal." (Cristianismo: A mensagem esquecida. Cap. 5. Hermínio C. Miranda)
Sobre este assunto, Allan Kardec afirma: "Pelo que concerne a seus irmãos, sabe-se que não o estimavam. Espíritos pouco adiantados, não lhe compreendiam a missão: tinham por excêntrico o seu proceder e seus ensinamentos não os tocavam, tanto que nenhum deles o seguiu como discípulo." (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 14. Item 7. Allan Kardec).
Entretanto, segundo Antônio Luiz Sayão, " em hebreu, a palavra ''irmão'' tinha várias acepções. Significava, ao mesmo tempo, o irmão propriamente dito, o primo co-irmão, ou simples parente". (Elucidações Evangélicas. Cap. 84. Antônio Luiz Sayão)
Os nomes de todos os parentes de Jesus eram judeus: João (Yohanan) seu primo, que seria o Batista; os pais de João, Zacarais e Isabel; e aqueles não mencionados no evangelho mas que se encontram nos escritos apócrifos assim como fazem parte da tradição da Igreja - Ana e Joaquim, seus avós.
(...)A linguagem por Ele falada não diferia de modo algum da de seus conterrâneos - o aramaico, que Marcos não hesita em citar, injetando a mesma em seu texto grego, com alguns termos ditos pelo próprio Senhor. Quanto ao hebraico, a língua litúrgica, a linguagem bíblica, nâo há dúvida de que também o conhecia, pois fez a leitura de uma passagem das escrituras em voz alta na sinagoga e depois a comentou. (...)Ele possuía excelente conhecimento da Bíblia é obviamente inadequado: o texto sagrado formava parte de sua própria mente; Ele o citava a toda hora, e mesmo quando nâo usava as palavras exatas da Bíblia, com que frequência se referia a ela e quantas vezes fez harmonizarem-se as suas passagens. Alguns de seus ditos mais originais nâo passam de citações bíblicas brilhando com uma nova luz. (...)O evangelho menciona repetidamente sua presença nas sinagogas a fim de ensinar e orar - sente-se que ali ele estava em casa - e quando foi a Jerusalém subiu ao Templo a fim de orar ao Pai. Seu respeito pelo prédio sagrado, o centro da vida religiosa judia, fica evidenciado pela sua indignação contra os que "compravam e vendiam no Templo", que transformaram sua "casa de oração" em um "covil de salteadores". (A vida diária nos tempos de Jesus. Conclusão: Jesus entre seu povo e em seu tempo. Henri Daniel Rops)
Conforme o historiador Henri Daniel Rops , "Os evangelistas escrevem continuamente sobre nosso Senhor como o "filho de Davi" ; e dois deles, Mateus e Lucas, dão até mesmo a genealogia deste descendente remoto dos reis que haviam sido a glória do Povo Escolhido.
Jesus, "nascido sob a lei", foi imediatamente integrado na comunidade judaica de acordo com as regras de que já falamos. Ele foi circuncidado no oitavo dia. Seus pais obedeceram a todos os requisitos da Lei, tanto com relação às suas pessoas como à dele. Sua mãe observou os regulamentos estabelecidos na Torá para as mulheres depois de terem dado à luz,e Ele foi apresentado ao Templo, consagrado ao Senhor e remido pela oferta de duas pombas, como qualquer outro primogênito de uma família judia. "(Vide: Lucas 2:21-24) (A vida diária nos tempos de Jesus. Conclusão: Jesus entre seu povo e em seu tempo. Henri Daniel Rops)
As profecias do Antigo Testamento afirmavam que o Messias seria da descendência de Abraão (Gn 12:1-3), pela Tribo de Judá (Gn 49:10), que viria de Belém, da Judeia, e da linhagem do rei Davi (2 Sm 7:12-16; Sl 89:1-5; Sl 110; Mq 5:1-2).
