Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.
Aula 43 - Preconceito e liberdade de crença
Ciclo 1 - História: Paulo Henrique - Atividade: PH - Jesus - 16 - Preconceito.
Ciclo 2 - História: As maças - Atividade: ESE - Cap. 25 - 3 - Não vos inquieteis pela posse do ouro.
Ciclo 3 - História: O vendedor de balões - Atividade: PH - Jesus - 17 - Preconceito.
Mocidade: História: Preconceito - Atividade: 2 - Dinâmica de grupo: Abrigo subterrâneo.
Dinâmicas: Preconceito; Estereótipos e preconceito; Diga não ao preconceito.
Mensagens Espíritas: Preconceito.
Sugestão de vídeo infantil: Normal é ser diferente - Grandes pequeninos (Dica: pesquise no Youtube).
Sugestão de livros infantis: - Menino Azul. Uma História para contar. Adeilson Salles. Editora Boa nova.
- Coleção Paraíso das Fábulas. O Leão e a raposa. Honorino A. de Marchi. Editora Edelbra.
Leitura da Bíblia: Mateus - Capítulos 10 e 13
10.9 Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos;
10.10 nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.
10.11 E, em qualquer cidade ou povoado em que entrardes, indagai quem neles é digno; e aí ficai até vos retirardes.
10.12 Ao entrardes na casa, saudai-a;
10.13 se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz.
10.14 Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
10.15 Em verdade vos digo que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade.
13.54 E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam e diziam: Donde veio a este a sabedoria e estas maravilhas?
13.55 Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas?
13.56 E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe veio, pois, tudo isso?
13.57 E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa.
13.58 E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.
João - Capítulo 10
10.14 Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
10.15 Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas.
10.16 Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.
10.17 Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la.
10.18 Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai.
10.19 Tornou, pois, a haver divisão entre os judeus por causa dessas palavras.
10.20 E muitos deles diziam: Tem demônio e está fora de si; por que o ouvis?
10.21 Diziam outros: Estas palavras não são de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?
Tópicos a serem abordados:
- O preconceito é uma opinião que se tem sobre algo ou alguém, baseada na idéia dos outros, formada antecipadamente sem ter conhecimento ou reflexão sobre o assunto. Existem vários tipos de preconceitos na sociedade: religião, raça (característica física), velhice, nacionalidade (país ou região onde nasceu), política, situação econômica, deficiência física, etc. Isso tem causado muitos sofrimentos, no mundo, e continua a causar. Porque quem julga previamente não tem o cuidado de analisar se aquilo é verdadeiro ou não. Isto é um obstáculo para o progresso da humanidade e da paz.
- O preconceito é próprio dos orgulhosos. Todos os seres humanos são formados dos mesmos elementos. Têm as mesmas necessidades, como seja de comer, beber, dormir, amar e sonhar. Não há, pois, motivo algum para que alguém se julgue mais importante ou superior a quem quer que seja (1). Todos nós somos iguais perante Deus.
-O bullying que ocorre nas escolas nada mais é que resultado de preconceito e discriminação. Um simples empurrão, uma risadinha ou um apelido maldoso pode ser considerado bullying. Se não gostamos de receber brincadeiras de mau gosto, não devemos fazer para os outros. Jesus disse: ''Faça aos outros o que você gostaria que eles fizessem a você.'' Devemos aprender a ser mais tolerantes e respeitar o nosso próximo.
- Jesus, nosso mestre, não tinha qualquer tipo de preconceito. Comia na mesa de publicanos (cobradores de impostos), aproximava de leprosos e os curava, conversou com uma mulher samaritana (sendo que os judeus não conversavam com os samaritanos), andava entre prostitutas e pecadores, pregando o amor de Deus. O messias veio combater as velhas idéias e práticas, baseadas em orgulho e falso saber. Entretanto, ele mesmo sofreu o preconceito dos homens que não compreenderam a sua divina missão. Os sacerdotes e os fariseus o acusavam de trabalhar pelo demônio. Os seus próprios parentes achavam que ele era louco. Por ser um carpinteiro e filho de um humilde carpinteiro, e ter por mãe, irmãos e irmãs, gente do povo, não esperavam que Ele pudesse ter uma imensa sabedoria e realizar tantas curas.
- Quem quer que se eleve acima do nível comum está sempre em luta com o ciúme e a inveja. Os que se sentem incapazes de chegar à altura em que aquele se encontra esforçam-se para rebaixá-lo, por meio da difamação, da maledicência e da calúnia.
