Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 20 - Família: parentesco corporal e espiritual

Ciclo 1 - História: A galinha carinhosa  -  Atividade: LE - L2 - Cap. 4 - 7- Parentesco, filiação ou/e ESE - Cap. 14 - 2 - Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?   

Ciclo 2 - História: Os irmãos Miguel e João -  Atividade: LE - L2 - Cap. 4 -  8 - Semelhanças físicas e morais ou/e ESE - Cap. 14 - 3 - Parentesco co rporal e espiritual.     

Ciclo 3 - História: A fábula do porco-espinho  -  Atividade:  LE - L3 - Cap. 7 - 3 - Laços de Família .

Mocidade - História: A inesperada renovação - Atividade:  2 - Dinâmica de grupo: Família: Laços espirituais ou laços corporais?

 

Dinâmicas: Semelhanças físicas e moraisA importância dos amigos, da família e de DeusTipos de família.

Mensagens Espíritas: Família; Lar.

Vídeos: - A galinha afetuosa (Dica: pesquise no Vimeo).

- Música Espírita : Família idéia genial de Deus (Dica:pesquise no Youtube).

- Música: O Caracol (Dica: pesquise no Youtube)

Sugestão de livro infantil: - Coleção valores e virtudes -  Alegria: Sorrir e acreditar . Editora BrasiLeitura. TodoLivro Ltda.

- A vida fala 1 - A galinha afetuosa.Neio Lúcio. Editora FEB.

 

Leitura da Bíblia: Marcos - Capítulo 3


3.20   Então, ele foi para casa. Não obstante, a multidão afluiu de novo, de tal modo que nem podiam comer.


3.21   E, quando os parentes de Jesus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si.


3.31   Nisto, chegaram sua mãe e seus irmãos e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo.


3.32   Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua procura.


3.33   Então, ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos?


3.34   E, correndo o olhar pelos que estavam assentados ao redor, disse: Eis minha mãe e meus irmãos.


3.35   Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.


 

Tópicos a serem abordados:

- A Família é um grupo de pessoas que se reúne cuja finalidade consiste em se ajudarem como irmãos e adquirirem o verdadeiro amor espiritual.  Em geral, a Família é constituída de mãe, pai, irmãos consanguíneos ou adotivos, tios, avós e primos.

- Os pais transmitem para os seus filhos a semelhança física, como por exemplo, a cor dos olhos, do cabelo, o formato do rosto, etc. No entanto, eles não transmitem a semelhança moral, não podem transmitir a bondade do seu Espírito (o Espírito é indivisível). Pode-se observar que existem pais bons que podem ter, algumas vezes, filhos que sejam maus. Deus assim permite, para que estes filhos maus aprendam a ser melhores, pouco a pouco, ao contato dos bons e pelos cuidados que deles recebem.  

- Os pais tem por missão educar os seus filhos, auxiliando-os no desenvolvimento da sua inteligência e da sua moral, para fazê-los evoluir. E os filhos tem por dever respeitá-los.

- A família é organizada anteriormente no plano espiritual, ou seja, antes de encarnarmos  no planeta Terra. Um Espírito pode escolher nascer na família daquele com quem brigou em vidas anteriores, com objetivo de se reconciliar com ele (1). A maioria, é auxiliada por amigos espirituais na escolha das melhores condições para a sua reencarnação (2).

- Os nossos parentes, aqueles que fazem parte da nossa família, são muitas vezes Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, ou seja, que possuem gostos e pensamentos semelhantes, que se expressão por uma verdadeira afeição (amor). Mas também, pode acontecer que sejam completamente estranhos, afastados entre si, por antipatias igualmente anteriores, que se expressão por sentimentos e gostos diferentes, ocasionando brigas e desentendimentos, a fim de que possam transformar estas ações inferiores e aprender a ser pacientes, mais compreensivos e desenvolver o amor entre si.

- Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. Ela aumenta os deveres da fraternidade, visto que, entre os vizinhos ou entre os colegas de classe, pode se encontrar um Espírito que esteve ligado a nós pelos laços de sangue (em vidas anteriores).

- No entanto, se um homem, por exemplo, tiver tido  dez encarnações, não deve-se pensar que ele vá encontrar, no mundo dos Espíritos, dez pais, dez mães, dez mulheres e um número proporcional de filhos e de parentes novos. Lá encontrará sempre os que foram objeto da sua afeição.

- Os Espíritos formam, no Espaço, grupos ou famílias unidos pela afeição, pela simpatia e semelhança de gostos. Esses Espíritos, felizes por estarem juntos, se procuram. Mesmo que uns estejam encarnados e outros não, continuam unidos pelo pensamento. A encarnação não os separa senão momentaneamente. Essa afeição  verdadeira (afeição espiritual), sobrevive à destruição do corpo.  No entanto, há pessoas que possuem afeições carnais, que se unem por interesses (tais como, por exemplo: a beleza, o poder , a riqueza, etc..), não estão realmente unidas uma as outras e a morte as separa.   

- Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais (que possuem afeição espiritual) e as famílias  pelos laços corporais (que possuem afeição carnal) . Somente as primeiras são duráveis e continuam no mundo dos Espíritos. As segundas são frágeis, como as coisas materiais, e se acabam com o tempo, muitas vezes, já na existência atual. Uma família que adota uma criança, não possui laços corporais (sanguíneos) com ela, porém pode ter laços espirituais, uma verdadeira afeição.

- Foi o que Jesus quis nos explicar quando disse aos seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe. Sabe-se que os parentes de Jesus, não o estimavam. Eram Espíritos pouco adiantados e não lhe compreendiam a missão. Sua mãe, estava com eles naquele momento, mas Jesus quis generalizar o ensinamento, pois sabe-se que ela tinha-lhe muita afeição e ele não quis desconsiderá-la ou desrespeitá-la. 

- Na criação, somos todos uma só família, pois estamos sob a bênção providencial de um Pai único, que é Deus.

 

Comentário (1): ESE. Cap. 14. Item 9. A. K. (2): Missionários da Luz. Cap. 13. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

 

Perguntas para fixação:

1. O que é a família?

2. Os pais podem transmitir o seu Espírito para seus filhos?

3. Eles podem transmitir o caráter da bondade, por exemplo?

4. O que os pais transmitem para seus filhos?

5. Os auxiliam os filhos na educação e qual é o dever dos filhos?

6. O que significa ter um parentesco corporal?

7. O que significa ter um parentesco espiritual?

8. Porque Jesus considerou os discípulos como sendo seus irmãos e não os seus parentes?

9. Um amigo ou um vizinho, pode ter sido seu irmão de sangue em vidas passadas?

10. Por que geralmente reencarnamos entre pessoas que já foram nossos parentes em outras vidas?

11. Existem dois tipos de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias  pelos laços corporais. Qual delas  são duráveis e continuam após a morte no plano espiritual?

 

Subsídio para o Evangelizador:

                  Segundo o livro Estude e viva, '' Família'' é grupo consangüíneo a que você forçosamente se vincula por remanescentes do pretérito ou imposições de afinidade com vistas ao burilamento pessoal.  (Estude e viva. O Espiritismo em sua vida. Espírito Emmanuel e André Luiz. Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira).            

            A família é uma instituição divina cuja finalidade precípua consiste em estreitar os laços sociais, ensejando-nos o melhor modo de aprendermos a amar-nos como irmãos. (As Leis Morais. Cap. 27. Rodolfo Calligaris).

             Os pais transmitem, frequentemente, aos filhos uma semelhança física. Transmitem também uma semelhança moral?

            Não, uma vez que têm alma ou Espíritos diferentes.  O corpo deriva do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças apenas há consangüinidade.

            Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 14. Item 7. Allan Kardec).

            De onde provêm as semelhanças morais que existem, algumas vezes, entre pais e filhos?

            São Espíritos simpáticos, atraídos pela semelhança de suas tendências. (O Livro dos Espíritos. Questão 207. Allan Kardec).

            Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste?

            Ao contrário: bem grande influência exercem. Conforme já dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho. (O Livro dos Espíritos. Questão 208. Allan Kardec).

            Por que é que de pais bons e virtuosos nascem filhos de natureza perversa? Por outra: por que é que as boas qualidades dos pais nem sempre atraem, por simpatia, um bom Espírito para lhes animar o filho?

            Não é raro que um mau Espírito peça lhe sejam dados bons pais, na esperança de que seus conselhos o encaminhem por melhor senda e muitas vezes Deus lhe concede o que deseja. ( O Livro dos Espíritos. Questão 209. Allan Kardec).

            O que foram, em vidas anteriores, os pais despóticos?

             Quase sempre, os pais despóticos de hoje são aqueles filhos do passado, em cuja mente inoculamos o egoísmo e a intolerância. (Leis de Amor. Cap. 2. Questão 8.  Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            E os parentes abnegados?

             Os parentes abnegados, em que nos escoramos, são os amigos de outras eras, com os quais já construímos os sólidos alicerces da amizade e do entendimento, proporcionando-nos o reconforto da segurança recíproca. (Leis de Amor. Cap. 2. Questão13.  Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Donde deriva a semelhança de caráter que muitas vezes existe entre dois irmãos, mormente se gêmeos?

            São Espíritos simpáticos que se aproximam por analogia de sentimentos e se sentem felizes por estar juntos. ( O Livro dos Espíritos. Questão 211. Allan Kardec).

            Pois que nos gêmeos os Espíritos encarnam por simpatia, donde provém a aversão que às vezes se nota entre eles?

            Não é de regra que sejam simpáticos os Espíritos dos gêmeos. Acontece também que Espíritos maus podem querer lutar juntos no palco da vida. ( O Livro dos Espíritos. Questão 213. Allan Kardec).

            Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências.

            Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

            Causa admiração, e com fundamento, que, neste passo, mostrasse Jesus tanta indiferença para com seus parentes e, de certo modo, renegasse sua mãe.

            Pelo que concerne a seus irmãos (1), sabe-se que não o estimavam. Espíritos pouco adiantados, não lhe compreendiam a missão: tinham por excêntrico o seu proceder e seus ensinamentos não os tocavam, tanto que nenhum deles o seguiu como discípulo. Dir-se-ia mesmo que partilhavam, até certo ponto, das prevenções de seus inimigos. O que é fato, em suma, é que o acolhiam mais como um estranho do que como um irmão, quando aparecia à família. S. João diz, positivamente (cap. VII, v. 5), "que eles não lhe davam crédito”. Quanto à sua mãe, ninguém ousaria contestar a ternura que lhe dedicava. Deve-se, entretanto, convir igualmente em que também ela não fazia idéia muito exata da missão do filho, pois não se vê que lhe tenha nunca seguido os ensinos, nem dado testemunho dele, como fez João Batista. O que nela predominava era a solicitude maternal. Supor que ele haja renegado sua mãe fora desconhecer-lhe o caráter. Semelhante idéia não poderia encontrar guarida naquele que disse: Honrai a vosso pai e a vossa mãe. Necessário, pois, se faz procurar outro sentido para suas palavras, quase sempre envoltas no véu da forma alegórica. Ele nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino; aproveitou, portanto, a que se lhe deparou, com a chegada de sua família, para precisar a diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela espiritual. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 14. Item 7. Allan Kardec).

             A resposta de Jesus aos seus discípulos – “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos”, é um incitamento à edificação da fraternidade universal?

