Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.
Aula 44 - A mentira e a sinceridade
Ciclo 1 - História: Lulu - Atividade: Dobradura - Cachorro ou PH - Jesus - 18 - Honestidade.
Ciclo 2 - História: A mentira não compensa - Atividade: ESE - Cap. 21 - 4 - Não acreditais em todos os Espíritos.
Ciclo 3 - História: A mentira - Atividade: ESE - Cap. 21 - 5 - Os falsos profetas.
Mocidade - História: As três peneiras de Sócrates - Atividade: 2 - Dinâmica de grupo: Grandes mentiras da história.
Dinâmicas: Verdade ou consequência; Não mentir.
Mensagens Espíritas: Mentira.
Sugestão de vídeos: - Zézito e as Mentiras sem fim / Zon kids (Dica: pesquise no Youtube)
- A semente da verdade (Dica: pesquise no Youtube)
Sugestão de livros infantis:
- A honestidade sempre vence. Legrand . Editora Soler.
- Coleção: Moral da História! O pastorzinho e o Lobo . Editora Todo Livro.
- Coleção: Moral da História! O Lobo e o pastor. Editora Todo Livro.
Leitura da Bíblia: Êxodo - Capítulo 20
20.16 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
Provérbios - Capítulo 12
12. 22 Senhor odeia os lábios mentirosos, mas se deleita com os que falam a verdade.
Salmos - Capítulo 101
101.7 O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.
Mateus - Capítulo 5
5.37 Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.
Mateus - Capítulo 10
10.26 Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido.
Colossenses - Capítulo 3
3.9 Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos
3.10 e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
Tiago - Capítulo 3
3.14 Contudo, se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem disso nem neguem a verdade.
1João - Capítulo 2
2.21 Não vos escrevi porque não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade.
João - Capítulo 8
8.32 e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
Tópicos a serem abordados:
- A mentira é um ato que consiste em não dizer a verdade sobre um determinado assunto, ou seja, fazer uma afirmação falsa. Dizer mentiras é contrário a lei de Deus. Por volta de 3.200 anos atrás, Moisés já havia recebido o seguinte mandamento: ''Não dirás falso testemunho contra o teu próximo''.
- Colocar a culpa em outra pessoa de um erro que cometeu; negar aos pais que recebeu uma advertência da professora, por mau comportamento; inventar que está doente para não ir à escola; alterar a idade para tirar alguma vantagem; apresentar carteira de identidade falsa para entrar no cinema; dizer virtudes que não possui para agradar alguém; tudo isso é mentir.
- Aquele que mente é egoísta, pois visa o proveito imediato de si mesmo, em detrimento dos interesses dos outros. Essa atitude atrasa a sua evolução.
- Uma mentira pode causar grandes prejuízos a quem mente e àquele que é vítima dessa mentira. Segundo Mahatma Gandhi, ''Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida''. A mentira traz insegurança e sofrimento para o Espírito, pois aquele que mente teme que seja descoberta a verdade.
- A verdade não deve ser ocultada, pois cedo ou tarde será revelada. Jesus disse: ''Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido''. Deus está em toda a parte e Ele conhece os nossos mais escondidos atos e pensamentos. O Espírito sofrerá pelo mal que resultou da mentira.
- Quando somos honestos e sinceros conseguimos a simpatia, a amizade e a confiança de todos. No entanto, aquele que é falso, costuma ter fama de mentiroso, e fica difícil acreditar nele, mesmo que um dia, fale a verdade. Apesar disso, nem sempre valorizamos o amigo que nos diz a verdade com bondade e discrição, advertindo-nos do erro, pois gostamos mais de receber elogios e palavras doces.
- Existem Espíritos desencarnados que também mentem e precisamos tomar cuidado. João adverte: '' Meus bem-amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas experimentai se os Espíritos são de Deus.'' ''É melhor rejeitar dez verdades momentaneamente do que admitir uma só mentira. O Espiritismo possibilita os meios de experimentá-los, apontando as características pelos quais podemos diferenciar os bons dos maus Espíritos (características morais e não materiais).
- Lembrai-vos de que cada criatura traz no rosto, mas principalmente nos seus atos, os traços da sua grandeza ou da sua inferioridade.