Destacamos a profecia constante de Miqueias (5:1-2):
"E tu, Belém-Efrata, pequena entre os clãs de Judá, de ti sairá para mim aquele que governará Israel. Suas origens são de tempos antigos, de dias imemoráveis. Por isso ele os abandonará até o tempo em que a parturiente dará à luz. Então o resto de seus irmãos voltará para os israelitas. Ele se erguerá e apascentará o rebanho pela força de Iahweh, pela glória do nome de seu Deus. Eles se estabelecerão, pois então ele será grande até os confins da terra."
A questão de Jesus descender, portanto, de Adão e de Abraão, através de Davi, era para os evangelistas de vital importância, pois a "Abraão, Deus fez a promessa de bênçãos aos seus descendentes e a todas as nações (cf. Gn 12:3; 17:4-9; 22:15-18; Mt 28:19; Gl 3:16). As promessas feitas a Davi alimentaram a providência especial de Deus na preparação da vinda do Messias." (Fonte: https://www.aluzdoespiritismo.com.br/estudo-do-evangelho/evangelhos/4/01-genealogia-de-jesus-mt-11-17 - Data da consulta: 21-03-23)
De acordo com o Espírito Emmanuel, "Todos os seus caminhos no mundo estão cheios de vozes proféticas e consoladoras, acerca d'Aquele que ao mundo viria para ser glorificado como o Cordeiro de Deus. A cada século renovam-se as profecias e cada templo espera a palavra de ordem dos Céus, através do Salvador do Mundo. Os doutores da Lei, no templo de Jerusalém, confabulam, respeitosos, sobre o Divino Missionário; na sua vaidade orgulhosa esperavam-no no seu carro vitorioso, para proclamar a todas as gentes a superioridade de Israel e operar todos os milagres e prodígios.
E, recordando esses apontamentos da história, somos naturalmente levados a perguntar o porquê da preferência de Jesus pela árvore de David, para levar a efeito as suas divinas lições à Humanidade; mas a própria lógica nos faz reconhecer que, de todos os povos de então, sendo Israel o mais crente, era também o mais necessitado, dada a sua vaidade exclusivista e pretensiosa "Muito se pedirá de quem muito haja recebido", e os israelitas haviam conquistado muito, do Alto, em matéria de fé, sendo justo que se lhes exigisse um grau correspondente de compreensão, em matéria de humildade e de amor." (A caminho da luz. Cap. 7. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)
A vinda de Jesus foi anunciada pelos profetas em várias passagens da Bíblia (Vide: Obras Póstumas . 7. Predições dos Profetas concernentes a Jesus. Allan Kardec):
''É porque o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis: uma virgem ficará grávida, e ela parirá um filho, e será chamado seu nome Emmanuel (1).'' (Isaías, 7:4). '' Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta (Zacarias: 9:9). '' E ele se manterá, e governará pela força do Eterno, e com a magnificência do nome do Eterno, seu Deus. E eles farão as pazes, e agora será glorificado até os confins da Terra, e será ele que fará a paz. (Miquéias 5:4).
A verdade, porém, é que Jesus, chegando ao mundo, não foi absolutamente entendido pelo povo judeu. Os sacerdotes não esperavam que o Redentor procurasse a hora mais escura da noite para surgir na paisagem terrestre. Segundo a sua concepção, o Senhor deveria chegar no carro magnificente de suas glórias divinas, trazido do Céu à Terra pela legião dos seus Tronos e Anjos; deveria humilhar todos os reis do mundo, conferindo a Israel o cetro supremo na direção de todos os povos do planeta; deveria operar todos os prodígios, ofuscando a glória dos Césares. E, no entanto, o Cristo surgira entre os animais humildes da manjedoura; apresentava-se como filho de um carpinteiro e, no cumprimento de sua gloriosa missão de amor e de humildade, protegia as prostitutas, confundia-se com os pobres e com os humilhados, visitava as casas suspeitas para de lá arrancar os seus auxiliares e seguidores; seus companheiros prediletos eram os pescadores ignorantes e humildes, dos quais fazia apóstolos bem-amados.
