Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 134 - O Centro Espírita

Ciclo 1 - História: Na escola  - Atividade: PH - Jesus - 93.Centro Espírita: Templo, Escola e Hospital.

Ciclo 2 - História:  O anjo da guarda - Atividade: PH - Paulo de Tarso - 28.Cristianismo primitivo: O Caminho.

Ciclo 3 - História: Respeito as religiões - Atividade: PH - Jesus - 94.O Centro Espírita

Mocidade - História: A tarefa recusada  -  Atividade: 2 - Dinâmica de grupo:  Práticas do Centro Espírita.

 

Dinâmicas: A Casa EspíritaO Centro Espírita.

Mensagens espíritas: Centro Espírita.

Sugestão de vídeo:

- Música: A Casa do Evangelho (Dica: pesquise no Youtube).

 

Leitura da Bíblia: Lucas - Capítulo 21


21.37 E de dia ensinava no templo, e à noite, saindo, ficava no monte chamado das Oliveiras.


21.38 E todo o povo ia ter com ele ao templo, de manhã cedo, para o ouvir.


 

Mateus - Capítulo 21


21.14 Então levaram a Jesus, no templo, cegos e aleijados, e Ele os curou.


 

Lucas - Capítulo 4


4.33E estava na sinagoga um homem que tinha o espírito de um demônio imundo, e exclamou em alta voz,


4.34 Dizendo: Ah! que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: O Santo de Deus.


4.35 E Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele. E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal.


 

Mateus - Capítulo 16


16.18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;


 

Atos - Capítulo 1


1.3 Depois do seu sofrimento, Jesus apresentou-se a eles e deu-lhes muitas provas indiscutíveis de que estava vivo. Apareceu-lhes por um período de quarenta dias falando-lhes acerca do Reino de Deus.


1.4 Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: "Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual falei a vocês.


1.5 Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo(*)".


1.6 Então os que estavam reunidos lhe perguntaram: "Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?"


1.7 Ele lhes respondeu: "Não compete a vocês saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade.


1.8 Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra".


(*)O Espírito Santo é a denominação dada à coletividade dos espíritos desencarnados, que lutam pela implantação do reino de Deus na face da terra. Batizar-se no Espírito Santo significa receber-se a mediunidade. Todos os que recebem a mediunidade se colocam à disposição dos espíritos do Senhor para os trabalhos de evangelização que se desenvolvem no plano terrestre. É um batismo de renúncia, devotamento, abnegação e humildade. Todos são chamados para o sagrado batismo do Espírito Santo, porque todos podem trabalhar para o advento do reino dos céus. (O Evangelho dos Humildes. O batismo de Jesus. Eliseu Rigonatti)


Atos - Capítulo 24


24.1 E, cinco dias depois, o sumo sacerdote Ananias desceu com os anciãos, e um certo Tértulo, orador, os quais compareceram perante o presidente contra Paulo.


 24.2 E, sendo chamado, Tértulo começou a acusá-lo, dizendo: Visto como por ti temos tanta paz e por tua prudência se fazem a este povo muitos e louváveis serviços,


24.3 Sempre e em todo o lugar, ó potentíssimo Félix, com todo o agradecimento o queremos reconhecer.


24.4 Mas, para que não te detenha muito, rogo-te que, conforme a tua eqüidade, nos ouças por pouco tempo.


24.5 Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo; e o principal defensor da seita dos nazarenos;


24.6 O qual intentou também profanar o templo; e nós o prendemos, e conforme a nossa lei o quisemos julgar.


24.7 Mas, sobrevindo o tribuno Lísias, no-lo tirou de entre as mãos com grande violência,


24.8 Mandando aos seus acusadores que viessem a ti; e dele tu mesmo, examinando-o, poderás entender tudo o de que o acusamos.


24.9 E também os judeus consentiam, dizendo serem estas coisas assim.


24.10 Paulo, porém, fazendo-lhe o presidente sinal que falasse, respondeu: Porque sei que já vai para muitos anos que desta nação és juiz, com tanto melhor ânimo respondo por mim.


24.11 Pois bem podes saber que não há mais de doze dias que subi a Jerusalém a adorar;


24.12 E não me acharam no templo falando com alguém, nem amotinando o povo nas sinagogas, nem na cidade.


24.13 Nem tampouco podem provar as coisas de que agora me acusam.


24.14 Mas confesso-te isto que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas.


 

Tópicos a serem abordados:

- O Centro Espírita pode ser considerado um templo, uma escola e um hospital. O Centro Espírita é um templo, pois nele podemos fazer orações para si e pelos outros e pedir auxílio para os Bons Espíritos que estão trabalhando neste local. É também uma escola onde podemos aprender sobre as leis divinas, reveladas por Moisés, Jesus Cristo e pelos Espíritos Superiores, para que possamos  aprimorar-nos moralmente e aperfeiçoar os outros. É também um hospital, pois atende aqueles que estão com doenças físicas ou espirituais, e oferece ajuda, consolo e esclarecimento, para aliviar o sofrimento de cada um.

- Geralmente o Centro Espírita possui o nome de um Espírito amigo ou  de uma figura espírita abnegada, que  já está desencarnada, como por exemplo: Centro Espírita "Dr. Leocádio Correia" ou Centro Espírita "Dr. Bezerra de Menezes" . Esse núcleo de oração, fraternidade, estudo e trabalho possui um  dirigente (o Presidente da Casa), que é responsável pelas atividades em geral, e outros assistentes, responsáveis por setores específicos. No entanto , todos são trabalhadores voluntários, nenhum deles recebe salário (dinheiro) para executar os trabalhos da Casa Espírita.  Aliás, o Centro Espírita é geralmente sustentado com o dinheiro destes trabalhadores, que se tornam sócios e fornecem uma quantia mensalmente (ou fazem doações maiores espontâneas),  para pagar as despesas de luz,  água, aluguel, etc...

- O Codificador da Doutrina, Allan Kardec, recomenda que os Centros Espíritas sejam pequenos, pois as melhores comunicações dos Espíritos são obtidas em  reuniões   pouco   numerosas. Quando entrarmos num Centro Espírita devemos manter o pensamento elevado para preservar a harmonia e a paz do ambiente.  Não se pode, pois, permitir em seu meio festas, músicas, de fundo não edificantes, aplausos, conversação tumultuada e não construtiva, discussões violentas, homenagens humanas, "comes e bebes”, reuniões sem disciplina, rifas, bingos, comércios (por exemplo:bazar), ataques a outras religiões, enfim tudo aquilo que não se permite num hospital, junto a um leito de dor ou num santuário de oração. Além disso, na Casa Espírita não deve  ter altares, estátuas, quadros, incensos, velas, etc., pois a Doutrina Espírita não emprega em suas práticas quaisquer ritos ou rituais.

 - As atividades básicas desenvolvidas num Centro Espírita são: Palestras Públicas, Reuniões de Estudo, Evangelização Infantojuvenil,  Recepção e Atendimento Fraterno, Assistência material a pessoas carentes,  Atendimento de Passe e Água fluidificada, Atendimento Médico espiritual, Educação Mediúnica, Reunião de Desobsessão  e Reunião de Diretoria (administrativa). O  Centro Espírita deve se caracterizar pela prática da caridade e pela simplicidade da primeira Casa do Cristianismo primitivo, que era conhecido por "Caminho".  Por isso, as suas atividades são todas gratuitas e têm como base a recomendação de Jesus Cristo feita aos seus Apóstolos, que dizia assim: "Divulguem a Boa Nova, (...) curem os doentes e expulsem os demônios (espíritos maus) (Mateus 10:7-8)."

- As Palestras Públicas e os Estudos em grupo são reuniões que ensinam sobre temas relacionados com a Doutrina Espírita e a Bíblia, associando Kardec aos ensinos do Cristo. O seu objetivo principal é trazer esclarecimentos e consolação, a fim de que os jovens e adultos possam  se corrigir e melhorar. A Evangelização Infantojuvenil tem o mesmo propósito, ou seja, proporciona lições importantes de como agir corretamente nas diferentes situações que você encontrará durante a vida, mas é uma reunião destinada para crianças e adolescentes.

- O Atendimento Fraterno consiste em receber fraternalmente e orientar com base na Doutrina Espírita (numa conversa sigilosa) todos aqueles que  buscam ajuda ou orientação no Centro Espírita,  mostrando que para conquistar a paz e felicidade, só depende de si mesmo. Nesse atendimento,  de modo geral, o assistente deve orientar a pessoa a fazer o culto do Evangelho no lar com os seus familiares e mostrar a importância de  ler diariamente livros edificantes para vacinar a mente contra o mal. Sendo assim, todos os Centros Espíritas devem ter uma biblioteca (1) para que seja possível o empréstimo dos livros indicados. Além disso, se a pessoa carente precisar de assistência material, o trabalhador voluntário deverá encontrar meios para fornecer o alimento ou a roupa de que necessita.

- O Atendimento de Passe e Água fluidificada  consiste em receber os bons fluidos dos passistas e beber a água que foi fluidificada pelos Bons Espíritos, para o equilíbrio do corpo e da mente. No Atendimento Médico espiritual, o médium de cura realiza cirurgias espirituais no períspirito ou receita medicamentos homeopáticos (naturais) para aqueles que estão doentes. Na maioria dos casos, é necessário passar por vários atendimentos para que receba o alívio para o seu sofrimento, pois isto depende, geralmente, da sua transformação moral.

-  Na Educação Mediúnica, os médiuns estudam bastante sobre  a mediunidade para que saibam utilizá-la de forma correta, antes de colocá-la em prática e não sejam facilmente enganados por espíritos pseudo-sábios. A Reunião de Desobsessão (Reunião reservada) consiste em esclarecer o Espírito obsessor ( Espírito mau) , por conselhos prudentemente dirigidos, a fim de  torná-lo melhor e  fazê-lo desistir do propósito de perturbar o doente que veio buscar ajuda, para que ele fique livre. No entanto, o obsidiado (o doente) também precisa fazer esforços para se corrigir e melhorar, pois foram as suas más tendências que atrairam  o Espírito obsessor para perto de si.

- Em resumo: Devemos frequentar a Escola Espírita de Evangelização Infantojuvenil,  para que possamos enxergar o caminho real que Deus traçou a cada um de nós na Terra e saber quais são as diretrizes para uma vida feliz. Todos nós, sejamos crianças ou jovens, adultos ou já muitíssimos maduros, devemos estudar sempre (2).

Comentário (1): O Livro dos Médiuns. Cap.30. Artigo 25. Allan Kardec.  (2): Palavras de Chico Xavier. Necessidade do estudo. Emmanuel/ Chico Xavier.