- Ser sincero deve ser a característica de todos aqueles que procuram seguir os ensinamentos do nosso mestre Jesus.
Perguntas para fixação:
1. O que é a mentira?
2. Há cerca de 3.200 anos atrás, quem recebeu o seguinte mandamento: ''Não dirás falso testemunho contra o teu próximo''?
3. Por que o mentiroso é egoísta?
4. De quem não é possível esconder a verdade jamais?
5. Por que aquele que costuma mentir, mesmo falando a verdade, os outros não acreditam?
6. Por que não devemos acreditar em todos os Espíritos que se comunicam através de médiuns?
7. Qual é a atitude oposta à mentira?
Subsídio para o Evangelizador:
Mentira é o nome dado às afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe (ou suspeita) de tal falsidade, e na maioria das vezes espera que seus ouvintes acreditem nos dizeres. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Mentira).
Os remanescentes da fase de mendacidade (falsidade) permanecem no adulto imaturo, levando-o ao prosseguimento da distorção da realidade, de modo que lhe agrade aos sentidos, gerando, inconsequente, situações vexatórias que o fazem sofrer e aos demais, após o que, liberado do que poderiam ser resultados infelizes, mesmo prometendo-se que não voltará a reincidir no vício, no condicionamento da mentira, repete a experiência desagradável.
A insegurança infantil está presente nesse indivíduo que se recusa ao crescimento, acreditando chamar a atenção utilizando-se desse instrumento de perturbação.
A mentira dever ser rechaçada sob qualquer forma em que se apresente, em face dos prejuízos morais que provoca, levando à maledicência, à calúnia e a todo um séquito de terríveis distonias psicológicas e éticas no comportamento social. O mentiroso é alguém enfermo, sem dúvida, no entanto provoca desprezo, em razão da forma de proceder, tornando sua palavra desacreditada mesmo quando se expressa corretamente, o que nem sempre acontece. De tal forma se lhe faz natural alterar o conteúdo ou a apresentação dos fatos, que os revela de forma irreal, esperando manipular pessoas através desse ignóbil ardil.
As raízes da mentira estão no lar malformado, instável, onde a insegurança era substituída pela compra dos valores que a fantasia disfarça. Além desse fator, os conflitos da personalidade induzem ao comportamento da fantasia, em fuga neurótica da realidade, que constitui ao paciente um verdadeiro fardo, que não gosta de enfrentar. As coisas e os acontecimentos para ele devem ser coloridos e sempre bons. Assim, quando não ocorre, o que é normal, apresentasse-lhe assustador, parecendo ameaçar-lhe a paz e levando-o ao mecanismo da falsificação do acontecimento.
Tornou-se tão habitual o fenômeno da distorção dos fatos, que se criou a imagem da chamada mentira branca, isto é, aquela de caráter suave, que não prejudica, pelo menos intencionalmente, e evita situações que se poderiam tornar desagradáveis, caso fosse dita a verdade.
A face da verdade é transparente e nunca deve ser ocultada. (Vida: Desafios e soluções. Necessidade da mentira. Espírito Joanna de Ângelis. Psicografado por Divaldo Pereira Franco).
A mentira retarda o desenvolvimento do espírito?
Mentira não é ato de guardar a verdade para o momento oportuno, porquanto essa atitude mental se justifica na própria lição do Senhor, que recomendava aos discípulos não atirarem a esmo a semente bendita dos seus ensinos de amor.
A mentira é a ação capciosa que visa o proveito imediato de si mesmo, em detrimento dos interesses alheios em sua feição legítima e sagrada; e essa atitude mental da criatura é das que mais humilham a personalidade humana, retardando, por todos os modos, a evolução divina do Espírito. (O Consolador. Questão 192. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Segundo Mahatma Gandhi, ''Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida. (https://pensador.uol.com.br/frase/MjMwNzU0/).
A insinceridade ilude, primeiramente, aquele que a promove. ( Conduta Espírita. Cap. 2. Espírito André Luiz. Waldo Vieira).
Há indivíduos que, para conquistar os outros e convencê-los de suas habilidades e valores, contam vantagens, persuadindo também a si mesmo, pois acreditam que para amar é preciso apresentar credenciais e louros, satisfazendo assim as expectativas daqueles que podem aceitá-lo ou recusá-lo.