Abandonando os templos da Lei, era frequentemente encontrado ao longo do Tiberíades, em cujas margens pregava aos simples a fraternidade e o amor, a sabedoria e a humildade. O judaísmo, saturado de orgulho, não conseguiu compreender a ação do celeste emissário. Apesar da crença fervorosa e sincera, Israel não sabia que toda a salvação tem de começar no íntimo de cada um e, cumprindo as profecias de seus próprios filhos, conduziu aos martírios da cruz o divino Cordeiro. (A caminho da luz. Cap. 7. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Segundo Allan Kardec, " (...) os judeus, que esperavam no Messias um rei terreno, mais poderoso do que todos os outros reis, destinado a colocar-lhes a nação à frente de todas as demais e a reerguer o trono de David e de Salomão, não quiseram reconhecê-lo no humilde filho de um carpinteiro, sem autoridade material.
No entanto, aquele pobre proletário da Judeia se tornou o maior entre os grandes; conquistou para a sua soberania maior número de reinos, do que os mais poderosos potentados; exclusivamente com a sua palavra e o concurso de alguns miseráveis pescadores, revolucionou o mundo e a ele é que os judeus virão a dever sua reabilitação. Disse, pois, uma verdade, quando, respondendo a esta pergunta de Pilatos - "És rei?" -, respondeu: "Tu o dizes." (A Gênese. Cap. 17. Item 54. Allan Kardec)
Que não é deste mundo o reino de Jesus todos compreendem, mas, também na Terra não terá ele uma realeza? Nem sempre o título de rei implica o exercício do poder temporal. Dá-se esse título, por unânime consenso, a todo aquele que, pelo seu gênio, ascende à primeira plana numa ordem de idéias quaisquer, a todo aquele que domina, o seu século e influi sobre o progresso da Humanidade.
É nesse sentido que se costuma dizer: o rei ou príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, oriunda do mérito pessoal, consagrada pela posteridade, não revela, muitas vezes, preponderância bem maior do que a que cinge a coroa real? Imperecível é a primeira, enquanto esta outra é joguete das vicissitudes; as gerações que se sucedem à primeira sempre a bendizem, ao passo que, por vezes, amaldiçoam a outra. Esta, a terrestre, acaba com a vida; a realeza moral se prolonga e mantém o seu poder, governa, sobretudo, após a morte. Sob esse aspecto não é Jesus mais poderoso rei do que os potentados da Terra? Razão, pois, lhe assistia para dizer a Pilatos, conforme disse: "Sou rei, mas o meu reino não é deste mundo." (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 2. Item 4. Allan Kardec)
Segundo Eliseu Rigonatti, " O certo é que um homem vale por si mesmo e pelas suas realizações; e não pelo que foram ou pelo que fizeram seus ascendentes. Jesus conviveu com os pequeninos das margens do lago e com os pobres dos subúrbios de Jerusalém; ensinava nas vilas e andava a pé pelas estradas. A vida humilde que viveu demonstra-nos que nunca se importou com as grandezas do mundo nem com os poderosos de seu tempo."(O Evangelho dos humildes. Cap. 1. Eliseu Rigonatti)
A divindade de Jesus está provada pelas suas palavras?
Jesus disse: '' Não falei, de nenhum modo, de mim mesmo; mas meu Pai, que me enviou, foi quem me prescreveu, por seu poder, o que devo dizer, e como devo falar; - e eu sei que o seu poder é a vida eterna; o que eu digo, pois, o digo segundo o que meu Pai mo ordenou.''(João 12:49 e 50). Minha doutrina não é minha doutrina, mas a doutrina daquele que me enviou (João 7:16). ''Desci do céu não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou'' (João 6:38). E disse também "o Pai é maior do que Eu" (João 14:28).
Não só Jesus não se deu, em nenhuma circunstância, por igual a Deus, como, neste passo, afirma positivamente o contrário: considera-se inferior a Deus em bondade. Ora, declarar que Deus lhe está acima, pelo poder e pelas qualidades morais, é dizer que ele não é Deus (Obras Póstumas. 3. A divindade de Jesus está provada pelas suas palavras? Allan Kardec).