- O preconceito com relação ao Espiritismo também existe. E devemos estar preparados para sermos tolerantes e recebê-lo com naturalidade. As pessoas adultas são livres para escolher a sua crença e portanto devemos respeitá-las. Quando Jesus orientou que seus discípulos anunciassem a palavra de Deus para as pessoas, não disse que deveriam amaldiçoar aqueles que não os quisessem receber em sua casa. Não devemos impor as nossas idéias a ninguém ou forçar que deixe a sua crença.
- É pela prática da caridade que seremos bem vistos por Deus. Para o nosso pai celeste, tanto o rico quanto o pobre, branco ou negro, independente da sua crença ou país de origem, possuem meios para conhecer a palavra de Deus (2) e cada um será recompensado de acordo com suas obras.
- Toda crença é respeitável, quando sincera e conduz à prática do bem. As religiões do futuro compreenderam que o Espírito é imortal. E todas um dia terão o mesmo ideal, que é a prática da caridade e fraternidade universal. Segundo Leon Denis, ''O espiritismo não será a religião do futuro, e sim o futuro das religiões''.
Comentário (1): https://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3561&stat=0. Data de consulta: 21/01/15. (2): LE. Questão 619. A. K.
Perguntas para fixação:
1. O que é o preconceito?
2. Quais tipos de preconceitos existem na sociedade?
3. O que é o bullying?
4. Por que Jesus sofreu preconceito?
5. Devemos impor nossa crença a outras pessoas?
6. Todos possuem o direito de ter liberdade de crença?
7. Seremos julgados por Deus pela nossa religião ou por nossas ações no bem?
8. Um dia a humanidade terá uma mesma crença?
Subsídio para o Evangelizador:
Os profetas só têm honra em sua terra depois de mortos. Nessa ocasião todos lhes dão a primazia, todos exploram o direito patriótico de os exaltarem.
Enquanto vivos, contudo, deles todos zombam, e são menosprezados, repudiados.
Assim acontece nas demais ramificações do saber humano: em sua terra um artista não tem arte, um sábio não tem sabedoria, um santo não tem virtudes, embora suas obras se contraponham às negações.
Poderia, porventura, Jesus, criado em Nazaré, oriundo de família humilde, pobre artista que vivia do seu trabalho rústico, gozar, na sua terra, das regalias de um profeta de Deus?
Não, não podia. Os preconceitos humanos estão acima de todos os raciocínios, de toda a lógica, impedindo o funcionamento da razão. (O Espírito do Cristianismo. Cap. 4. Cairbar Schutel)
O hábito de se verem desde a infância, em todas as circunstâncias ordinárias da vida, estabelece entre os homens uma espécie de igualdade material que, muitas vezes, faz que a maioria deles se negue a reconhecer superioridade moral num de quem foram companheiros ou comensais, que saiu do mesmo meio que eles e cujas primeiras fraquezas todos testemunharam. Sofre-lhes o orgulho com o terem de reconhecer o ascendente do outro. Quem quer que se eleve acima do nível comum está sempre em luta com o ciúme e a inveja. Os que se sentem incapazes de chegar à altura em que aquele se encontra esforçam-se para rebaixá-lo, por meio da difamação, da maledicência e da calúnia; tanto mais forte gritam, quanto menores se acham, crendo que se engrandecem e o eclipsam pelo arruído que promovem. Tal foi e será a História da Humanidade, enquanto os homens não houverem compreendido a sua natureza espiritual e alargado seu horizonte moral. Por aí se vê que semelhante preconceito é próprio dos espíritos acanhados e vulgares, que tomam suas personalidades por ponto de aferição de tudo.
(...)Tanto menos podia Jesus escapar às conseqüências deste princípio, inerente à natureza humana, quanto pouco esclarecido era o meio em que ele vivia, meio esse constituído de criaturas votadas inteiramente à vida material. Nele, seus compatriotas apenas viam o filho do carpinteiro, o irmão de homens tão ignorantes quanto ele e, assim sendo, não percebiam o que lhe dava superioridade e o investia do direito de os censurar. Verificando então que a sua palavra tinha menos autoridade sobre os seus, que o desprezavam, do que sobre os estranhos, preferiu ir pregar para os que o escutavam e aos quais inspirava simpatia.