(...)Outros tantos usam da mentira, encobrindo realidades e escondendo conflitos. Convictos de que têm de ser perfeitos para ser amados, temem a verdade pelas supostas fraquezas que ela possa lhes expor diante dos outros. Acabam fracassados afetivamente por falta de honestidade e sinceridade. (Renovando atitudes. Cap. 26. Espírito Hammed. Francisco do Espírito Santo Neto).
Que vantagem têm os mentirosos? A de não serem acreditados quando dizem a verdade. (https://pensador.uol.com.br/frasespara_pessoas_mentirosas/).
Segundo Joanna de Ângelis ''A mentira teme o confronto com a verdade. Aloja-se nas sombras, espraia-se, às escondidas, e encontra, infelizmente, guarida. A verdade jamais se camufla; surge com força e externa-se com dignidade. Não tem alteração íntima, permanecendo a mesma em todas as épocas. Ninguém consegue ocultá-la, porque, semelhante à luz, irradia-se naturalmente. Nem sempre é aceita, por convidar à responsabilidade. Amiga do discernimento, é a pedra angular da consciência de si mesmo, fator ético-moral da conduta saudável.( Sob a Proteção de Deus. Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Franco)
Na esfera do sentimento, somos habitualmente defrontados por certa classe de amigos que são sempre dos mais preciosos e aos quais nem sempre sabemos atribuir o justo valor: aqueles que nos dizem a verdade, acerca das nossas necessidades de espírito.
Invariavelmente, categorizamos em alta conta as afeições que nos assegurem conveniências de superfície, nos quadros do mundo. Confiança naqueles que nos multipliquem as posses efêmeras e solidariedade aos que nos garantam maior apreço no grupo social.
Perfeitamente cabível a nossa gratidão para com todos os benfeitores que nos enriquecem as oportunidades de progredir e trabalhar na experiência comum.
Sejamos, porém, honestos conosco e reconheçamos que não nos é fácil aceitar o concurso dos companheiros cuja palavra franca e esclarecedora nos auxilia na supressão dos enganos que nos parasitam a existência. Se nos falam, sem qualquer circunlóquio, em torno dos perigos de que nos achamos ameaçados, à vista de nossa inexperiência ou invigilância, ainda mesmo quando enfeitem a frase com o arminho da bondade mais pura, frequentemente reagimos de maneira negativa, acusando-os de ingratos e duros de coração. Se insistem, não raro consideramo-los obsidiados, quando não permitimos que o mel da amizade se nos transtorne na alma em vinagre de aversão, exagerando-lhes os pequeninos defeitos, com absoluto esquecimento das nobres qualidades de que são portadores.
Tenhamos em consideração distinta os amigos incapazes de acalentar-nos desequilíbrios ou ilusões. Jamais cometamos o disparate de misturá-los com os caluniadores. Os empreiteiros da difamação e da injúria falam destruindo. Os amigos positivos e generosos advertem e avisam com discrição e bondade. Sempre que algo nos digam, sacudindo-nos a alma, entremos em sintonia com a própria consciência, roguemos ao Senhor nos sustente a sinceridade e saibamos ouvi-los.(Estude e viva. Companheiros francos. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier )
O próprio Chico Xavier faz a seguinte reflexão: "A verdade que fere é pior do que a mentira que consola... Entenda quem puder.
(...)Sou adepto da verdade, mas acho que a verdade não deve ser lançada na cara de ninguém... Jesus silenciou diante de Pilatos. Naquelas circunstâncias, adiantaria dizer alguma coisa?! Graças a Deus, nunca me prevaleci da verdade para humilhar alguém. A verdade que esmaga está destituída de Amor. Deus não age assim... A verdade só deve ser dita quando possa servir de alavanca para reerguer quem se encontra no chão. Eu fugiria de quem só tivesse verdades para me dizer... A gente enlouquece. Deus não nos violenta...A razão nunca está de um lado só. As pessoas que se orgulham de ser francas demais, estão escondendo de si mesmas a sua própria realidade...Vocês me perdoem, mas é o que eu penso." (O Evangelho de Chico Xavier. Item 19 e 106. Chico Xavier/ Carlos A. Baccelli)
No livro "Renúncia", o espírito Emmanuel relata uma situação em que a personagem Madalena precisou ocultar uma verdade dura para não afetar ainda mais a condição de saúde da sua genitora: escondeu que as amigas de infância da sua mãe não quiseram ajudá-la financeiramente, e ainda omitiu o fato de que sofreu humilhação, quando foi visitá-las. A cena foi retratada da seguinte forma :
"E que era a sua mágoa comparada à do Mestre que se imolara pelos pecadores? Sofria muito naquela hora, em retribuição aos carinhos e dedicações materiais; mas Jesus aceitara o madeiro por amor aos bons e aos maus, aos justos e aos injustos. Beijou então, comovidamente, a pequena cruz e encaminhou-se para casa, sentindo-se amparada por uma força invisível que jamais conseguiria definir.