Para o Espiritismo, Jesus não é Deus, não participa do mistério da Pessoa Única, mas nem por isso deixa de ser divino. Os espíritas rejeitam, portanto, o dogma da Trindade e o mistério da participação da pessoa de Jesus na Suprema Pessoa. Segundo o Espiritismo, Deus é Uno. Dele procedem todas as coisas. Jesus é Seu filho, como todos nós o somos. Nesse ponto, estamos em pé de igualdade com Jesus, somos irmãos do Divino Mestre. Mas enquanto somos humanos, Jesus é divino. E o é, porque está muito acima de nós, no tocante à realização espiritual. Ele é, pois, o nosso Irmão Maior, que já conseguiu depurar-se das imperfeições humanas, atingindo a divindade do espírito, que o liga a Deus, como um filho dileto ao Pai amoroso. (O homem novo. Vai para os meus irmãos e dize-lhes que eu subo para o Meu e Nosso Pai. J. Herculano Pires)
Tendo Jesus recebido a palavra diretamente de Deus, com a missão de revelá-la aos homens, assimilou-a; a palavra divina, da qual estava penetrado, se encarnou nele; trouxe-a ao nascer, e foi com razão que João pôde dizer: '' E o Verbo foi feito carne e habitou entre nós e vimos a sua glória, qual a que o Filho único havia de receber do Pai; e ele, digo, habitou entre nós, cheio de graça e de verdade.” (João, 1: 14.). Com efeito, o Verbo é Deus, porque é a palavra de Deus.
Jesus era um messias divino pelo duplo motivo que tinha a sua missão de Deus, e que as suas perfeições o colocavam em relação direta com Deus (Obras Póstumas. 8. O verbo se fez carne. Allan Kardec).
Do fato de haver Jesus conhecido a seita dos essênios, fora errôneo concluir-se que a sua doutrina hauriu-a ele na dessa seita e que, se houvera vivido noutro meio, teria professado outros princípios. As grandes idéias jamais irrompem de súbito. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Introdução. Item IV. Allan Kardec)
Digamos que Jesus é Filho de Deus, como todas as criaturas, que ele chama a Deus Pai, como nós aprendemos a tratá-lo de nosso Pai. É o Filho bem-amado de Deus, porque, tendo alcançado a perfeição, que aproxima de Deus a criatura, possui toda a confiança e toda a afeição de Deus. Ele se diz Filho único, não porque seja o único ser que haja chegado à perfeição, mas porque era o único predestinado a desempenhar aquela missão na Terra. (Obras Póstumas. 9. O Filho de Deus e O Filho do homem. Allan Kardec)
Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava (O Livro dos Espíritos. Questão 625. Allan Kardec).
Como homem, Jesus tinha a organização dos seres carnais; porém, como Espírito puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida corporal, de cujas fraquezas não era passível. A sua superioridade com relação aos homens não derivava das qualidades particulares do seu corpo, mas das do seu Espírito, que dominava de modo absoluto a matéria e da do seu perispírito (Vide: A Gênese .Cap. 14. Item 9. Allan Kardec) , tirado da parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres. Sua alma, provavelmente, não se achava presa ao corpo, senão pelos laços estritamente indispensáveis. Constantemente desprendida, ela decerto lhe dava dupla vista (2), não só permanente, como de excepcional penetração e superior de muito à que de ordinário possuem os homens comuns. O mesmo havia de dar-se, nele, com relação a todos os fenômenos que dependem dos fluidos perispirituais ou psíquicos. A qualidade desses fluidos lhe conferia imensa força magnética, secundada pelo incessante desejo de fazer o bem.
Nas curas que ele operava, agia como médium? Pode-se considerá-lo com um poderoso médium curador? Não, porquanto o médium é um intermediário, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados e o Cristo não precisava de assistência, pois que era ele quem assistia os outros. Agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, em certos casos, os encarnados, na medida de suas forças. Que Espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir? Se algum influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus (A Gênese. Cap. 15. Item 2. Allan Kardec).
De todos os fatos que dão testemunho do poder de Jesus, os mais numerosos são, não há contestar, as curas. Queria ele provar dessa forma que o verdadeiro poder é o daquele que faz o bem; que o seu objetivo era ser útil e não satisfazer à curiosidade dos indiferentes, por meio de coisas extraordinárias.