Assim, de um lado, os sacerdotes e os fariseus o acusavam de obrar pelo demônio; de outro, era tachado de louco pelos seus parentes mais próximos. Não é o que se dá em nossos dias com relação aos espíritas? E deverão estes queixar-se de que os seus concidadãos não os tratem melhor do que os de Jesus o tratavam? O que há de estranhável é que, no século dezenove e no seio de nações civilizadas, se dê o que, há dois mil anos, nada tinha de espantoso, por parte de um povo ignorante. (A Gênese. Cap. 17. Item 2. Allan Kardec).
Ter preconceitos é, pois, assimilar as coisas com julgamento preestabelecido, fundamentado na opinião dos outros. Os preconceitos são as raízes de nossa infelicidade e sofrimento neurótico, pois deterioram nossa visão da vida como uma lasca que inflama a área de nosso corpo em que se aloja.
Aceitamos esses valores dos adultos com quem convivemos, de uma maneira e forma tão sutis que nem percebemos. Basta a criança observar um comentário sobre a sexualidade de alguém, ou a religião professada pelos vizinhos, para assimilar idéias e normas vivenciadas pelo adulto que promove a crítica. De maneira distorcida, baseia-se no julgamento de outrem, quando é válido somente o autojulgamento, apoiado sempre na análise dos fatos como realmente eles são.
Qual seria então tua visão atual a respeito do sexo, religião, raça, velhice, nação, política e outras tantas? Seriam formadas unicamente sem a influência dos outros? Será que tua forma de ver a tudo e a todos não estaria repleta de obstáculos formados pelos teus conceitos preestabelecidos?
Por não estares atento ao processo da vida em ti, é que precisas do juízo dos outros, tornando-te assim dependente e incapacitado diante de tuas condutas. (Renovando atitudes. Cap. 18. Francisco do Espírito Santo Neto ditado por Hammed).
Segundo o Espírito Emmanuel, ''Os maiores obstáculos, para que se propaguem no seio das sociedades modernas os ensinamentos salutares e proveitosos do Consolador, são constituídos pelas imensas barreiras que lhes levantam os dogma e preconceitos de todos os matizes, nas escolas científicas e facções religiosas, militantes em todas as partes do Globo.'' (Emmanuel. Cap. 27. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Como melhorar a convivência com as pessoas que acreditam que o Espiritismo é um erro, quando o livre-arbítrio não é respeitado dentro de casa, onde o pai segue um caminho e, por se considerar mais experiente, não aceita a religião escolhida pelos filhos?
Devemos receber o preconceito contra o Espiritismo com a maior naturalidade e respeito cristão. É aí que ele cresce e se agiganta. A propósito, a grandeza do uso de livre-arbítrio depende do esforço próprio e do grau de evolução ou adiantamento do Espírito. Não adianta lutar contra o pai que não aceita a religião escolhida pelo filho. Nesse caso, ore por ele, pedindo compreensão. Essa, no nosso entender, é a melhor maneira para manter a harmonia da família. (Plantão de Respostas. Pinga Fogo II. Preconceito I. Espírito Emmanuel/Chico Xavier)
Por que, quando falamos que somos espíritas, as pessoas de outras religiões se afastam?
O preconceito ainda existe em relação ao Espiritismo. E devemos estar preparados para sermos tolerantes. O importante perante Deus é o convencimento da escolha da nossa religião, não importando qual. Nesse particular, diremos que todos os caminhos levam a Deus, se entendermos que somos felizes e conscientes no respeito ao próximo e na prática da caridade. (Plantão de Respostas. Pinga Fogo II. Preconceito II. Espírito Emmanuel/Chico Xavier)
Jesus mandou que os apóstolos primeiramente anunciassem o reino de Deus e curassem os enfermos da sua nação humana, para que mais se apertassem entre eles os laços de família, de fraternidade e de pátria. Recomendou-lhes que nada levassem consigo, pois que tudo deviam confiar dele; que abençoassem os lugares onde fossem bem acolhidos e sacudissem dos pés a poeira, onde fossem repelidos.
Como missionários do Senhor, protegidos por este, nenhuma importância deviam dar às comodidades materiais, cumprindo-lhes estar persuadidos de que o Mestre os seguia, ligando, ou desligando o que eles ligassem, ou desligassem, isto é, sancionando o que fizessem. (Elucidações Evangélicas. Cap. 60. Antônio Luiz Sayão).