Abraçando a mãezinha doente, sentiu que era indispensável mentir para confortar; esconder a verdade dura, de modo a não abrir chagas mais cruéis. Sentindo-se forte e bem disposta ao influxo das forças desconhecidas que a amparavam, beijou a enferma com muito carinho, enquanto esta a interrogava com um sorriso de confiança:
— Chegaste a obter pelo menos mil francos, minha filha?
— Infelizmente, minha mãe, as nossas amigas não estavam em casa.
— Oh!... exclamou a doente sem disfarçar a tristeza súbita.
E começou a lembrar outros nomes, desejosa de encontrar um recurso pronto para a situação. Mas a filha percebendo que seu espírito, cheio de boa fé, voltaria a renovar as solicitações afetuosas, procurou confortá-la dizendo:
— O essencial, mamãe, é que a senhora fique tranqüila, sem preocupações. De outro modo, não alcançará as melhoras desejadas. Jesus não nos esquecerá. Além disso, o tio Jaques não tardará a chegar. Amigo de nossa confiança, sentir-nos-emos mais à vontade para tratar desse empréstimo.
— Ah! sim, será mais prático... Esperaremos — disse D. Margarida, resignada.
E Madalena tinha razão, porque Jaques Davenport daí a três dias batia-lhe à porta em visita afetuosa. A sobrinha sentiu imensa alegria apertando-lhe as mãos benfazejas. Depois de palestra cordial com D. Inácio Vilamil, o bondoso amigo entrou a ver a querida enferma, considerando muito grave a situação, pelo seu penoso abatimento.
Psicólogo profundo, o educador de Blois leu no semblante de Madalena a expressão do velado martírio doméstico.
D. Margarida, altamente confortada com a visita, contava, em detalhes, seus padecimentos diuturnos. Dormia pouquíssimo em vista das aflições ininterruptas; alimentava-se com extrema dificuldade, por ter o estômago ferido, intoxicado pela multiplicidade das drogas em uso; as pernas muito inchadas impediam-lhe os movimentos livres, forçando a filha a exaustivos esforços. Jaques reanimou-a, sinceramente comovido, comentando a situação de outros doentes em situação mais precária, afirmava ter visto casos idênticos, com sintomas mais graves e que, no entanto, não passavam de fenômenos orgânicos passageiros, em certas fases de desequilíbrio físico. A doente sorria, quase satisfeita, a demonstrar novo ânimo no semblante abatido, mas, na intimidade, quando se retirou do aposento, Jaques chamou a sobrinha de parte, mudou de semblante e falou penalizado:
— Minha filha, Deus te conceda forças para a luta, porque tua mãe está vivendo os derradeiros dias.
— Compreendo... — murmurou ela enxugando uma lágrima.
— Apega-te à fé, Madalena. Em tais instan tes, o socorro humano, por mais eficiente que o consideremos, é sempre precário. Devemos estar certos, porém, de que Deus tem um bálsamo para todas as angústias do coração.
A sobrinha não conseguiu responder, sentindo que a emoção lhe constringia a garganta, mas, penetrando as necessidades mais sutis, e, longe de ferir o coração da filha, com expressões menos generosas, o carinhoso amigo acrescentou:
— Madalena, Cirilo me recomendou, no último encontro em Blois, te trouxesse mil e quinhentos francos que representam velha dívida minha para com ele. Guarda-os. Neste transe, não faltará ensejo de os empregar utilmente. E na hipótese de necessitares mais alguma coisa, não te esqueças, filha, que me encontro a teu lado para todas as providências que se façam precisas.