 

Perguntas para fixação:

1. O que é um Centro Espírita?

 2. Qual é o nome do Centro Espírita que frequentamos? 

3. Como é chamado o trabalhador voluntário da casa espírita, que é responsável pelas atividades em geral?

4. Quem são as pessoas que sustentam financeiramente o Centro Espírita?

5. Por que os Centros Espíritas devem ser pequenos?

6. Como devemos manter o nosso pensamento, quando entramos no Centro Espírita?

7. O que não  pode haver dentro de um Centro Espírita ?

8. Quais são as principais atividades num Centro Espírita?

9. Qual é o principal objetivo das Palestras, dos Estudos, e da Evangelização Infantojuvenil?

10. Qual é o principal objetivo do Atendimento Fraterno?

11. Qual é o benefício do passe e da água fluidificada?

12. Quem realiza o atendimento médico espiritual?

13. Por que é importante os médiuns estudarem a mediunidade, antes de colocá-na em prática?

14. Para que serve a Reunião de Desobsessão?

15. Por que devemos sempre estudar  a Doutrina Espírita?

 

Subsídio para o Evangelizador:

DEFINIÇÃO

            Segundo a Federação Espírita Brasileira, os Centros Espíritas:

            • São núcleos de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, praticados dentro dos princípios espíritas;

            • São escolas de formação espiritual e moral, que trabalham à luz da Doutrina Espírita;

            • São postos de atendimento fraternal para todos os que os buscam com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação;

            • São oficinas de trabalho que proporcionam aos seus freqüentadores oportunidades de exercitarem o próprio aprimoramento íntimo pela prática do Evangelho em suas atividades;

            • São casas onde as crianças, os jovens, os adultos e os idosos têm oportunidade de conviver, estudar e trabalhar, unindo a família sob a orientação do Espiritismo;

            • São recantos de paz construtiva, que oferecem aos seus freqüentadores oportunidades para o refazimento espiritual e a união fraternal pela prática do “amai-vos uns aos outros”;

            • São núcleos que se caracterizam pela simplicidade própria das primeiras casas do Cristianismo nascente, pela prática da caridade e pela total ausência de imagens, símbolos, rituais ou outras quaisquer manifestações exteriores; e

            • São as unidades fundamentais do Movimento Espírita. (Orientação ao Centro Espírita. Texto aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em sua reunião de novembro de 2006. FEB)

            Segundo o Espírito Emmanuel, "Um Centro Espírita é uma escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graças, aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna." (Educandário de luz. O Centro espírita. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

            Da mesma forma é templo de oração, destituído de ritualística, de cerimonial, de qualquer tipo de culto externo, caracterizando-se pela simplicidade, sendo agradável e propício à elevação dos pensamentos a Deus e à ação da caridade em todas as suas expressões.
            (...) Lugar de reequilíbrio e de harmonia, é também, hospital de almas, no qual terapias especializadas – passes, água fluidificada (bioenergia), oração, desobsessão e iluminação de consciência – facultem a saúde do corpo, da mente e do espírito, emulando o paciente ao avanço, à vitória sobre si mesmo, sobre as paixões primitivas, que nele predominam.  (Revista Reformador. Outubro de 1995, n. 1999. Vianna de Carvalho).

ATIVIDADES BÁSICAS

            Os Centros Espíritas têm por atividades básicas:

            • Realizar Palestras Públicas destinadas ao público em geral, nas quais são desenvolvidos temas abordados à luz da Doutrina Espírita;

            • Realizar reuniões de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, de forma programada, metódica e constante, destinadas às pessoas de todas as idades e de todos os níveis culturais e sociais, que possibilitem um conhecimento abrangente e aprofundado do Espiritismo em todos os seus aspectos;

            • Realizar atividades de Atendimento Espiritual no Centro Espírita para as pessoas que procuram esclarecimento, orientação, ajuda e assistência espiritual e moral, abrangendo as atividades de: recepção, atendimento fraterno, explanação do Evangelho à luz da Doutrina Espírita, passe e magnetização de água, irradiação e Evangelho no lar;

            • Realizar reuniões de Estudo e Educação da Mediunidade, com base nos princípios e objetivos espíritas, esclarecendo, orientando e preparando trabalhadores para as atividades mediúnicas;

            • Realizar Reuniões Mediúnicas destinadas à prática da assistência aos espíritos desencarnados necessitados de orientação e esclarecimento;

            • Realizar atividades de Evangelização Espírita da Infância e da Juventude, de forma programada, metódica e sistematizada, atendendo a criança e o jovem, esclarecendo-os e orientando-os dentro dos princípios da Doutrina Espírita;

            • Realizar atividades de Divulgação da Doutrina Espírita utilizando todos os veículos e meios de comunicação social compatíveis com os princípios espíritas, tais como: palestras, conferências, livros, jornais, revistas, boletins, folhetos, mensagens, rádio, televisão, internet, cartazes, fitas de vídeo e áudio;

            • Realizar atividades do Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita destinado a pessoas carentes que buscam ajuda material... 

            • Realizar Atividades Administrativas necessárias ao seu normal funcionamento, compatíveis com a sua estrutura organizacional e com a legislação do seu país;

            • Participar das atividades que têm por objetivo a União dos Espíritas e das Instituições Espíritas e a Unificação do Movimento Espírita, conjugando esforços, somando experiências, permutando ajuda e apoio, aprimorando as atividades espíritas e fortalecendo a ação dos espíritas. (Orientação ao Centro Espírita. Texto aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em sua reunião de novembro de 2006. FEB)

            Além dessas atividades citadas acima, existe uma de fundamental importância, que não foi inclusa na lista:  A Reunião de Desobsessão. A Reunião Mediúnica é destinada para atender espíritos sofredores, e a Reunião de Desobsessão é voltada para atender espíritos obsessores. De acordo com o livro "Os Mensageiros " psicografado por Chico Xavier, existe diferença em atender um espírito sofredor e um espírito obsessor, pois "é mais fácil remediar o que geme, que atender ao revoltado" (Os Mensageiros. Cap. 29. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

            Segundo o Espírito André Luiz, " Nenhuma instituição de Espiritismo pode, a rigor, desinteressar-se desse trabalho imprescindível à higiene, harmonia, amparo ou restauração da mente humana, traçando esclarecimento justo, seja aos desencarnados sofredores, seja aos encarnados desprovidos de educação íntima que lhes sofram a atuação deprimente, conquanto, às vezes, involuntária.

            Cada templo espírita deve e precisa possuir a sua equipe de servidores da desobsessão, quando não seja destinada a socorrer  as vítimas da desorientação espiritual que lhes rondam as portas, para defesa e conservação de si mesma. (...) Recordemos, reconhecidamente, (...) que o Espiritismo é o Cristianismo Restaurado e que o pioneiro número um da desobsessão, esclarecendo Espíritos infelizes e curando obsidiados de todas as condições, foi exatamente Jesus.  (Desobsessão. Espírito André Luiz. Psicografado por Waldo Vieira/ Chico Xavier )

            Outra prática importante no centro espírita, que também não foi citada pela Federação Espírita Brasileira, é o atendimento médico espiritual, realizado por médiuns de cura. Segundo J. Herculano Pires, " São muito variados os tipos de mediunidade curadora, desde o simples passista e o  receitista, o vidente-diagnosticador, até o operador, o médium-cirurgião, que tanto pode agir com instrumentos ou apenas com imposição das mãos... (Mediunidade - Vida e comunicação . Cap.11. Medicina Espírita. J. Herculano Pires)

 

PALESTRAS PÚBLICAS  E  REUNIÃO DE ESTUDOS

            Segundo a Federação Espírita Brasileira, a palestra pública é uma reunião pública, na qual são realizadas palestras ou conferências sobre temas relacionados com a Doutrina Espírita, voltadas a atender aos interesses da população em suas necessidades de esclarecimento e consolação.

            (...) Um tema previamente programado será abordado, sempre de acordo com as obras da Codificação Espírita constituída pelos cinco livros básicos de Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. A duração desta etapa da reunião deverá ser estimada entre quarenta e sessenta minutos. ( Orientação ao Centro Espírita. Texto aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em sua reunião de novembro de 2006. FEB)

            Além disso, a FEB recomenda implementar nos Centros Espíritas o Estudo Sistematizado e Aprofundado da Doutrina Espírita, pois segundo Allan Kardec: “Um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver os princípios da Ciência e difundir o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as idéias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns. Considero esse curso como de natureza a exercer capital influência sobre o futuro do Espiritismo e sobre suas conseqüências.” (Obras Póstumas. Projeto 1868. Allan Kardec )

            No prefácio de Estude e viva, Emmanuel afirma: "Justo, assim, que as instituições espíritas, revivendo agora o Cristianismo puro, sustentem estudos sistemáticos, destinados a clarear o pensamento religioso e traçar diretrizes à vida espiritual." (Estude e viva. Na escola da alma. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier )

            No livro "Conduta Espírita", o Espírito André Luiz fala sobre a importância do estudo individual e  recomenda que devemos , "Consagrar diariamente alguns minutos à leitura de obras edificantes, esquecendo os livros de natureza inferior, e preferindo, acima de tudo, os que, por alimento da própria alma, versem temas fundamentais da Doutrina Espírita." (Conduta Espírita. Cap.41. Perante o livro. Espírito André Luiz. Psicografado por Waldo Vieira )

            No Livro dos Médiuns, Allan Kardec aconselha a leitura dos livros na seguinte ordem: 1° O que é o Espiritismo; 2° O Livro dos Espíritos; 3°O Livro dos Médiuns; 4° A Revista Espírita.

            E faz a seguinte observação: "Os que desejem tudo conhecer de uma ciência devem necessariamente ler tudo o que se ache escrito sobre a matéria, ou, pelo menos, o que, haja de principal, não se limitando a um único autor.  Devem mesmo ler o pró e o contra, as críticas como as apologias, inteirar-se dos diferentes sistemas, a fim de poderem julgar por comparação. "(O Livro dos Médiuns.  Cap. 3. Item  35. Allan Kardec / Obs.: Na época que havia escrito isto, não  tinha publicado ainda  "O Evangelho Segundo o Espiritismo  e os demais livros.)

            O ensino fundamental que se vem buscar nas reuniões espíritas sérias é, sem dúvida, dado pelos Espíritos. Mas que frutos tiraria um aluno das lições dadas pelo mais hábil professor se, por seu lado, ele também não trabalhasse? Se não meditasse sobre aquilo que ouviu? Que progresso faria a sua inteligência se tivesse constantemente o mestre ao seu lado para lhe mastigar a tarefa e lhe poupar o esforço de pensar? Nas assembléias espíritas os Espíritos preenchem dois papéis; uns são professores que desenvolvem os princípios da ciência, elucidam os pontos duvidosos e, sobretudo, ensinam as leis da verdadeira moral; outros são materiais de observação e de estudo, que servem de aplicação.

            (...) Na ausência de médiuns, uma reunião que se propõe algo mais que ver manejar um lápis tem mil e um meios de utilizar o tempo de maneira proveitosa. Limitar-nos-emos a indicar alguns, sumariamente:

            1° Reler e comentar as antigas comunicações, cujo estudo aprofundado fará com que seu valor seja mais bem apreciado.

            Se se objetar que seria uma ocupação fastidiosa e monótona, diremos que ninguém se cansa de ouvir um belo trecho de música ou de poesia; que depois de haver escutado um eloqüente sermão, gostaríamos de o ler com a cabeça fria; que certas obras são lidas vinte vezes, porque cada vez nelas descobrimos algo de novo. Aquele que não é impressionado senão por palavras, se aborrece ao ouvir a mesma coisa duas vezes, ainda que fosse sublime; faltam-lhe sempre coisas novas para o interessar ou, melhor, para o distrair. Aquele que medita tem um sentido adicional: é mais tocado pelas idéias do que pelas palavras, razão por que gosta de ouvir ainda aquilo que lhe vai ao Espírito, sem se limitar ao ouvido.

            2° Contar fatos de que se tem conhecimento, discuti-los, comentá-los, explicá-los pelas leis da ciência espírita; examinar-lhes a possibilidade ou a impossibilidade; ver o que têm de plausível ou de exagero; distinguir a parte da imaginação e da superstição, etc.

            3° Ler, comentar e desenvolver cada artigo de O Livro dos Espíritos e de O Livro dos Médiuns, assim como de todas as outras obras sobre o Espiritismo. (...)