Quanto aos que não os quisessem receber, nem ouvir, recomendou ele porventura aos apóstolos que os amaldiçoassem, que se lhes impusessem, que usassem de violência e de constrangimento para os converterem?
Não; mandou, pura e simplesmente, que se fossem embora, à procura de pessoas de boa vontade. O mesmo diz hoje o Espiritismo a seus adeptos: não violenteis nenhuma consciência; a ninguém forceis para que deixe a sua crença, a fim de adotar a vossa; não anatematizeis os que não pensem como vós; acolhei os que venham ter convosco e deixai tranqüilos os que vos repelem. Lembrai-vos das palavras do Cristo. Outrora, o céu era tomado com violência; hoje o é pela brandura. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 25. Item 11. Allan Kardec).
Na propaganda da fé, é justo que os espíritas ou os médiuns estejam preocupados em converter aos princípios da Doutrina os homens de posição destacada no mundo, como os juízes, os médicos, os professores, os literatos, os políticos, etc.?
Os espiritistas cristãos devem pensar muito na iluminação de si mesmos, antes de qualquer prurido, no intuito de converter os outros. E, ao tratar-se dos homens destacados no convencionalismo terrestre, esse cuidado deve ser ainda maior, porquanto há no mundo um conceito soberano de “força” para todas as criaturas que se encontram nos embates espirituais para a obtenção dos títulos de progresso. Essa “força” viverá entre os homens até que as almas humanas se compenetrem da necessidade do reino de Jesus em seu coração, trabalhando por sua realização plena. Os homens do poder temporal, com exceções, muitas vezes aceitam somente os postulados que a “força” sanciona ou os princípios com que a mesma concorda. Enceguecidos temporariamente pelos véus da vaidade e da fantasia, que a “força” lhes proporciona, faz-se mister deixa-los em liberdade nas suas experiências. Dia virá em que brilharão na Terra os eternos direitos da verdade e do bem, anulando essa “força” transitória. Ainda aqui, tendes o exemplo do Divino Mestre para todos os tempos, não teve a preocupação de converter ao Evangelho os Pilatos e os Ántipas do seu tempo. Além do mais, o Espiritismo, na sua feição de Cristianismo redivivo, não deve nutrir a pretensão de disputar um lugar no banquete dos Estados do mundo, quando sabe muito bem que a sua missão divina há de cumprir-se junto das almas, nos legítimos fundamentos do Reino de Jesus. (O Consolador. Questão 361. Espírito Emmanuel. Chico Xavier)
Que é o que resulta dos embaraços que se oponham à liberdade de consciência (1)?
Constranger os homens a procederem em desacordo com o seu modo de pensar, fazê-los hipócritas. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso. ( O Livro dos Espíritos. Questão 837. Allan Kardec).
Segundo o artigo 5º , inciso VI, da Constituição Brasileira : é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias''. (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm).
Será respeitável toda e qualquer crença, ainda quando notoriamente falsa?
Toda crença é respeitável, quando sincera e conducente à prática do bem. Condenáveis são as crenças que conduzam ao mal. (O Livro dos Espíritos. Questão 838. Allan Kardec).
Será repreensível aquele que escandalize com a sua crença um outro que não pensa como ele?
Isso é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento. (O Livro dos Espíritos. Questão 839. Allan Kardec).
Segundo a lei brasileira, nº 7.716 de 5 de Janeiro de 1989, artigo 1º, '' Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional''. (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm).
Para respeitar a liberdade de consciência, dever-se-á deixar que se propaguem doutrinas perniciosas, ou poder-se-á, sem atentar contra aquela liberdade,procurar trazer ao caminho da verdade os que se transviaram obedecendo a falsos princípios?
Certamente que podeis e até deveis; mas, ensinai, a exemplo de Jesus, servindo-vos da brandura e da persuasão e não da força, o que seria pior do que a crença daquele a quem desejaríeis convencer. Se alguma coisa se pode impor, é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o melhor meio de fazê-los admitidos seja obrar com violência. A convicção não se impõe.” (O Livro dos Espíritos. Questão 841. Allan Kardec).
Por que indícios se poderá reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a expressão única da verdade, a que tem o direito de se apresentar como tal?
Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse o sinal por que reconhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de ser falsa e perniciosa. (O Livro dos Espíritos. Questão 842. Allan Kardec).