A filha de D. Inácio recebeu os mil e quinhentos francos da lembrança generosa, imensamente comovida. Consoladora satisfação inundou-lhe a alma, porquanto era possível atender agora aos pequenos caprichos da enferma, a quem encheu de mimos, entre doces ternuras do coração." (Renúncia. Cap. 4.Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)
A verdade quando dita com sinceridade e franqueza rudes pode retardar o progresso espiritual pela dor que causa?
A verdade é a essência espiritual da vida. Cada homem ou cada grupo de criaturas possui o seu quinhão de verdades relativas, com o qual se alimentam as almas nos vários planos evolutivos. O coração, que retém uma parcela maior, está habilitado a alimentar seus irmãos a caminho de aquisições mais elevadas; todavia, é imprescindível o melhor critério amoroso na distribuição dos bens da verdade, porquanto esses bens devem ser fornecidos de acordo com a capacidade de compreensão do Espírito a que se destina o ensinamento, de maneira que o esforço não se faça acompanhar de resultados contraproducentes. Ainda aqui, podemos examinar os exemplos da natureza material. A nutrição de um menino deve conter a substância mantenedora da vida, mas não pode ser análoga à nutrição do adulto. A despreocupação nesse assunto poderia levar a criança ao aniquilamento, embora as substâncias ministradas estivessem repletas de elementos vitais. (O Consolador. Questão 193. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Todo ensinamento deve ser proporcionado à inteligência daquele a quem se queira instruir, porquanto há pessoas a quem uma luz por demais viva deslumbraria, sem as esclarecer. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 24. Item 4. Allan Kardec).
Na história da humanidade, as grandes lições sempre foram apresentadas de forma poética, simulada, velada, a fim de sobreviverem aos tempos e terem o seu significado interpretado conforme os parâmetros de cada época, em todos os séculos, como o Vedanta, a Bíblia, o Zend Avesta, o Corão, para nos referirmos a apenas alguns dos grandes Livros espirituais, passando pela literatura de Homero, de Virgílio, de Ovídio, de Horácio, de Dante. São assim os contos, as suras, as parábolas, as estórias, os koans...
Apesar da forma, a verdade ressalta no conteúdo dessas narrativas, levemente escondida, de modo a preencher o entendimento daqueles que as ouviram dos seus autores, bem como tornar-se fácil narrá-las à posterioridade, que delas todas se vem beneficiando no transcurso dos milênios.
Havia na Antiguidade, como sabeis, alguns indivíduos que estavam de posse daquilo que consideravam uma ciência sagrada, e da qual faziam mistério para os que consideravam profanos. Deveis compreender, com o que conheceis das leis que regem esses fenômenos, que eles recebiam apenas verdades esparsas no meio de um conjunto equívoco e na maioria das vezes alegórico. Não há, entretanto, para o homem de estudo, nenhum antigo sistema filosófico, nenhuma tradição, nenhuma religião a negligenciar, porque todos encerram os germens de grandes verdades, que embora pareçam contraditórias entre si, espalhadas que se acham entre acessórios sem fundamento, são hoje muito fáceis de coordenar, graças à chave que vos dá o Espiritismo de uma infinidade de coisas que até aqui vos pareciam sem razão, e cuja realidade vos é agora demonstrada de maneira irrecusável. ( O Livro dos Espíritos. Questão 628. Allan Kardec).
Sabe-se que os Espíritos, em virtude da diferença entre as suas capacidades, longe se acham de estar, individualmente considerados, na posse de toda a verdade; que nem a todos é dado penetrar certos mistérios; que o saber de cada um deles é proporcional à sua depuração; que os Espíritos vulgares mais não sabem do que muitos homens; que entre eles, como entre estes, há presunçosos e sofômanos, que julgam saber o que ignoram; sistemáticos, que tomam por verdades as suas idéias; enfim, que só os Espíritos da categoria mais elevada, os que já estão completamente desmaterializados, se encontram despidos das idéias e preconceitos terrenos; mas, também é sabido que os Espíritos enganadores não escrupulizam em tomar nomes que lhes não pertencem, para impingirem suas utopias. Daí resulta que, com relação a tudo o que seja fora do âmbito do ensino exclusivamente moral, as revelações que cada um possa receber terão caráter individual, sem cunho de autenticidade; que devem ser consideradas opiniões pessoais de tal ou qual Espírito e que imprudente fora aceitá-las e propagá-las levianamente como verdades absolutas. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Introdução. Allan Kardec).