            4° Discutir os diferentes sistemas sobre a interpretação dos fenômenos espíritas. (Revista Espírita. Fevereiro de 1861. Escassez de Médiuns. Allan Kardec )

            As sociedades científicas nem sempre têm ao seu dispor os instrumentos próprios para as observações e, no entanto, não deixam de encontrar assuntos de discussão. À falta de poetas e de oradores, as sociedades literárias leem e comentam as obras dos autores antigos e modernos. As sociedades religiosas meditam as Escrituras. As sociedades espíritas devem fazer o mesmo e grande proveito tirarão daí para seu progresso, instituindo conferências em que seja lido e comentado tudo o que diga respeito ao Espiritismo, pró ou contra. Dessa discussão, a que cada um dará o tributo de suas reflexões, saem raios de luz que passam despercebidos numa leitura individual. (O Livro dos Médiuns. Segunda Parte.  Cap. 29. Item 347. Allan Kardec )

            O Espiritismo, pois, nem descobriu, nem inventou os médiuns, mas descobriu as leis da mediunidade, e a explica. Assim, é a verdadeira chave para a compreensão do Antigo e do Novo Testamentos, onde abundam os fatos deste gênero. Foi por falta dessa chave que se fizeram tantos comentários contraditórios, que nada explicam.   (Revista Espírita. Novembro de 1865. O Patriarca José e o Vidente de Zimmerwald. Allan Kardec)

            Diante deste contexto, o Espírito Emmanuel faz as seguintes recomendações : "Não só frequentar as lições do Codificador da Doutrina Espírita, mas, igualmente, confrontar-lhe os textos com os ensinamentos do Evangelho de Jesus.

Render culto à evangelização, através dos fundamentos espíritas.

            Jamais esquecer de associar Kardec ao Cristo de Deus, qual o próprio Kardec se associou a Ele em toda a sua obra." (No portal da luz.  Estudo e observação. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier )

            Além disso, é importante recordar os apelos endereçados pelo Mundo Espiritual aos espíritas, através da Codificação Kardequiana, que diz :

"Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé. Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! O arado está pronto; a terra espera; arai!" (O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap.20. Item 4. Espírito Erasto/ Allan Kardec)

   

ATENDIMENTO FRATERNO

            O Atendimento Fraterno pelo Diálogo consiste em receber fraternalmente aquele que busca o Centro Espírita, dando-lhe a oportunidade de expor, livremente e em caráter privativo e sigiloso, suas dificuldades e necessidades. (Orientação ao Centro Espírita. Texto aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em sua reunião de novembro de 2006. FEB)

            Segundo Joanna de Ângelis, " O atendimento fraterno tem como objetivo primacial receber bem e orientar com segurança todos aqueles que o buscam.

            Não se propõe a resolver os desafios nem as dificuldades, eliminar as doenças nem os sofrimentos, mas propor ao cliente os meios hábeis para a própria recuperação.

            Apoiando-se nos postulados espíritas, o atendimento fraterno abre perspectivas novas e projeta luz naqueles que se debatem nos dédalos das aflições.

            Mediante conversação agradável, evitando-se atitudes de confessionário, o atendente fraternal deve saber desviar os temas que incidem nos vícios da queixa, da lamentação, da autopunição, demonstrando que o momento de libertação e paz está chegando, mas a ação para o êxito depende do próprio paciente, que deve iniciar, a partir desse momento, o processo de autoterapia.

            Concomitantemente, o atendimento fraterno, em razão dos propósitos que persegue e das circunstâncias em que ocorre, faculta aos Espíritos nobres adequado socorro ao cliente, que deverá permanecer receptivo ao mesmo.

            Nessa ocasião, tem início a ação fluídica, o auxílio bio-energético, a inspiração, que lhe propiciarão a mudança de clima mental, de psicosfera habitual, facultando-lhe a transformação interior para melhor e a rearmonização da alma que interagirá na aparelhagem orgânica.

            Preparar-se bem, psicológica e doutrinariamente, faz-se imprescindível para o desempenho correto do mister a que o atendente fraterno deseja dedicar-se. "(Atendimento Fraterno. Joanna de Ângelis. Psicografado por Divaldo P. Franco. Projeto Manoel Philomeno de Miranda) 

            Numa entrevista, Divaldo Franco faz outros esclarecimentos:

            João Neves: — É benéfico para as pessoas que recorrem à terapia dos passes serem, antes, assistidas e orientadas pelo atendente fraterno?

            Divaldo: O Atendimento Fraterno é uma psicoterapia que modifica a estrutura do problema no indivíduo que se acerca da Casa Espírita com idéias que não correspondem à realidade.

            Pode-se dizer que, desse contato pessoal que antecipa o passe, muitas vezes o cliente já se beneficia, sendo até mesmo desnecessária a aplicação da bioenergia.

            Vivemos numa sociedade que padece conflitos psicossociais, sócio-econômicos, comportamentais, cujos individuos têm necessidade de fazer catarse. Como o atendimento psicanalítico é muito caro e muito prolongado, no Atendimento Fraterno o indivíduo tem a oportunidade de abrir a alma ao bom ouvinte, que o pode orientar com segurança e demitizar o significado do passe.

            Como é natural, a desinformação atribui ao passe um caráter de natureza miraculosa, o que tem levado algumas pessoas menos esclarecidas a estabelecer o número deles para a solução de certos problemas, o que não deixa de ser um equívoco, porque se poderá aplicá-los em número infinito e, se o paciente não se transformar interiormente, de nada adiantará a terapêutica.

            Se ele não se abrir para assimilar as energias, faz-se semelhante a uma pedra granítica que, apesar de estar mergulhada em águas abissais por milhões de anos, ao ser arrebentada encontra-se seca interiormente.

            José Ferraz: — Quais são os requisitos indispensáveis para que uma pessoa, na função de atendente fraterno, possa sintonizar com os Bons Espíritos?

            Divaldo: — A condição essencial é a boa moral. (...)Além desses caracteres essenciais, além dos valores morais, é imprescindível o conhecimento da Doutrina Espírita O conhecimento amplo da Doutrina Espírita é um requisito que tem caráter primacial, porque a pessoa irá falar a respeito daquilo que é a essência da Doutrina a fim de que o cliente recém-chegado se inteire do que pode conseguir.

            Um bom tato psicológico é necessário. A capacidade de saber ouvir é valiosa, porque o cliente, normalmente, quer falar. Na maioria das vezes, não deseja ouvir respostas, quer “desabafar”, como muitos o afirmam, porque, na falta de uma resposta para o problema, ele necessita de alguém que o ouça.

            Então, o atendente deve possuir esse tato psicológico para dar oportunidade ao visitante de liberar-se do conflito. Evitar, quanto possível, que ele fale de questões íntimas, de que se arrependerá depois, quando passar o problema.

            O Atendimento Fraterno não é um confessionário. Como o próprio nome diz, é um encontro, no qual se atende fraternalmente àquele que tem qualquer tipo de carência.

            Com tato psicológico pode-se desviar, no momento oportuno, uma questão que seja inconveniente e interromper o cliente na hora própria, a fim de que não se alongue demasiadamente, gerando um “élan” de afinidades entre o terapeuta do atendimento e aquele que o busca, evitando produzir-se o que, às vezes, ocorre entre o psicoterapeuta convencional e o seu paciente.

            (...) Não poucas vezes, o mesmo perguntará: — Quando eu tiver um problema posso telefonar-lhe? — Não — será a resposta — em casa eu tenho outros compromissos; você virá quando necessitar, aqui ao Atendimento.

            José Ferraz: — É recomendável sugerir tratamentos médico ou psicológico para o atendido? Em que circunstâncias?

            Divaldo: — Quando o paciente traz um problema na área da saúde, a primeira pergunta deve ser: — Está recebendo assistência médica? — Porque o Espiritismo não é uma Doutrina que combate a Medicina, como muita gente pensa, e como durante um largo período os médicos supuseram, face ao comportamento irrelevante de alguns indivíduos que se diziam espíritas ou curadores e ficariam melhor colocados como curandeiros.

            Allan Kardec escreveu que: “O Espiritismo marcha ao lado do progresso, aceita tudo quanto ele comprova, mas não se detém onde a Ciência pára, porque a Ciência estuda os efeitos e o Espiritismo remonta às causas”.

            A função do Espiritismo não é curar corpos, mas animar o homem, a fim de que se autocure espiritualmente, e a saúde seja-lhe uma conseqüência da própria transformação moral...

            José Ferraz: — Deve-se atender pessoas alcoolizadas, drogadas ou em desequilíbrio mental? Como proceder nesses casos?

            Divaldo: — Não se deve atender tais casos nessas circunstâncias. A pessoa não tem como absorver respostas. Dialogar com a família, oferecer ao familiar acompanhante as técnicas de como conduzir o paciente, e, quando o mesmo estiver em condições de ouvir, que venha ao diálogo. Porque, no estado de consciência alterado por drogas, álcool ou por alucinações outras, ele não tem a menor possibilidade de assimilar palavras ou energia, ou alguma proposta terapêutica; mas, o acompanhante, sim.

            Normalmente, nesses casos, digo: Gostaria de falar com uma pessoa da família, para que a mesma oriente o enfermo. Porque o contato conosco será breve, mas, no lar, se fará demorado. (Atendimento Fraterno.  Divaldo P. Franco. Projeto Manoel Philomeno de Miranda) 

            Intruções gerais para o diálogo fraterno, segundo a Federação Espírita Brasileira :

            1 – Receber o visitante, ouvindo-o e identificando-lhe os problemas, carências ou aspirações, orientando-o segundo os princípios evangélicos à luz da Doutrina Espírita.

            2 –Reerguer a auto-estima e a esperança, esclarecendo-o de que, com apoio espiritual, somente ele poderá mudar o quadro de sua preocupação, através da própria posição mental e renovação íntima.

            3 –Orientar, sempre, para a necessidade da realização do Evangelho no Lar, estimulando-o para o desenvolvimento do hábito da leitura saudável e para o estudo, sugerindo os livros adequados da Codificação Espírita e obras complementares.

            4 – Após as devidas orientações, se necessário, encaminhá-lo para a reunião de explanação do Evangelho e para o passe.

Encaminhamento: Quando for o caso, encaminhar o atendido para as palestras, reuniões, cursos ou outras atividades da casa, compatíveis com as suas possibilidades. (Orientação ao Centro Espírita. Texto aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em sua reunião de novembro de 2006. FEB)

 

ATENDIMENTO DE PASSE E ÁGUA FLUIDIFICADA

            O socorro, através de passes, aos que sofrem do corpo e da alma, é instituição de alcance fraternal que remonta aos mais recuados tempos.

            O Novo Testamento, para referir-nos apenas ao movimento evangélico, é valioso repositório de fatos nos quais Jesus e os apóstolos aparecem dispensando, pela imposição das mãos ou pelo influxo da palavra, recursos magnéticos curadores.

            Nos tempos atuais tem cabido ao Espiritismo, na sua feição de Consolador Prometido, conservar e difundir largamente essa modalidade de socorro espiritual, embora as crônicas registrem semelhante atividade no seio da própria Igreja, através de virtuosos sacerdotes.

            Os centros espíritas convertem-se, assim, numa espécie de refúgio para aqueles que não encontram na terapêutica da Terra o almejado lenitivo para os seus males físicos e mentais. (Estudando a mediunidade. Cap. 26. Martins Peralva)

            A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:

            1º pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;

            2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;

            3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador. (A Gênese. Cap. 14. Item 33. Allan Kardec).
            Convém lembrarmos que, em qualquer dessas modalidades, o passe procede sempre de Deus.

            Esta certeza deve contribuir para que o médium seja uma criatura humilde, cultivando sempre a idéia de que é um simples intermediário do Supremo Poder, não lhe sendo lícito, portanto, atribuir a si mesmo qualquer mérito no trabalho.