            O Senhor referia-se à precariedade dos laços de sangue, estabelecendo a fórmula do amor, a qual não deve estar circunscrita ao ambiente particular, mas ligada ao ambiente universal, em cujas estradas deveremos observar e ajudar, fraternalmente, a todos os necessitados, desde os aparentemente mais felizes, aos mais desvalidos da sorte. ( O Consolador. Questão. 342. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Uma vez que temos tido muitas existências, a nossa parentela vai além da que a existência atual nos criou?

            Não pode ser de outra maneira. A sucessão das existências corporais estabelece entre os Espíritos ligações que remontam às vossas existências anteriores. Daí, muitas vezes, a simpatia que vem a existir entre vós e certos Espíritos que vos parecem estranhos. ( O Livro dos Espíritos. Questão 204. Allan Kardec).

            O instituto da família é organizado no plano espiritual, antes de projetar-se na Terra?

            O colégio familiar tem suas origens sagradas na esfera espiritual. Em seus laços, reúnem-se todos aqueles que se comprometeram, no Além, a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva.

            Preponderam nesse instituto divino os elos do amor, fundidos nas experiências de outras eras; todavia, ai acorrem igualmente os ódios e as perseguições do pretérito obscuro, a fim de se transfundirem em solidariedade fraternal, com vistas ao futuro.

            É nas dificuldades provadas em comum, nas dores e nas experiências recebidas na mesma estrada de evolução redentora, que se olvidam as amarguras do passado longínquo, transformando-se todos os sentimentos inferiores em expressões regeneradas e santificadas.

            Purificadas as afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito. (O Consolador. Questão 175. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Na opinião de certas pessoas, a doutrina da reencarnação parece destruir os laços de família fazendo-os remontar às existências anteriores.

            Ela os estende, mas não os destrói. A parentela, estando baseada sobre as afeições anteriores, os laços que unem os membros de uma família são menos precários. Ela aumenta os deveres da fraternidade, visto que, entre os vizinhos ou entre os servidores, pode se encontrar um Espírito que esteve ligado a vós pelos laços consanguíneos.  ( O Livro dos Espíritos. Questão 205. Allan Kardec).

            Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.

            No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Felizes  por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento.

            Está bem visto que aqui se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu.

            O temor de que a parentela aumente indefinidamente, em conseqüência da reencarnação, é de fundo egoístico: prova, naquele que o sente, falta de amor bastante amplo para abranger grande número de pessoas. Um pai, que tem muitos filhos, ama-os menos do que amaria a um deles, se fosse único? Mas, tranqüilizem-se os egoístas: não há fundamento para semelhante temor. Do fato de um homem ter tido dez encarnações, não se segue que vá encontrar, no mundo dos Espíritos, dez pais, dez mães, dez mulheres e um número proporcional de filhos e de parentes novos. Lá encontrará sempre os que foram objeto da sua afeição, os quais se lhe terão ligado na Terra, a títulos diversos, e, talvez, sob o mesmo título. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 4. Itens 18 e 20. Allan Kardec).

            As famílias espirituais possuem também um chefe?

            Todas as coletividades espirituais estão reunidas, em suas características familiares, pelas santas afinidades dalma, e cada uma possuem o seu grande mentor nos planos mais elevados, de onde promanam as substâncias eternas do amor e da sabedoria. (O Consolador. Questão 177. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            A denominada árvore genealógica dos seres humanos tem idêntica significação no plano espiritual?

            (...) A árvore genealógica, porém, como se conhece na luta planetária, não se transporta ao plano invisível, porque, aí, os vínculos de sangue são substituídos pelas atrações dos sentimentos de amor sublime, purificados no patrimônio das experiências e lutas vividas em comum. (O Consolador. Questão 34. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Qual a conexão entre a consangüinidade e o destino?

             Nos elos da consanguinidade, reavemos o convívio de todos aqueles que se nos associaram ao destino, pelos vínculos do bem ou do mal, através das portas benditas da reencarnação. (Leis de Amor. Cap. 2. Questão 6.  Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Todo laço de parentesco possui razão de ser?