Segundo Erasto: ''É melhor rejeitar dez verdades momentaneamente do que admitir uma só mentira, uma única teoria falsa. Porque sobre essa teoria, sobre a mentira podereis construir todo um sistema, que desmoronará ao primeiro sopro da verdade, como um monumento erigido sobre areia movediça”. (Revista Espírita. Outubro de 1861. Epístola de Erasto aos Espíritas Lioneses. Allan Kardec).
João adverte: '' Meus bem-amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas experimentai se os Espíritos são de Deus.'' (I João, 4: 1.)
O Espiritismo nos faculta os meios de experimentá-los, apontando os caracteres pelos quais se reconhecem os bons Espíritos, caracteres sempre morais, nunca materiais . É a maneira de se distinguirem dos maus os bons Espíritos que, principalmente, podem aplicar-se estas palavras de Jesus: “Pelo fruto é que se reconhece a qualidade da árvore; uma árvore boa não pode produzir maus frutos, e uma árvore má não os pode produzir bons." Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como uma árvore pela qualidade dos seus frutos. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 21. Item 7. Allan Kardec).
De tudo o que revele um átomo de orgulho, fugi, como de uma lepra contagiosa, que corrompe tudo em que toca. Lembrai-vos de que cada criatura traz na fronte, mas principalmente nos atos, o cunho da sua grandeza ou da sua inferioridade. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 21. Item 8. Allan Kardec).
A filosofia budista, entre outros ensinamentos nobres, mostra as sete linhas da conduta saudável, estabelecendo os itens ideais do bem proceder, dos quais destacamos apenas: pensar corretamente, falar corretamente, agir corretamente...
No pensamento, portanto, tem lugar o planejamento de tudo. Dessa forma se deve pensar com correção, falar com correção, de modo a se poder agir com correção.
Por isso, a vida familiar deve ser um lugar de segurança emocional, de realização total e não o reduto onde se vão descarregar o meu humor e as tensões do cotidiano.
Uma criança de sete anos indagou à sua genitora, profissional de televisão, por que ela sempre se apresentava sorrindo na tela do aparelho, enquanto que em casa estava sempre aborrecida e enfezada. Surpreendida com a indagação, a senhora respondeu que, na televisão, ela ganhava para sorrir. Diante da resposta, a filha, que a amava, indagou--lhe, esperançosa: - E quanto a senhora quer ganhar para sorrir também em casa?
Os filhos são mais do que reproduções do corpo. Trata-se de Espíritos atentos, necessitados uns, preparados outros, para seguirem adiante e construírem o mundo do futuro. Todo o cuidado que lhes seja dispensado é sempre de resultado feliz. (Vida: Desafios e soluções. Necessidade da mentira. Espírito Joanna de Ângelis. Psicografado por Divaldo Pereira Franco).
Bibliografia:
- O Livro dos Espíritos. Questão 628. Allan Kardec.
- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Introdução. Cap. 21, itens 7 e 8. Cap. 24, item 4. Allan Kardec.
- Revista Espírita. Outubro de 1861. Epístola de Erasto aos Espíritas Lioneses. Allan Kardec.
- Vida: Desafios e soluções. Necessidade da mentira. Espírito Joanna de Ângelis. Psicografado por Divaldo Pereira Franco.
- O Consolador. Questões 192, 193. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.
- Renúncia. Cap. 4.Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.
- O Evangelho de Chico Xavier. Item 19 e 106. Chico Xavier/ Carlos A. Baccelli.
- Estude e viva. Companheiros francos. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.
- Renovando atitudes. Cap. 26. Espírito Hammed. Francisco do Espírito Santo Neto.
- Sob a Proteção de Deus. Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Franco.
- Sites: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mentira; https://pensador.uol.com.br/frase/MjMwNzU0/; https://pensador.uol.com.br/frasespara_pessoas_mentirosas/. Data da consulta: 22/01/15.