            Qualquer expressão de vaidade, além de constituir insensatez, significará começo de queda.

            Além da humildade, deve o passista cultivar as seguintes qualidades:

            a) — Boa vontade e fé;

            b) — Prece e mente pura;

            c) — Elevação de sentimentos e amor.

            "Àquele que mais tem, mais lhe será dado", afirmou Jesus.

            (...)Não devemos concluir o presente capítulo, dedicado de coração aos passistas do nosso abençoado movimento espiritista, sem que lembremos outros requisitos não menos importantes para os que operam no setor de passes em instituições.

            São os seguintes:

            a) — Horário

            b) — Confiança

            c) — Harmonia interior

            d) — Respeito.

            O problema da pontualidade é fundamental em qualquer atividade humana, mormente se essa atividade se relaciona e se desenvolve em função e na dependência da Esfera Espiritual.

            Nem um minuto a mais, nem a menos, para início dos trabalhos.

            Recordemos que os supervisores de centros e de grupos mediúnicos não esperam, indefinidamente, que, com a nossa clássica displicência, resolvamos iniciar as tarefas.

            Se insistimos na indisciplina, eles passarão adiante à procura de núcleos e companheiros que tenham em melhor apreço a noção de responsabilidade...(Estudando a mediunidade. Cap. 26. Martins Peralva)

            Para a aplicação do passe, o médium deve resfolegar, gemer, estalar os dedos, soprar ruidosamente, dar conselhos?

            Todo e qualquer passe, como toda técnica espírita, se caracteriza pela elevação, pelo equilíbrio. Se uma pessoa cortês se esforça para ser gentil, na vida normal, porque, na hora das questões transcendentais, deverá permitir- se desequilíbrios? Se é um labor de paz, não há razão para que ocorram desarmonias ou se dêem conselhos mediúnicos.

            Se se trata, porém, de aconselhamento, não se justificará que haja o passe. É necessário situar as coisas nos seus devidos lugares. A hora do passe é especial. Se se pretende adentrar em conselhos e orientações, tome- se de um bom livro e leia-se, porque não pode haver melhores diretrizes do que as que estão exaradas em O Evangelho Segundo o Espiritismo e nas obras subsidiárias da Doutrina Espírita. (Diretrizes de segurança. Questão  73. Divaldo P. Franco)

            Há necessidade do médium tocar ou encostar as mãos na pessoa que recebe o passe?

            Desde que se trata de permuta de energias, deve-se mesmo, por medida de cautela e de zelo ao próprio bom nome, e ao do Espiritismo, evitar tudo aquilo que possa comprometer, como toques físicos, abraços, etc. (Diretrizes de segurança. Questão  75. Divaldo P. Franco)

            No tratamento ministrado pelos Espíritos amigos, a água fluidificada, para um  doente, terá o mesmo efeito em outro enfermo?

            A água pode ser fluidificada, de modo geral, em benefício de todos; todavia, pode sê-lo em caráter particular para determinado enfermo, e, neste caso, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo. (O Consolador. Questão 103. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

            Existem condições especiais para que os Espíritos amigos possam fluidificar a água pura, como sejam as presenças de médiuns curadores, reuniões de vários elementos,etc,etc?

            A caridade não pode atender a situações especializadas. A presença de médiuns curadores, bem como as reuniões especiais, de modo algum podem constituir o preço do benefício aos doentes, porquanto os recursos dos guias espirituais, nessa esfera de ação, podem independer do concurso medianímico, considerando o problema dos méritos individuais. (O Consolador. Questão 104. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

            A Federação Espírita Brasileira, recomeda que ao término da atividade de explanação do Evangelho à luz da Doutrina Espírita:

            a)A equipe de trabalhadores do atendimento pelo passe, com seu coordenador, deverá reunir-se no local destinado aos passes (se possível uma sala), para a prece preparatória em conjunto;

            b)Fazer o encaminhamento para o local dos passes de um número de pessoas compatível com o número de aplicadores de passe;

            c)Mantido o estado de prece, cada aplicador de passe (médium passista) atenderá, individualmente, um assistido;

            d)Após o passe, cada atendido poderá receber um copo (individual e descartável) com água magnetizada com as vibrações da prece (também conhecida como água fluidificada), e retirar-se.

            e)Após o término dos atendimentos, a atividade será finalizada com uma prece de encerramento, podendo o coordenador indicar alguém do grupo para fazê-la. (Orientação ao Centro Espírita. Texto aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em sua reunião de novembro de 2006. FEB)

 

ATENDIMENTO MÉDICO ESPIRITUAL

            O Apóstolo Paulo já dizia:

            “Uns falam línguas estrangeiras, outros profetizam, outros impõem as mãos”...

            Como o Espiritismo é o Consolador, a mediunidade, sendo o campo, a porta por meio da qual os Espíritos Superiores semeiam e agem, a faculdade curadora é o veículo da Misericórdia para atender a quem padece, despertando-o para as realidades da Vida Maior, a Vida Verdadeira. Após a recuperação da saúde, o paciente já não tem o direito de manter dúvidas nem suposições negativas ante a realidade do que experimentou.

            O médium curador é o intermediário para o chamamento aos que sofrem, para que mudem a direção do pensamento e do comportamento, integrando-se na esfera do bem. (Diretrizes de segurança. Questão  21. Divaldo P. Franco )

            O médium curador emite pouco de seu próprio fluido. Ele sente a corrente do fluido estranho que o penetra e para a qual serve de  condutor . É com esse fluido que ele magnetiza, e aí está o que caracteriza o magnetismo espiritual e o distingue do magnetismo animal: um vem do homem, o outro, dos Espíritos. Como se vê, aí nada existe de maravilhoso, mas um fenômeno resultante de uma lei da Natureza que não era conhecida.
            (...) Entre o magnetizador e o médium curador há, pois, uma diferença capital, porque o primeiro magnetiza com o seu próprio fluido, e o segundo com o fluido depurado dos Espíritos. Daí se segue que os Espíritos dão o seu concurso a quem querem e quando querem; que podem recusá-lo e, consequentemente, tirar a faculdade daquele que dela abusasse ou a desviasse de seu fim humanitário e caridoso para dela fazer comércio.
            Quando Jesus disse aos apóstolos:   “Ide! Expulsai os demônios, curai os doentes ”, ele   acrescentou: “ Dai de graça o que de graça recebestes .”
            Os médiuns curadores tendem a multiplicar-se, como anunciaram os Espíritos, e isto com o objetivo de propagar o Espiritismo, pela impressão que esta nova ordem de fenômenos não pode deixar de produzir nas massas, porque não há quem não ligue para a sua saúde, mesmo os mais incrédulos. Assim, pois, quando virem que é possível obter com a intervenção dos Espíritos o que a Ciência não pode dar, hão de convir que há uma força fora do nosso mundo. Dessa forma, a Ciência será conduzida a sair da via exclusivamente material em que permaneceu até hoje. Quando os magnetizadores antiespiritualistas ou antiespíritas virem que existe um magnetismo mais poderoso que o seu, eles serão forçados a remontar à verdadeira causa. (Revista Espírita. Janeiro de 1864. Médiuns Curadores. Allan Kardec )

            O desenvolvimento desse tipo de mediunidade processa-se de maneira discreta, geralmente disfarçado na produção de efeitos físicos, de vidência, de doenças súbitas e sem motivo aparente que o atacam e de repente desaparecem.

            (...) José Arigó, roceiro, já na infância via e ouvia os espíritos; na adolescência começou a sentir terrores noturnos, foi perseguido por visões assustadoras. Na juventude (era católico) empolgou- se pelo ideal de pureza e santidade e ouvia vozes que lhe aconselhavam a castidade. Ao entrar na maturidade, casou-se e passou por uma fase de equilíbrio em que se mostrava despreocupado, alegre e brincalhão. Um dia teve de socorrer um amigo que se havia engasgado. Começou aí a sua espantosa mediunidade-cirúrgica. E, com ela, todos os problemas de um homem que era procurado por doentes das mais diversas moléstias e a todos queria atender. Guiado por um espírito autoritário mas generoso, que se dizia o médico alemão Dr. Fritz, morto na primeira guerra mundial, tornou-se ríspido, exigente, de uma franqueza rude, dando a idéia de um novo João Batista que surgia na cidadezinha arcaica e carismática de Congonhas do Campo. (...) Foi um dos médiuns mais autênticos e de mediunidade mais produtiva que já passou entre nós. Mas acabou nas ciladas dos interesseiros e morreu tragicamente, ainda moço e vigoroso. (...) No geral, agia de maneira violenta, com faca ou canivete, cortando o doente de maneira brusca, sem anestesia nem assepsia e comandando com segurança espantosa o fluxo do sangue. Trabalhava às claras, no meio do povo e na presença de médicos conhecidos ou não, e muitas vezes chamava os médicos para assistirem de perto o que ele fazia. O Dr. Sérgio Valle, cirurgião ocular e especialista em hipnose clínica, residente em São Paulo, presenciou de perto várias de suas operações e declarou: "Arigó aplica uma supercirurgia que não conhecemos e não usa a hipnose nem conhece as técnicas hipnóticas. Na prática da cirurgia simpatética Arigó agia sem tocar no doente. Procedia como a médium Bernarda Torrúbio, mulher do campo, esposa de José Torrúbio, sitiante de Garça, na Alta Paulista. Fazia uma prece, pedindo assistência aos espíritos. Estendia as mãos sobre o doente, sem tocá-lo. Este sentia que mexiam por dentro em seus órgãos doentes, ocorriam-lhe ânsias de vomito, mas quem vomitava era a médium. Vômito geralmente espesso, com grande quantidade de pus e sangue e pedaços de matérias orgânicas. O doente se sentia fraco, abatido como se tivesse passado por uma intervenção cirúrgica. As dores internas confirmavam essa impressão. Durante uns poucos dias as dores continuavam, mas logo começavam a diminuir e desapareciam. A recuperação era rápida e total. A mediunidade-cirúrgica é muitas vezes acompanhada de fenômenos ocasionais de efeitos físicos. Isso é natural, pois a própria cura e as operações pertencem a essa classificação mediúnica.  (Mediunidade - Vida e comunicação . Cap.11. Medicina Espírita. J. Herculano Pires)

            De acordo com as pesquisas de Geziel Andrade, “ As cirurgias feitas por espíritos abrangem quatro tipos:

            a) Operações e aplicações de recursos do magnetismo curador no perispírito, com reflexos patentes, imediatos ou não, nos órgãos doentios  do corpo físico, sem a presença de um médium no local. Essas intervenções se dão na própria residência ou local de internação do paciente, enquanto geralmente este dorme. Elas decorrem do merecimento, da fé e das preces do próprio doente ou dos dirigentes de Centros Espíritas ou de outros cultos religiosos. A presença dos bons espíritos, às vezes, é sentida pelo doente. Estas são as conhecidas curas à distância.

            b) Operações no corpo espiritual e aplicações de recursos energéticos curadores sutis, com o espírito de um médico incorporado em um  médium. A cura dos órgãos doentes é imediata ou a médio prazo. O médico espiritual faz o diagnóstico, a intervenção no perispírito, a aplicação de passes magnéticos, e dá as orientações necessárias à concretização da cura. Este tipo de operação está se tornando comum nos Centros Espíritas.

            c) Operações com o uso de instrumentos cirúrgicos para realizar raspagens, cortes e extrações de órgãos doentes do corpo material. O espírito do médico utiliza-se de um médium inconsciente para evitar interferências. O controle pleno está com os seres espirituais que tomam  decisões quanto a anestesia, o tipo e o modo de operação e os cuidados pós-operatórios. O exemplo mais expressivo foi o do médium Arigó (José Pedro de Freitas), cujo trabalho foi estudado pelo professor José Herculano Pires e publicado pela Edicel em 1966. Atualmente, alguns médiuns servem de instrumento para a realização de trabalhos idênticos.

            d) Operações, na presença de um médium em transe que fornece uma substância chamada ectoplasma, feitas pelo espírito de um médico materializado. A intervenção cirúrgica é feita com materiais e instrumentos materializados sob o controle do plano espiritual. Um caso típico, de grande repercussão, encontra-se documentado no livro “Operações Espirituais” de autoria de Urbano Pereira, reeditado pelo IDE de Araras-SP.