             Ninguém possui sem razão esse ou aquele laço de parentesco, de vez que o acaso não existe nas obras da Criação. (Leis de Amor. Cap. 2. Questão 17.  Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Atravessamos experiências consangüíneas, na Terra, para adquirir o verdadeiro amor espiritual. Aliás, é indispensável reconhecer que só existe um Pai realmente eterno, que é Deus; mas o Senhor da Vida nos permite a paternidade ou a maternidade no mundo, a fim de aprendermos a fraternidade sem mácula. Nossos lares terrestres são cadinhos de purificação dos sentimentos ou templos de união sublime, a caminho da solidariedade universal. Muito lutamos e padecemos, até adquirir o verdadeiro título de irmão. Somos todos uma só família, na Criação, sob a bênção providencial de um Pai único. (Nosso Lar. Cap. 30. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).           

            Há pessoas que, do fato de os animais ao cabo de certo tempo abandonarem suas crias, deduzem não serem os laços de família, entre os homens, mais do que resultado dos costumes sociais e não efeito de uma lei da Natureza. Que devemos pensar a esse respeito?

            Diverso do dos animais é o destino do homem. Por que, então, quererem identificá-lo com estes? Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos. ( O Livro dos Espíritos. Questão 774. Allan Kardec).

            Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?

            Uma recrudescência do egoísmo. ( O Livro dos Espíritos. Questão 775. Allan Kardec).

             Qual a função essencial do lar e da família?

             No caminho familiar, purificam-se impulsos e renovam-se decisões. Nele encontramos os estímulos ao trabalho e as tentações que nos comprovam as qualidades adquiridas, as alegrias que nos alentam e as dores que nos corrigem. (Leis de Amor. Cap. 4. Questão 6.  Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Que precisamos para vencer na luta doméstica?

             Devemos revestir-nos de paciência, amor, compreensão, devotamento, bom ânimo e humildade, a fim de aprender e vencer, na luta doméstica. No mundo, o lar é a primeira escola da reabilitação e do reajuste. (Leis de Amor. Cap. 2. Questão 7.  Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

           

Obs.(1): Em Marcos 6:3, há referências sobre os irmãos de Jesus: ''Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele''. No entanto, segundo o  livro ''Elucidações Evangélicas'' em hebreu, a palavra ''irmão'' tinha várias acepções. Significava, ao mesmo tempo, o irmão propriamente dito, o primo co-irmão, ou simples parente (Elucidações Evangélicas. Cap. 84. Antônio Luiz Sayão). Levi, Tadeu e Tiago, filhos de Alfeu e sua esposa Cléofas, parenta de Maria, eram nazarenos e amavam a Jesus desde a infância, sendo muitas vezes chamados “os irmãos do Senhor”, à vista de suas profundas afinidades afetivas (Boa Nova. Os discípulos. Espírito Humberto de Campos. Psicografado por Chico Xavier). 

 

Bibliografia:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 4, itens 18 e 20. Cap. 14, item 7. Allan Kardec.

- O Livro dos Espíritos. Questões: 204, 205, 207, 208, 209, 211, 213, 774 e 775. Allan Kardec.

- As Leis Morais. Cap. 27. Rodolfo Calligaris.

- Leis de Amor. Cap. 2: questões 6, 7, 8 , 13 e 17. Cap. 4: questão 6. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- O Consolador. Questões: 34, 175, 177 e 342. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Nosso Lar. Cap. 30. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- Elucidações Evangélicas. Cap. 84. Antônio Luiz Sayão.

- Boa Nova. Os discípulos. Espírito Humberto de Campos. Psicografado por Chico Xavier.

- Estude e viva. O Espiritismo em sua vida. Espírito Emmanuel e André Luiz. Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira.

- Bíblia: Marcos 6:3

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