Aliviando os sofrimentos, prendia a si as criaturas pelo coração e fazia prosélitos mais numerosos e sinceros, do que se apenas os maravilhasse com espetáculos para os olhos. Daquele modo, fazia-se amado, ao passo que se se limitasse a produzir surpreendentes fatos materiais, conforme os fariseus reclamavam, a maioria das pessoas não teria visto nele se não um feiticeiro, ou um mágico hábil, que os desocupados iriam apreciar para se distraírem. (A Gênese. Cap. 15. Item 27. Allan Kardec)
Que sentido se deve dar ao qualificativo de feiticeiro?
Aqueles a quem chamais feiticeiros são pessoas que, quando de boa-fé, gozam de certas faculdades, como sejam o poder magnético ou a segunda vista. Então, como fazem coisas que não são compreendidas, são tidas por dotadas de um poder sobrenatural. Os vossos cientistas não têm passado muitas vezes por feiticeiros aos olhos dos ignorantes?
O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as ideias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da natureza e o que não passa de ridícula crendice. (O Livro dos Espíritos. Questão 555. Allan Kardec)
O Espiritismo não admite os milagres, no sentido teológico da palavra, visto como, segundo ele, nada se realiza fora das leis da Natureza. Certos fatos, supondo-os autênticos, só foram reputados miraculosos porque se ignoravam as suas causas naturais. ( Revista Espírita.Abril de 1869. Profissão de Fé Espírita Americana. Allan Kardec).
Segundo Herculano Pires, "O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus como se vê nos Evangelhos. (...)Mas há um passado histórico que não podemos esquecer. Desde as origens da vida humana na Terra encontramos os ritos de aplicação dos passes,não raro acompanhados de rituais, como sopro, africção das mãos, a aplicação de saliva e até mesmo a mistura de saliva e terra para aplicação no doente (resíduo do rito do barro). No próprio Evangelho vemos a descrição da cura de um cego por Jesus usando essamistura. Mas Jesus agiu sempre, em seus atos e em suas práticas, de maneira que essas descrições, feitas quarenta e oitenta anos após a sua morte, podem ser apenas influência de costumes religiosos da época.Todo o seu ensino visava afastar os homens das superstições vigentes no tempo. (...) Caso contrário Jesus teria procedido de maneira incoerente no tocante aos seus ensinos e seus exemplos, o que seria absurdo.
(...) As mãos humanas funcionam, no passe espírita, como antenas que captam e transmitem as energias do plasma vital de antimatéria. (...) Não há milagre nem sobrenatural na eficácia do passe, modestamente aplicado e divulgado por Jesus há dois mil anos." (Obssessão, o Passe, a Doutrinação. O passe. J. Herculano Pires)
No entender das massas, um milagre implica a idéia de um fato extranatural; no sentido teológico, é uma derrogação das leis da Natureza, por meio da qual Deus manifesta o seu poder. Tal, com efeito, a acepção vulgar, que se tornou o sentido próprio, de modo que só por comparação e por metáfora a palavra se aplica às circunstâncias ordinárias da vida.
(...)Aos olhos dos ignorantes, a Ciência faz milagres todos os dias. Se um homem, que se ache realmente morto, for chamado à vida por intervenção divina, haverá verdadeiro milagre, por ser esse um fato contrário às leis da Natureza.
Mas, se em tal homem houver apenas aparências de morte, se lhe restar uma vitalidade latente e a Ciência, ou uma ação magnética, conseguir reanimá-lo, para as pessoas esclarecidas ter-se-á dado um fenômeno natural, mas, para o vulgo ignorante, o fato passará por miraculoso. (A Gênese. Cap. 13. Item 1. Allan Kardec)
Não é, pois, da alçada do Espiritismo a questão dos milagres; mas, ponderando que Deus não faz coisas inúteis, ele emite a seguinte opinião: Não sendo necessários os milagres para a glorificação de Deus, nada no Universo se produz fora do âmbito das leis gerais. Deus não faz milagres, porque, sendo, como são, perfeitas as suas leis, não lhe é necessário derrogá-las. Se há fatos que não compreendemos, é que ainda nos faltam os conhecimentos necessários. (A Gênese. Cap.13. Item 15. Allan Kardec)
Jesus recomendou para os seus discípulos: ''Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios'' (Mateus 10:8).