            Conclusão: Cada paciente apresenta-se com particularidades próprias. Portanto, só a avaliação caso a caso pode indicar a melhor técnica de terapia. Mas, o restabelecimento da saúde física não depende só da precisão do diagnóstico e do emprego da técnica de cura mais apropriada; depende também do poder das energias curadoras atuarem nos corpos espiritual e material sob o comando dos dirigentes, médiuns e espíritos socorristas; das mudanças para melhor que o doente consegue realizar nos sentimentos, pensamentos e atitudes; da reabilitação íntima, do reequilíbrio, da renovação interior por parte da pessoa enferma pela eliminação das tendências infelizes, pela prática do amor e pela construção do bem de todos; das provas, expiações, experiências e resgates de débitos passados que o paciente tem que passar nesta vida; e das concessões da misericórdia divina decorrentes dos méritos e das conquistas espirituais do enfermo.”( Doenças, Cura e Saúde à Luz  do Espiritismo. Cap. 13. Técnicas de cura espiritual. Geziel Andrade)

            Em uma entrevista, Raul Teixeira faz os seguintes apontamentos sobre o assunto:

            Como você analisa  as cestas básicas de alimentos, os receituários homeopáticos e a cirurgia espiritual nas casas espíritas?

            Raul Teixeira:  Quando falamos em cirurgias espirituais, temos que destacar aquilo que os Espíritos fazem e de que, muitas vezes, não temos consciência. Eles trabalham no campo do perispírito, utilizando-se dos recursos fluídicos do mundo espiritual e do poder mediúnico que a casa tem, em função do seu corpo de médiuns, e que nem ficamos sabendo. Quando passamos a saber, costumamos fazer em torno disso um verdadeiro   carnaval . Então, surgem celeumas, discrepâncias, desentendimentos, jogos de interesse e cerimoniais plenamente desnecessários para o trabalho em questão.

            Quando se tratar de cirurgias com utilização de instrumentos de perfuração ou corte, a casa espírita deverá todo cuidado possível porque essa não é a proposta da Doutrina Espírita. Com todo respeito devido aos médiuns curadores que utilizam as facas, canivetes, bisturis, serras, agulhas, etc, cumpre saibamos que não é essa a finalidade de um centro espírita, evitando, sempre que possível, semelhantes práticas em nossas instituições. Perfurações, cortes, extirpações de órgãos e tudo o mais nessa órbita são da alçada da medicina humana, e devemos respeito aos facultativos, respeito à ciência.

            (...)Quanto aos receituários, os Espíritos (segundo  O Livro dos Médiuns ) trabalham com o laboratório do mundo invisível. Diz Allan Kardec que os Espíritos não têm nenhuma pretensão de competir com os farmacêuticos e inventores de reconstituintes da Terra ( O Livro dos Médiuns , cap. VIII, questão 13.ª, nota de Kardec), o que nos permite entender que o trabalho de lidar com as dificuldades da saúde humana, de tratá-la e medicá-la pertence à humana medicina.

            (...) Quando se descobre que no centro espírita há médiuns com essa habilidade para o receituário mediúnico, aqueles que conseguem estabelecer contato psíquico com médicos desencarnados em prol dos necessitados humanos, então se deverá providenciar uma reunião para esse mister. O trabalho do médium Chico Xavier nesse caso é um exemplo muito interessante, pois se realizava uma reunião de estudos doutrinários, com os comentários dos participantes, enquanto o médium receitista, no caso, o próprio Chico, era situado numa outra sala, com a ajuda de um auxiliar, a fim de atender às solicitações que lhe chegavam, com os mais variados tipos de solicitação. No caso, deverão ser selecionados os pedidos de orientação para os casos de saúde. As leituras, estudos e comentários ajudarão a criar e a manter o clima de salutar vibração para que o receitista possa atender ao seu compromisso.

            (...) Os médiuns, quaisquer que sejam, não podem visitar o centro espírita somente nos dias de reuniões mediúnicas, alegando não ter mais tempo para as demais atividades da instituição. Se não participa dos estudos, se não desenvolve disciplinas e se não participa de uma obra social em que teria chance de pôr em prática o seu discurso teórico, o resultado será o envolvimento na má inspiração, em razão da fuga deliberada da  sintonia dos bons Espíritos. Esses são cuidados cabíveis a uma instituição espírita dinâmica e responsável.

            Quanto às cestas básicas, vestuários, remédios, médicos, etc., deveremos ter a nítida consciência de que fazemos isso por causa dos descompromissos das autoridades governamentais, a quem caberia tais providências. Precisamos ter a consciência de que esse não é o papel fundamental do centro espírita. Não será de bom alvitre abrir-se um centro espírita com essa finalidade, uma vez que o centro deve ser o educandário básico da mente popular.

            Entretanto, com base no Evangelho de Jesus, se nos chega alguém padecendo fome, não adiantará fazer discursos bonitos e doutrinários para essa pessoa; ela precisa é de alimentação. Tem que se lhe dar comida. Se se aproxima alguém ao relento, desnudo, precisando de roupa, não adianta oferecer-lhe comida, será preciso dar-lhe uma peça de roupa. Por outro lado, se aparece em nossa instituição alguém doente, não valem discursos nem peças de roupa; há que se lhe providenciar um atendimento médico, seja num posto de saúde, seja num hospital para que seja devidamente tratado. Assim, atenderemos os nossos irmãos do caminho em função das carências que apresentem. (Entrevista realizada na sede da  SEF - Sociedade Espírita Fraternidade, publicada no jornal Correio Espírita em março/2007. Fonte: https://oconsolador.com/ano3/112/raulteixeiraresponde.html)

            Numa outra entrevista, concedida aos jornalistas goianos Batista Custódio — Diário da Manhã — e Consuelo Nasser — Revista Presença — nosso querido Chico Xavier respondeu  também sobre este assunto:

            Pergunta — Têm surgido muitos médiuns e curadores por este Brasil afora, que receitam remédios e até operam os doentes. Qual é a maneira de se identificar o verdadeiro do falso?

            Resposta — Eu creio que isto deva ser fruto da educação do sertanejo, acreditar que, pagando bem, irá conseguir curas espirituais. O verdadeiro Espiritismo não pode cobrar, nem mesmo os remédios que receita aos doentes. Também sou contra essa estória de meter o canivete no corpo dos outros, sem ser médico. O médico estudou bastante anatomia, patologia e, por isso, está habilitado a fazer uma cirurgia. Por que eu, sendo médium, vou agora pegar uma faca e abrir o corpo de um cristão sem ser considerado um criminoso? Eu já me operei cinco vezes, e vários médiuns me ofereceram seus serviços. O Espírito Emmanuel me disse: “Você deveria ter vergonha até em pensar em receber esse tipo de cura, porque todos os outros doentes vertem sangue, usam éter, tomam determinados remédios para melhorar. Como você pretende se curar numa cadeira de balanço?” (Chico Xavier - Mandato de amor. Vários autores. Fonte: Revista “O Espírita”, número 62, fevereiro/março de 1989)

            Na Revista Espírita, podemos ler relatos de cura espiritual, vejamos o caso de uma médium que foi  curada por um médico espiritual :

            A Sra. G...( médium vidente e sonâmbula muito lúcida)  via um Espírito curvado sobre sua perna, mas as suas feições ficavam ocultas. Ele operava fricções e massagens, fazendo de vez em quando uma tração longitudinal sobre a parte doente, absolutamente como teria feito um médico. A operação era tão dolorosa que a paciente por vezes vociferava e fazia movimentos desordenados. Mas a crise não teve longa duração. Ao cabo de dez minutos todos os traços de entorse haviam desaparecido. Não havia mais inflamação, e o pé tinha retomado sua aparência normal. A Sra. G... estava curada. (...) Em vida ele tinha sido médico da médium; conhecia sua extrema sensibilidade e a tinha conduzido como se fosse sua filha. 

            OBSERVAÇÃO: A cura relatada acima é um exemplo da ação do magnetismo espiritual puro, sem qualquer mistura do magnetismo humano. Por vezes os Espíritos se servem de médiuns especiais, como condutores de seu fluido. São os  médiuns curadores   propriamente ditos, cuja faculdade apresenta graus muito diversos de energia, conforme sua aptidão pessoal e a natureza dos Espíritos pelos quais são assistidos. Conhecemos em Paris uma pessoa há oito meses atingida de exostoses na anca e no joelho, que lhe causam grandes sofrimentos e a prendem ao leito. Um de seus jovens amigos, dotado dessa preciosa faculdade, lhe deu cuidados pela simples imposição das mãos, durante alguns minutos, sobre a cabeça, e pela prece, que o doente acompanhava com fervor edificante. Este último experimentava, no momento, uma crise muito dolorosa, análoga à sentida pela Sra. G..., logo seguida de uma calma perfeita. Então sentia a impressão enérgica de várias mãos, que massageavam e estiravam a perna, que se via alongar-se de 10 a 12 centímetros. Nele já há uma melhora muito sensível, porque começa a andar, mas a antiguidade e a gravidade do mal necessariamente tornam a cura mais difícil e mais demorada que uma simples entorse.

            Faremos observar que a mediunidade curadora ainda não é apresentada, ao que saibamos, com caracteres de generalidade e de universalidade, mas, ao contrário, restrita como aplicação, isto é, que o médium tem uma ação mais poderosa sobre certos indivíduos do que sobre outros, e não cura todas as doenças. Compreende-se que assim deva ser, quando se conhece o papel capital que representam as afinidades fluídicas em todos os fenômenos da mediunidade. Algumas pessoas só gozam dela acidentalmente e para um determinado caso. Seria, pois, um erro crer que, pelo fato de termos obtido uma cura, mesmo difícil, podem ser obtidas todas, pela razão que o fluido próprio de certos doentes é refratário ao fluido do médium. A cura é tanto mais fácil quanto mais naturalmente se opera a assimilação dos fluidos. Assim, é surpreendente que algumas pessoas frágeis e delicadas exerçam uma ação poderosa sobre indivíduos fortes e robustos. É que nesse caso, essas pessoas são bons condutores do fluido espiritual, ao passo que homens vigorosos podem ser maus condutores. Eles têm somente seu fluido pessoal, fluido humano que jamais tem a pureza e o poder reparador do fluido depurado dos bons Espíritos.