No estado atual da opinião e dos conhecimentos, a religião, que terá de congregar um dia todos os homens sob o mesmo estandarte, será a que melhor satisfaça à razão e às legítimas aspirações do coração e do espírito; que não seja em nenhum ponto desmentida pela ciência positiva; que, em vez de se imobilizar, acompanhe a Humanidade em sua marcha progressiva, sem nunca deixar que a ultrapassem; que não for nem exclusivista, nem intolerante; que for a emancipadora da inteligência, com o não admitir senão a fé racional; aquela cujo código de moral seja o mais puro, o mais lógico, o mais de harmonia com as necessidades sociais, o mais apropriado, enfim, a fundar na Terra o reinado do Bem, pela prática da caridade e da fraternidade universais.
O que alimenta o antagonismo entre as religiões é a idéia, generalizada por todas elas, de que cada uma tem o seu deus particular e a pretensão de que este é o único verdadeiro e o mais poderoso, em luta constante com os deuses dos outros cultos e ocupado em lhes combater a influência. Quando elas se houverem convencido de que só existe um Deus no Universo e que, em definitiva, ele é o mesmo que elas adoram sob os nomes de Jeová, Alá ou Deus ; quando se puserem de acordo sobre os atributos essenciais da Divindade, compreenderão que, sendo um único o Ser, uma única tem que ser a vontade suprema; estender-se-ão as mãos umas às outras, como os servidores de um mesmo Mestre e os filhos de um mesmo Pai e, assim, grande passo terão dado para a unidade.
As religiões do futuro terão por fundamento a comunhão dos vivos e dos mortos, o ensino mútuo de duas humanidades. Apesar das dificuldades que ainda apresenta a comunicação com o invisível – e que é provável se aplainem com o tempo e a experiência – pode-se desde já verificar que há uma base, muito mais ampla que todas, sobre que se apóia a idéia religiosa. Será um dos mais assinalados méritos do Espiritismo tê-la proporcionado ao mundo, por esse modo preparando, facilitando a unidade moral e religiosa. A solidariedade que vincula os vivos da Terra aos do Céu se estenderá pouco a pouco a todos os habitantes do nosso globo, e todos comungarão um dia em um mesmo ideal realizado.
A alma humana aprenderá a conhecer-se em sua natureza imortal, em seu futuro eterno. Espíritos, de passagem por esta Terra, compreenderemos que o nosso destino é viver e progredir incessantemente, através do infinito dos espaços e do tempo, a fim de nos iniciarmos sempre e cada vez mais nas maravilhas do Universo, para cooperarmos sempre mais intimamente na obra divina.
Compenetrados destas verdades, saberemos desprender-nos das coisas materiais e elevar bem alto as nossas aspirações. Sentir-nos-emos ligados aos nossos companheiros de jornada, na grande romaria eterna, ligados a todas as almas pela cadeia de atração e de amor que a Deus se prende e a todos nos mantém na unidade da vida universal.
Então as mesquinhas rivalidades, os odiosos preconceitos terão cessado para sempre. Todas as reformas, todas as obras de solidariedade receberão vigoroso impulso. Acima das pequenas pátrias terrestres veremos desdobrar-se a grande pátria comum: o céu iluminado. (No invisível. Cap. 11. Leon Denis).
Segundo Leon Denis, ''O espiritismo não será a religião do futuro, e sim o futuro das religiões''. (Fase atribuída a Leon Denis, porém não localizada a fonte).
Observação (1): A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos. (O Livro dos Espíritos. Questão 835. Allan Kardec).
Bibliografia:
- A Gênese. Cap. 17. Item 2. Allan Kardec.
- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 25. Item 11. Allan Kardec.
- O Livro dos Espíritos. Questões 835, 837, 838 , 839, 841 e 842. Allan Kardec.
- Emmanuel. Cap. 27. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.
- Plantão de Respostas. Pinga Fogo II. Preconceito I e II. Espírito Emmanuel/Chico Xavier.
- O Consolador. Questão 361. Espírito Emmanuel. Chico Xavier.
- Renovando atitudes. Cap. 18. Francisco do Espírito Santo Neto ditado por Hammed.
- Elucidações Evangélicas. Cap. 60. Antônio Luiz Sayão.
- No invisível. Cap. 11. Leon Denis.
- O Espírito do Cristianismo. Cap. 4. Cairbar Schutel.
- Sites: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm. Data da consulta: 21/01/15.