De todas faculdades que Jesus revelou, nenhuma se pode apontar estranha às condições da humanidade e que se não encontre comumente nos homens, porque estão todas na ordem da Natureza. Pela superioridade, porém, da sua essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas faculdades atingiam nele proporções muito acima das que são vulgares. (A Gênese. Cap. 15. Item 44. Allan Kardec.)
O maior ''milagre'' que Jesus operou, o que verdadeiramente atesta a sua superioridade, foi a revolução que seus ensinos produziram no mundo, apesar da exigüidade dos seus meios de ação. Com efeito, Jesus, obscuro, pobre, nascido na mais humilde condição (manjedoura), no seio de um povo pequenino, quase ignorado e sem preponderância política, artística ou literária, apenas durante três anos prega a sua doutrina (Vide: Lucas 3:23) ; em todo esse curto espaço de tempo é desatendido e perseguido pelos seus concidadãos; vê-se obrigado a fugir para não ser lapidado; é traído por um de seus apóstolos (Judas), renegado por outro (Pedro), abandonado por todos no momento com que cai nas mãos de seus inimigos. Não fazia senão o bem e isso não o punha ao abrigo da malevolência, que dos próprios serviços que ele prestava tirava motivos para o acusar (A Gênese. Cap. 15. Item 63. Allan Kardec ).
Jesus, que prezava, sobretudo, a simplicidade e as qualidades da alma, que, na lei, preferia o espírito, que vivifica, a' letra, que mata, se aplicou, durante toda a sua missão, a desmascarar a hipocrisia dos Fariseus, pelo que tinha neles encarniçados inimigos (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Introdução. Fariseus. Allan Kardec).
Não há sombra de dúvida que o próprio Jesus tinha plena consciência de que Ele e sua mensagem eram contrários aos sentimentos do povo. Expressões tais como, "não confiavam nele", "pedra de tropeço" e "vocês não me receberam" mostram perfeitamente seu modo de pensar. Segundo Ele, falando da plenitude de seu conhecimento, o "vinho novo" que trouxera não podia ser colocado em "odres velhos".O seu ensino era realmente novo, e ele o transmitia embora corresse o risco de cortar relações com aqueles que defendiam a antiga doutrina. (A vida diária nos tempos de Jesus. Conclusão: Jesus entre seu povo e em seu tempo. Henri Daniel Rops)
No entanto, de acordo com Allan Kardec, "Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. Por isso, é que se nos depara, nessa lei, o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, base da sua doutrina. Quanto às leis de Moisés, propriamente ditas, ele, ao contrário, as modificou profundamente, quer na substância, quer na forma. Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-las passar, do que as reduzindo a esta única prescrição: "Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo", e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas."(...) Mas, o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, tendo por exclusiva autoridade a sua palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que lhe anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. Ele viera ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim a que é vivida no reino dos céus; viera ensinar -lhes o caminho que a esse reino conduz, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humanos. Entretanto, não disse tudo, limitando-se, respeito a muitos pontos, a lançar o gérmen de verdades que , segundo ele próprio o declarou, ainda não podiam ser compreendidas." (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 1. Item 3 e 4. Allan Kardec).
A parte mais importante da revelação do Cristo, no sentido de que ela é a fonte primeira, a pedra angular de toda a sua doutrina, é o ponto de vista, todo novo, sob o qual fez considerar a Divindade. Não é mais o Deus terrível, ciumento, vingativo, de Moisés (...); mas um Deus clemente, soberanamente justo e bom, cheio de mansuetude e de misericórdia, que perdoa ao pecador arrependido, e dá a cada um segundo as suas obras.