            (...) Lembraremos aqui que a mediunidade curadora está exclusivamente na ação fluídica mais ou menos instantânea; que ela não deve ser confundida com o magnetismo humano, nem com a faculdade que têm certos médiuns de receber dos Espíritos a indicação de remédios. Estes últimos são apenas  médiuns receitistas...( Revista Espírita. Abril de 1865. Poder curativo do magnetismo espiritual. Allan Kardec )

            No Livro dos médiuns, Allan Kardec relata um outro tipo de mediunidade, que também possibilita a cura de diversos tipos de doenças:

            "Um de nossos amigos tinha como sonâmbulo um rapaz de 14 a 15 anos, de inteligência muito vulgar e instrução extremamente escassa. Entretanto, no estado de sonambulismo, deu provas de lucidez extraordinária e de grande perspicácia. Excelia, sobretudo, no tratamento das enfermidades e operou grande número de curas consideradas impossíveis. Certo dia, dando consulta a um doente, descreveu a enfermidade com absoluta exatidão.
            –– Não basta, disseram-lhe, agora é preciso que indiques o remédio. Não posso, respondeu, meu anjo doutor não está aqui. Quem é esse anjo doutor de quem falas? — O que dita os remédios. — Não és tu, então, que vês os remédios? — Oh! não; estou a dizer que é o meu anjo doutor quem mos dita.

            Assim, nesse sonâmbulo, a ação de ver o mal era do seu próprio Espírito que, para isso, não precisava de assistência alguma; a indicação, porém, dos remédios lhe era dada por outro. Não estando presente esse outro, ele nada podia dizer. Quando só, era apenas sonâmbulo; assistido por aquele a quem chamava seu anjo doutor, era sonâmbulo-médium." (O Livro dos Médiuns. Segunda parte. Cap. 15. Item 173. Allan Kardec)

            Segundo o Dr. Müller, dentro das casas espíritas ditas federadas a cirurgia espiritual não é muito estimulada, mas existem casas que realizam, inclusive em Passo Fundo. Uma ouvinte relatou que tinha três miomas e após fazer uma cirurgia espírita, um não apareceu mais nos exames. Dr. Müller ressaltou que a pessoa que busca no espiritismo a cura de doenças físicas vai receber auxílio com certeza, mas jamais deve abandonar o seu tratamento médico e deve desconfiar de quem lhe pedir para fazer isso. ( Artigo:Espírita explica: cirurgia espiritual complementa o tratamento médico. Lucas Tibolla/Rádio Uirapuru. Data: 16-11-18. Fonte:https://rduirapuru.com.br/religiao/espirita-explica-cirurgia-espiritual-complementa-o-tratamento-medico/)

            Quais os cuidados que se deve tomar para que o médium curador não se apresente como um curandeiro e não esteja enqüadrado no Código Penal, pela prática ilegal da medicina?

            Divaldo - Primeiro, que ele estude a Doutrina Espírita, porque todo e qualquer médium que ignora o Espiritismo é alguém que caminha em perigo.

            (...)Depois de se dedicar ao estudo da Doutrina, deve se vincular a um  Centro Espírita, porque um dos fatores básicos do nosso comportamento é a solidariedade, em trabalho de equipe. Estando a trabalhar num Centro Espírita, ele estará menos vulnerável às agressões das pessoas frívolas, irresponsáveis, dos interesseiros; terá um programa de ação, em dias e horas adrede estabelecidos. Então, não ficará à mercê da mediunidade, em função dela, mas será um cidadão normal, que tem seus momentos de atender, trabalhando para viver com dignidade e renunciando as suas horas de descanso em favor do ministério mediúnico.

            Para que ele se poupe de ficar incurso no Código Penal (*), deve fazer o exercício da mediunidade sem prometer, sem anunciar curas retumbantes, porque estas não podem ser antecedidas, e a Deus pertencente, e não retire da mediunidade nenhum proveito imediato, porque o curandeirismo implica em exploração da ingenuidade do povo, da superstição e da má-fé. Se ele é dotado de uma faculdade mediúnica, seja qual seja, dentro de uma vida regular e equilibrada, preservar-se-á a si mesmo. Se, eventualmente, for colhido nas artimanhas e nas malhas da Lei, isto será conseqüência da Lei Divina. Que ele saiba pagar o preço do ministério que executa, que lhe foi confiado pelo Senhor. (Diretrizes de segurança. Questão 23. Divaldo Franco)

(*) Art. 283 e  284

 

ESTUDO E EDUCAÇÃO DA MEDIUNIDADE

            É uma reunião privativa e prioriza a participação efetiva dos inscritos, por meio de atividades grupais e plenárias para o Estudo e Educação da Mediunidade no Centro Espírita.

            O programa deve ter uma seqüência gradual de transmissão do conhecimento da Doutrina Espírita, dos princípios que norteiem o emprego da mediunidade e da Moral contida no Evangelho de Jesus. O programa deve ser desenvolvido, no mínimo, em dois níveis. No primeiro, de natureza mais teórica, enfatiza-se o conhecimento geral da mediunidade, aprofundando o estudo de temas desenvolvidos nos cursos básicos de Espiritismo. No segundo prioriza-se a realização da prática mediúnica propriamente dita, que deve ser conduzida por pessoas experientes. (Orientação ao Centro Espírita. Texto aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em sua reunião de novembro de 2006. FEB)

            Dever-se-á provocar o desenvolvimento da mediunidade?

             Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se, contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa vontade, seja essa possibilidade psíquica a mais humilde de todas.

            A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do Plano espiritual. (O Consolador. Questão 384. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

            Nos centros cujo ambiente é favorável e que têm boa orientação, há sessões destinadas ao desenvolvimento mediúnico cujos guias espirituais detêm a direção dos trabalhos com sabedoria e firmeza. Ao chegar, o candidato perturbado é objeto de consulta ao guia encarregado dessa informação; este dirá se ele devera tomar passes e ouvir doutrinação nas sessões práticas de atendimento ou se poderá sentar-se à mesa para tentar o desenvolvimento. Nem sempre, caro leitor, perturbação mediúnica indica que o sujeito deva lançar-se no campo da mediunidade franca; freqüentemente, ele precisa antes preparar-se para isso pelo estudo, a fim de obter luzes intelectuais e renovação afetiva. O estudo da Doutrina e do Evangelho poderão ser sempre os passos iniciais.             Em seguida, é mister compreender a necessidade de combater as imperfeições pessoais, a fim de elevar o padrão vibratório e alcançar sintonia com níveis mais altos... (Evolução para o terceiro milênio. Carlos Toledo Rizzini)

            O estudioso espírita Martins Peralva afirma: (...) Toda pessoa que procura os centros espíritas, assinalada por complicados distúrbios mediúnicos, não deve ser levada de imediato, sistematicamente, à mesa do desenvolvimento.

            Antes de tudo a ajuda fraterna, com o esforço pelo reajustamento.

        Depois, sim, servir ao Bem, com a mente harmonizada e o coração guardando, como sublime tesouro, aquela paz e aquele anseio de auxiliar o próximo. (Estudando a mediunidade. Cap. 14. Martins Peralva )

            Na época de Allan Kardec, existiam normas para se tornar um membro da sociedade de estudos espíritas:

            "Para ser sócio titular, é preciso que a pessoa tenha sido, pelo menos durante um ano, associado livre, tenha assistido a mais de metade das sessões e dado, durante esse tempo, provas notórias de seus conhecimentos e de suas convicções em matéria de Espiritismo, de sua adesão aos princípios da Sociedade e do desejo de proceder, em todas as circunstâncias, para com seus colegas, de acordo com os princípios da caridade e da moral espírita. "(O Livro dos Médiuns.  Segunda Parte.  Cap. 30. Artigo 5. Allan Kardec)

            O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação. Somente desse modo poderá habilitar-se para o desempenho da tarefa que lhe foi confiada, cooperando eficazmente com os Espíritos sinceros e devotados ao bem e á verdade. (O Consolador. Questão 392. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

            No entanto, não é preciso se tornar um santo para ser um trabalhador de um Centro Espírita, segundo Chico Xavier, "Não precisamos esperar a formação de um Grupo espírita para recepção de pessoas santas; vão chegar primeiro os mais infelizes; vão contar as mágoas, às vezes até os seus crimes; vêm atrás de amor... A Bondade de Deus não determina o extermínio de ninguém. “Misericórdia quero, não sacrifício”.  O Senhor nos pede misericórdia, não crítica, não preguiça....Estamos com uma Doutrina de muito serviço, então vamos trabalhar sem espírito de antagonismo, reprovação. Aquele que vem até nós é nosso irmão, nossa irmã. 

            (...)  Jesus não exigiu que ninguém se modificasse... À mulher adúltera, disse: “Vai e não peques mais”... Não fez sermão, não censurou, não perguntou com quem ela havia caído... A Paulo de Tarso, em pleno deserto escaldante, pediu que não recalcitrasse contra os aguilhões...Era impossível resistir ao amor daquele Homem! No Evangelho não existe um moralismo farisaico; a mensagem do Cristo é de elevação, de compreensão do erro, de incentivo a quem deseja ser melhor...( O Evangelho de Chico Xavier. Item 283 e 284. Chico Xavier / Carlos A. Baccelli )

            Segundo o Livro dos Médiuns, as condições mais favoráveis para uma Sociedade que aspira a granjear a simpatia dos bons Espíritos são:

            -Perfeita comunhão de ideias e de sentimentos;
            - Cordialidade recíproca entre todos os membros;
            - Ausência de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã;
            - Um único desejo: o de se instruírem e melhorarem, por meio dos ensinos dos Espíritos e do aproveitamento de seus conselhos. Quem esteja persuadido de que os Espíritos superiores se manifestam com o fito de nos fazerem progredir, e não para nos divertirem, compreenderá que eles necessariamente se afastam dos que se limitam a lhes admirar o estilo, sem nenhum proveito tirar daí, e que só se interessam pelas sessões, de acordo com o maior ou menor atrativo que lhes oferecem, segundo os gostos particulares de cada um deles;
            - Exclusão de tudo o que, nas comunicações pedidas aos Espíritos, apenas exprima o desejo de satisfação da curiosidade;
            - Recolhimento e silêncio respeitosos, durante as conversações com os Espíritos;
            - União de todos os assistentes, pelo pensamento, ao apelo feito aos Espíritos que sejam evocados;
            - Concurso dos médiuns da assembléia, com isenção de todo sentimento de orgulho, de amor-próprio e de supremacia e com o só desejo de serem úteis.( O Livro dos Médiuns. Segunda Parte. Cap.29. Item 341. Allan Kardec)

            Qual o objetivo de uma sessão mediúnica?

            Divaldo - É acima de tudo uma oportunidade de o indivíduo auto-reformar-se; de fazer silêncio para escutar as lições dos espíritos que nos vêm, depois da morte, chorando e sofrendo, sendo este um meio de evitar que caiamos em  seus erros. É também esquecer a ilusão de que nós estejamos ajudando os espíritos, uma vez que eles podem passar sem nós. No mundo dos espíritos, as Entidades Superiores promovem trabalhos de esclarecimento e de socorro em seu favor; nós, entretanto, necessitamos deles, mesmo dos sofredores, porque são a lição de advertência em nosso caminho, convidando-nos ao equilíbrio e à serenidade. Assim, vemos que a ajuda é recíproca: O médium é alguém que se situa entre os dois hemisférios da vida. O membro de um labor de socorro medianímico é alguém que deve estar sempre às ordens dos Espíritos Superiores para os misteres elevados.

            À hora da reunião, devem-se manter, além das atitudes sociais do equilíbrio, a serenidade, um estado de paz interior compatível com as necessidades do processo de sintonia, sem o que, quaisquer tentames neste campo redundarão inócuos, senão negativos.

            Depois da reunião é necessário manter-se o mesmo ambiente agradável, porque, à hora em que cessam os labores da incorporação, ou da psicografia, o fenômeno objetivo externo, em si, não cessam os trabalhos mediúnicos no mundo espiritual. (Diretrizes de segurança. Questão 31. Divaldo Franco)

            Segundo Allan Kardec, "A evocação dos Espíritos vulgares tem, além disso, a vantagem de nos pôr em contacto com Espíritos sofredores, que podemos aliviar e cujo adiantamento podemos facilitar, por meio de bons conselhos." (O Livro dos Médiuns. Segunda Parte. Cap.25. Item 281. Allan Kardec)

            Em trabalhos de desenvolvimento mediúnico com médiuns principiantes, haverá necessidade de mais de uma comunicação ou uma seria suficiente?