Jesus disse: "Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós", é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 11. Item 4. Allan Kardec). Com Jesus, o homem do mundo recebeu o código perfeito do amor (O Consolador. Questão 272. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier) .
O Evangelho é o roteiro para a ascensão de todos os Espíritos em luta, o aprendizado na Terra para os planos superiores do Ilimitado. De sua aplicação decorre a luz do espírito (O Consolador. Questão 225. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier) . Jesus disse: '' Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim'' (João 14:6).
Todas as entidades espirituais encarnadas no orbe terrestre são Espíritos que se resgatam ou aprendem nas experiências humanas, após as quedas do passado, com exceção de Jesus Cristo, fundamento de toda a verdade neste mundo, cuja evolução se verificou em linha reta para Deus, e em cujas mãos angélicas repousa o governo espiritual do planeta, desde os seus primórdios (O Consolador. Questão 243. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier ).
O Calvário representou o coroamento da obra do Senhor, mas o sacrifício na sua exemplificação se verificou em todos os dias da sua passagem pelo planeta. E o cristão deve buscar, antes de tudo, o modelo nos exemplos do Mestre, porque o Cristo ensinou com amor e humildade o segredo da felicidade espiritual, sendo imprescindível que todos os discípulos edifiquem no íntimo essas virtudes, com as quais saberão demonstrar ao calvário de suas dores, no momento oportuno (O Consolador. Questão 286. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Observação (1): A palavra Emmanuel, em hebraico, significa ''Deus conosco''. É um nome profético que se referia à vinda do messias à Terra ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Emanuel).
Observação (2): Dupla vista ou vista espiritual: Jesus conhecia os pensamentos dos seus interlocutores, senão pelas irradiações fluídicas desses pensamentos e, ao mesmo tempo, pela vista espiritual que lhe permitia ler-lhes no foro íntimo (Vide: A Gênese. Cap. 15. Item 9. Allan Kardec - João 2:25).
Bibliografia:
- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Introdução, Item IV, Fariseus. Cap. 1:Item 3 e 4/ Cap. 2: Item 4 / Cap. 11: item 4 /Cap. 14: Item 7. Allan Kardec.
- O Livro dos Espíritos. Questão 555 e 625. Allan Kardec.
- A Gênese. Cap. 13, item 1 e 15 /Cap. 14: Item 9 / Cap. 15: Itens 2, 27, 44 e 63 / Cap. 17: Item 54. Allan Kardec.
- Obras Póstumas. 3. A divindade de Jesus está provado pelas suas palavras? 7.Predições dos Profetas concernentes a Jesus. 8.O verbo se fez carne. 9. O Filho de Deus e O Filho do homem. Allan Kardec.
- Revista Espírita.Abril de 1869. Profissão de Fé Espírita Americana. Allan Kardec.
- A caminho da luz. Introdução. Cap. 7. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.
- O Consolador. Questões: 225, 243, 272, 283 e 286. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.
- Obssessão, o Passe, a Doutrinação. O passe. J. Herculano Pires.
- O homem novo. Vai para os meus irmãos e dize-lhes que eu subo para o Meu e Nosso Pai. J. Herculano Pires.
- A vida diária nos tempos de Jesus. Conclusão: Jesus entre seu povo e em seu tempo. Henri Daniel Rops.
- O Evangelho dos humildes. Cap. 1. Eliseu Rigonatti.
- Cristianismo: A mensagem esquecida. Cap. 2 e 5. Hermínio C. Miranda.
- Elucidações Evangélicas. Cap. 84. Antônio Luiz Sayão.
- Bíblia: 1Pedro 1:20, Isaias 7:4, Zacarias 9:9, Miquéias 5:4, Mateus 10:8, Lucas 3:23, João 1:14, 2:25, 6:38, 7:16, 8:58, 12:49 e 50, 14:6, 28.
- Sites: https://pt.wikipedia.org/wiki/Emanuel. Data da consulta: 03/03/14 ; https://www.aluzdoespiritismo.com.br/estudo-do-evangelho/evangelhos/4/01-genealogia-de-jesus-mt-11-17 - Data da consulta: 21-03-23.