            Divaldo - Para exercitar a mediunidade, o que importa não é o número de comunicações, mas a qualidade delas. O médium deve esperar sentir-se dominado pela vontade do hóspede, que o vai controlando, a fim de que consiga registrar, em plenitude, a mensagem. Este processo demora uns cinco minutos, antes do ato de falar, e perdura por uns dez a quinze minutos, depois do silêncio, quando as energias vão retornando ao estado primitivo e reequilibrando o psiquismo do médium. No caso de desenvolvimento de um médium principiante num grupo expressivo no máximo duas comunicações de sofredores. (Diretrizes de Segurança. Questão 56. Allan Kardec)

            Allan Kardec recomenda que as atividades  de cada sessão podem orientar-se da seguinte maneira:

            1ª Leitura das comunicações espíritas recebidas na sessão anterior, depois de passadas a limpo.
            2ª Relatórios diversos. — Correspondência. — Leitura das comunicações obtidas fora das sessões. — Narrativa de fatos que interessem ao Espiritismo.
            3ª Matéria de estudo. — Ditados espontâneos. — Questões diversas e problemas morais propostos aos Espíritos. — Evocações.
            4ª Conferência. — Exame crítico e analítico das diversas comunicações. — Discussão sobre diferentes pontos da ciência espírita.

            Os grupos recém-criados se veem, às vezes, tolhidos em seus trabalhos pela falta de médiuns. Estes, não há negar, são um dos elementos essenciais às reuniões espíritas, mas não constituem elemento indispensável e fora erro acreditar-se que sem eles nada se pode fazer. (O Livro dos Médiuns. Segunda Parte.  Cap. 29. Item 346 e 347. Allan Kardec)

 

REUNIÃO DE DESOBSESSÃO

            A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Oblitera todas as faculdades mediúnicas; traduz-se, na mediunidade escrevente, pela obstinação de um Espírito em se manifestar, com exclusão de todos os outros.

            (...) A obsessão é sempre o resultado de uma imperfeição moral, que dá acesso a um Espírito mau. A causas físicas se opõem forças físicas; a uma causa moral, tem-se de opor uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se o corpo; para isentá-lo da obsessão, é preciso fortificar a alma, pelo que necessário se torna que o obsidiado trabalhe pela sua própria melhoria, o que as mais das vezes basta para o livrar do obsessor, sem recorrer a terceiros. O auxílio destes se faz indispensável, quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão, porque aí não raro o paciente perde a vontade e o livre-arbítrio.  (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap.28. Item 81. Allan Kardec ) 

            (...) Na  subjugação , essa causa é externa, e tem-se necessidade de libertar o doente de um inimigo invisível, não lhe opondo remédios materiais, porém uma força moral superior à dele .  

            (...) Só o Espiritismo pode dar os meios de combatê-lo, fazendo a educação moral do Espírito obsessor; por conselhos prudentemente dirigidos, chega-se a torná-lo melhor e a fazê-lo renunciar voluntariamente à atormentação do enfermo, que então fica livre. (O que é o Espiritismo. Cap. 2. Item 74. Allan Kardec )

            As causas da obsessão variam, de acordo com o caráter do Espírito. É, às vezes, uma vingança que este toma de um indivíduo de quem guarda queixas da sua vida presente ou do tempo de outra existência. Muitas vezes, também, não há mais do que o desejo de fazer mal: o Espírito, como sofre, entende de fazer que os outros sofram; encontra uma espécie de gozo em os atormentar, em os vexar, e a impaciência que por isso a vítima demonstra mais o exacerba, porque esse é o objetivo que colima, ao passo que a paciência o leva a cansar-se. (O Livro dos Médiuns. Segunda Parte. Cap.23. Item 245. Allan Kardec)

            As obsessões podem cessar, entre outros, por um dos seguintes motivos:

            a) — Pelo esclarecimento do encarnado, que despejará de sua casa mental: o hóspede invisível.

            b) — Pelo esclarecimento do desencarnado, que se libertará da prisão mental que o encarnado lhe vinha impondo.

            c) — Pela melhoria de ambos. (Estudando a mediunidade. Cap. 8. Martins Peralva )

            No templo espírita, os instrutores desencarnados conseguem localizar recursos avançados do plano espiritual para o socorro a obsidiados e obsessores, razão por que, tanto quanto nos seja possível, é aí, entre as paredes respeitáveis da nossa escola de fé viva, que nos cabe situar o ministério da desobsessão. Razoável, ainda, observar que os servidores de semelhante realização não podem assumir, sem prejuízo, compromissos para outras atividades medianímicas, antes ou depois do trabalho em que se comprometem  a benefício dos sofredores desencarnados. (Desobsessão. Cap.9. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira)

            A frequência as reuniões é usualmente de uma vez por semana, à noite. Dificilmente um grupo terá condições de reunir­se regularmente, durante vários anos, mais de uma vez por semana. Todos ou  quase todos os seus componentes têm compromissos sociais, familiares e até profissionais, que tornam impraticável reuniões mais frequentes. A noite é escolhida justamente porque, a partir de certa hora, estão todos com as tarefas do dia concluídas.

            (...) A proteção magnética da sala mediúnica deve ser preservada com todo o cuidado, para não viciar os dispositivos de segurança do trabalho, não perturbar a harmonia do ambiente, não interferir com os meticulosos preparativos realizados pelos companheiros desencarnados que dirigem e orientam as tarefas. Ademais, com frequência, alguns Espíritos em tratamento ficam ali em repouso, por algumas horas, de um dia para o outro, por exemplo, enquanto não são removidos para instituições apropriadas. (Diálogo com as sombras. Cap. 1. Hermínio C. Miranda)

            Os componentes da reunião, que nunca excederão o número de quatorze, conservem, acima de tudo, elevação de pensamentos e correção de atitudes, antes, durante e depois de cada tarefa.

            (...)Todos os componentes da equipe assumirão funções específicas. Num grupo de 14 integrantes, por exemplo, trabalharão 2 a 4 médiuns esclarecedores; 2 a 4 médiuns passistas e 4 a 6 médiuns psicofônicos.

            Os médiuns esclarecedores e passistas, além dos deveres específicos que se lhes assinala, servirão, ainda, na condição de elementos positivos de proteção e segurança para os médiuns psicofônicos, sempre que estes forem mobilizados em serviço. Imprescindível reconhecer que todos os participantes do conjunto são equiparáveis a pilhas fluídicas ou lâmpadas, que estarão sensibilizadas ou não para os efeitos da energia ou da luz que se lhes pede em auxílio dos que jazem na sombra de espírito. Daí o imperativo do teor vibratório elevado nos componentes da reunião, a fim de que os doentes da alma se reaqueçam para o retorno ao equilíbrio e ao discernimento. (Desobsessão. Cap.20. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira)

            Na terapia da desobsessão, é bom que o obsidiado freqüente trabalhos mediúnicos?

            Divaldo - O ideal será que ele não participe dos trabalhos mediúnicos. Se estiver no estado em que registra as idéias sadias e as perturbadoras, o trabalho mediúnico pode ser-lhe seriamente pernicioso. Porque, se o obsessor incorporar, poderá ameaçá-lo diretamente, criando nele condicionamento, que depois vai explorar de espírito a espírito. Como a necessidade não é do corpo físico enfermo, ele pode estar em qualquer lugar e os Mentores trarão as entidades perturbadoras.

            Ele não deve faltar é às sessões de esclarecimento doutrinário, para que aprenda a libertar-se das agressões dos espíritos maus e, ao mesmo tempo, crie condições para agir com equilíbrio por si mesmo. (Diretrizes de segurança. Cap.97.Divaldo P. Franco)

            A leitura e o estudo, bem orientados, conduzem a resultados satisfatórios nos serviços de desobsessão.

            Conjugados à meditação, levam a criatura a renovar os centros de vida mental, possibilitando-lhes recursos para realizar, com êxito e de forma definitiva, a sua libertação espiritual.

            É por isso que no "Evangelho segundo o Espiritismo" encontramos sábia e generosa advertência de categorizado Espírito, no sentido de que, além do mandamento primitivo, "amai-vos uns aos outros", um outro existe, também de fundamental importância: "instrui-vos"... (Estudando a mediunidade. Cap. 19. Martins Peralva)

            (...) Somente em casos excepcionais se justifica a presença de pessoas estranhas ao grupo, nos trabalhos de desobsessão. Sob condições normais, ela não é necessária à tarefa que nos incumbe junto aos obsidiados que buscam o socorro de um grupo mediúnico. Mais do que desnecessária, a presença de pessoas perturbadas, no ambiente onde se desenrola o trabalho mediúnico, pode provocar incidentes e dificuldades insuperáveis. (Diálogo com as sombras. Cap. 6. Hermínio C. Miranda)

            A leitura preparatória, que não ultrapassará o tempo-limite de 15 minutos, constituir-se-á, preferentemente, de um dos itens de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, seguindo-se-lhe uma das questões de “O Livro dos Espíritos”, com  um trecho de um dos livros de comentários evangélicos, em torno da obra de Allan Kardec. (Desobsessão. Cap.28. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira)

            Feita a oração inicial, o dirigente e a equipe mediúnica esperarão que o mentor espiritual do grupo se manifeste pelo médium psicofônico indicado (Desobsessão. Cap.30. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira)

            As manifestações de enfermos espirituais irão até o limite de uma hora a uma hora e meia, na totalidade delas, para que a reunião perdure no máximo por duas horas, excluída a leitura inicial. (Desobsessão. Cap.32. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira)

            A conversação será vazada em  termos claros e lógicos, mas na base da edificação, sem qualquer toque de impaciência ou desapreço ao comunicante, mesmo que haja motivos de indução ao azedume ou à hilaridade. (Desobsessão. Cap.37. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira)

            Entre os espíritos que lhe são trazidos para entendimento, há argumentadores prodigiosamente inteligentes, bem preparados e experimentados em diferentes técnicas de debate, dotados de excelente dialética. Isto não significa que todo doutrinador tem de ser  um gênio, de enorme capacidade intelectual e de impecável formação filosófica. A conversa com os Espíritos desajustados não deve ser um frio debate acadêmico. Se o dirigente encarnado dos trabalhos está bem familiarizado com as obras fundamentais do Espiritismo, ele encontrará sempre o que dizer ao manifestante, ainda que não esteja no mesmo  nível intelectual dele. O confronto aqui não é de inteligências, nem de culturas; é de corações, de sentimentos. O conhecimento doutrinário torna-­se importante como base de sustentação.

            (...)Os espíritos em estado de perturbação, que nos são trazidos às sessões mediúnicas, não estão, logo de início, em condições psicológicas adequadas à pregação doutrinária, como já dissemos. Necessitam aflitivamente de primeiros socorros, de quem os ouça com paciência e tolerância. A doutrinação virá no momento oportuno, e, antes que o doutrinador possa dedicar­se a este aspecto  específico, ele deve estar  preparado para discutir o problema pessoal do espírito, a fim de obter dele a informação de que necessita. É nesse momento que ele precisa utilizar-­se de seus conhecimentos gerais, intercalando aqui e ali um pensamento evangélico que se adapte às condições desenvolvidas no diálogo. (Diálogo com as sombras. Cap. 4. Hermínio C. Miranda)

            Enquanto persista o esclarecimento endereçado ao sofredor desencarnado, é imperioso que os assistentes se mantenham em harmoniosa união de pensamentos, oferecendo base às afirmativas do dirigente ou do assessor que retenha eventualmente a palavra. (Desobsessão. Cap.38. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira)

            (...) Na reunião, é desaconselhável se verifique o esclarecimento simultâneo a mais de duas entidades carecentes de auxílio, para que a ordem seja naturalmente assegurada. (Desobsessão. Cap.39. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira)

            O diretor da reunião, se existe no grupo a possibilidade de gravação da mensagem final, que possa servir na edificação comum, não se alheará do trabalho dessa natureza, conquanto designe esse ou aquele companheiro para auxiliá-lo.(Desobsessão. Cap.55. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira)

            Mesmo que a sessão tenha terminado, o comportamento de todos, ainda no recinto, deve ser discreto, sem elevar demasiadamente a voz, sem gargalhadas estrepitosas, embora estejam todos, usualmente, felizes e bem­humorados, por mais uma noite de trabalho redentor. Antes de se retirarem, em ordem e discretamente, é distribuída a água. É preciso, porém, observar que o trabalho dos componentes de um grupo mediúnico não termina com o encerramento da sessão. Mesmo durante o espaço de tempo que vai de uma reunião à próxima, de certa forma todos estão envolvidos nas tarefas. Inúmeras vezes, os Espíritos em tratamento nos dizem claramente que nos seguiram em nossa atividade normal. Desejam testar a boa­vontade, avaliar a sinceridade, ajuizar­se do  comportamento de cada membro do grupo, especialmente do médium pelo qual se manifestaram e do dirigente que se incumbiu de doutriná­los, É preciso que se tenha o cuidado para não pregar uma coisa e fazer outra inteiramente diversa. Por outro lado, aqueles companheiros particularmente enfurecidos tentarão, no desespero inconsciente em que se acham, envolver­nos com seus artifícios. Se, no  decorrer da semana, oferecemos brechas causadas por impulsos de cólera, de maledicência, de intolerância, de invigilância, enfim, estaremos admitindo, na intimidade do ser, emanações negativas que os companheiros infelizes estão sempre prontos a emitir contra nós, na esperança de nos neutralizar, para que possam continuar no livre exercício de suas paixões e desvarios. Todo cuidado é pouco. Nos momentos em que sentirmos que vamos fraquejar, recomenda­se uma parada para pensar e uma pequena prece, qualquer  que seja o local onde nos encontremos. Os irmãos desesperados certamente nos cobrarão, no próximo encontro, as fraquezas que conseguiram identificar em nós. É claro  que não nos podemos colocar como seres puríssimos e redimidos, incapazes de errar.

            Estejamos, assim, preparados para uma interpelação, pois eles o farão, certamente. (Diálogo com as sombras. Cap. 1. Hermínio C. Miranda)

            (...) O  trabalho de doutrinação não se resume às poucas horas em que conversamos diretamente com os Espíritos incorporados aos nossos médiuns; ele se projeta ao longo dos dias e segue nas realizações da noite, quando, em desdobramento, acompanhamos nossos mentores, nos contactos e nas tarefas que se desenrolam no mundo do Espírito. (Diálogo com as sombras. Cap. 37. Hermínio C. Miranda)

            Na obra  Missionários da luz , o Espírito André Luiz faz uma pergunta ao instrutor Alexandre, no qual explica porque é necessário o diálogo dos encarnados com o espírito obsessor ou sofredor,  através da psicofonia: 

            Por que a doutrinação em ambiente dos encarnados? Semelhante medida é uma imposição no trabalho desse teor?
            – Não – explicou o instrutor – não é um recurso imprescindível. Temos variados agrupamentos de servidores do nosso plano, dedicados exclusivamente a esse gênero de auxílio. As atividades de regeneração em nossa colônia estão repletos de institutos consagrados à caridade fraternal, no setor de iluminação dos transviados. Os postos de socorro e as organizações de emergência, nos diversos departamentos de nossa esfera de ação, contam com avançados núcleos de serviço da mesma ordem. Em determinados casos, porém, a cooperação do magnetismo humano pode influir mais intensamente, em benefício dos necessitados que se encontram cativos nas zonas de sensação, na Crosta do Mundo. Mesmo aí, contudo, a colaboração dos amigos terrenos, embora seja apreciável, não constitui fator absoluto e imprescindível; mas, quando é possível e útil, valemo-nos do concurso de médiuns e doutrinadores humanos, não só para facilitar a solução desejada, senão também para proporcionar ensinamentos vivos aos companheiros envolvidos na carne, despertando-lhe o coração para a espiritualidade.
            O mentor fixou um sorriso e prosseguiu:
            – Ajudando as entidades em desequilíbrio, ajudarão a si mesmos; doutrinando, acabarão igualmente doutrinados. (Missionários da Luz. Cap. 17. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)

            Na Revista Espírita, Allan Kardec nos conta sobre uma carta que recebeu de Cazères (Cidade da França) onde foi relatado um caso de cura da obsessão: “ A obsidiada tinha vinte e dois anos e gozava de perfeita saúde. Apesar disto, de repente foi tomada por um acesso de loucura. Os pais a trataram com médicos, mas inutilmente, pois o mal, em vez de desaparecer, tornava-se cada vez mais intenso, a ponto de ser impossível contê-la durante as crises.

            (...) Nem eles nem a doente jamais se haviam ocupado com o Espiritismo, que nem sequer conheciam.

            Mas tendo ouvido falar da cura de Jeanne R..., de que vos falei, vieram procurar-nos para saber se poderíamos fazer alguma coisa por sua filha infeliz.

            Respondemos nada poder afirmar antes de conhecer a verdadeira causa do mal. Nossos guias, consultados na primeira sessão, disseram que a jovem era subjugada por um Espírito muito rebelde, mas que acabaríamos por reconduzi-lo ao bom caminho, e que a cura resultante nos daria a prova da verdade dessa afirmação. Em consequência, escrevi aos pais, distantes 35 km de nossa cidade, dizendo que sua filha seria curada e que a cura não demoraria muito, sem, contudo, precisar a época.”

            “Evocamos o Espírito obsessor durante oito dias seguidos e ficamos bastante felizes por mudar suas más disposições e fazê-lo renunciar a atormentar a vítima. Com efeito, a doente ficou curada, como haviam anunciado os guias.” (Revista Espírita.  Fevereiro de 1866. Curas de Obsessões. Allan Kardec)

            Segundo Allan Kardec, " Os Espíritos podem comunicar-se espontaneamente, ou acudir ao nosso chamado, isto é, vir por evocação." (O Livro dos Médiuns. Segunda Parte. Cap. 25. Item 269. Allan Kardec)

             É aconselhável a evocação direta de determinados Espíritos?

             -Não somos dos que aconselham a evocação direta e pessoal, em caso algum.

              Se essa evocação é passível de êxito, sua exequilibilidade somente pode ser examinada no plano espiritual. Daí a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, no complexo dos fenômenos espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o avanço moral dos aprendizes sinceros da Doutrina. O estudioso bem-intencionado, portanto, deve pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa, considerando que a esfera espiritual lhe conhece os méritos e retribuirá os seus esforços de acordo com a necessidade de sua posição evolutiva e segundo o merecimento do seu coração.

               Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pela evocação direta, procedendo a realizações dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seu esforço, a tarefa excepcional do Codificador, aliada a necessidade de méritos ainda distantes da esfera de atividade dos aprendizes comuns. (O Consolador. Questão 369. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

 

EVANGELIZAÇÃO INFANTOJUVENIL

            Uma Instituição Espírita representa uma equipe de Jesus em ação e, como tal, deverá concretizar seus sublimes programas de iluminação das almas, dedicando-se com todo empenho à evangelização da infância e da mocidade.

            (...) Os responsáveis pelos Centros, Grupos, Casas ou Núcleos espiritistas devem mobilizar o maior empenho e incentivo, envidando todos os esforços para que a evangelização de crianças e jovens faça evidenciar os valores da fé e da moral nas gerações novas. É necessário que a vejam com simpatia, como um trabalho integrado nos objetivos da Instituição e jamais como atividade à parte. (Revista Reformador - Outubro de 1982. Dr. Bezerra de Menezes . Mensagem Psicografada por  Júlio Cezar Grandi Ribeiro em 1982. FEB)

            Segundo a Federação Espírita Brasileira, "Na Evangelização Infantil serão atendidas crianças com idade entre 3 e 12 anos, se possível distribuídas em turmas, que devem funcionar em sala própria e ser orientadas por, pelo menos, um orientador ou evangelizador. (...) Na Evangelização Juvenil, serão atendidos jovens de 13 a 21 anos... (Observação: Na falta de salas ou de evangelizadores, pode-se adotar o critério dos horários diferentes de funcionamento ou o das classes aglutinadas, neste caso, adotando o programa de estudo de acordo com a média de idade das crianças presentes.)"

            "(...) A Evangelização da Infância e da Juventude no Centro Espírita deverá funcionar semanalmente, com aulas ministradas no período de uma hora ou uma hora e trinta minutos." (Orientação ao Centro Espírita. Texto aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em sua reunião de novembro de 2006. FEB)

            Segundo o Espírito André Luiz, "Os pais espíritas podem e devem matricular os filhos nas escolas de moral espírita cristã, para que os companheiros recém-encarnados possam iniciar com segurança a nova experiência terrena."( Conduta espírita. Espírito André Luiz.  Perante a criança. Psicografado por Waldo Vieira).
            Segundo o Espírito Dr. Bezerra de Menezes "(...) O Culto do Evangelho em casa pode funcionar e deve funcionar em apoio da Escola Espírita de Evangelização, sob amparo e supervisão dos pais que, a rigor, são os primeiros orientadores dos filhinhos.
            Somos de opinião que o recinto de evangelização pública, num templo espírita, é sempre o lugar mais adequado à evangelização da criança, porquanto semelhante cenáculo do pão espiritual guarda consigo a natureza da escola.” (Excursão de Paz. Evangelização para crianças.  Espírito Bezerra de Menezes. Psicografado por Chico Xavier)
            O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos.  Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade (...)(O consolador. Espírito Emmanuel.Questão 109. Psicografado por Chico Xavier).
            É notável que as crianças educadas nos princípios espíritas desenvolvem um raciocínio precoce que as torna infinitamente mais fáceis de governar; (...)revelam um fundo de docilidade, de ternura e de respeito filial que as leva a obedecer sem esforço e as torna mais estudiosas. (...)Essas crianças, por sua vez, educarão seus filhos nos mesmos princípios e, enquanto isso, desaparecerão os velhos preconceitos com as velhas gerações.Torna-se evidente que a idéia espírita alcançará, um dia, o status de crença universal. (Viagem Espírita em 1862. Allan Kardec)
            Os conteúdos de ordem afetiva são os mais importantes a serem ministrados na Evangelização Espírita. O Evangelho de Jesus é o maior repositório de ensinamentos que devem formar a estrutura afetiva do ser humano.(Revista Reformador. Março de 2012. Cecília Rocha )
            É método feliz iniciar-se aula com a narrativa de uma históriazinha, de um conto, de uma fábula, ou apólogo que se relacione, mais ou menos, com a aula do dia. (Livreto: Educação cristã da infância. Programa de ensino para as escolas de Evangelho segundo a Doutrina Espírita. Carlos Lomba. FEB)
            Segundo Chico Xavier, " A criança nos primeiros tempos de vida, tem necessidade da história tocada de amor, tocada de ternura, beleza, espiritualidade. "  ( A Terra e o Semeador. 103 - O Ensino e a realidade.  Emmanuel/Chico Xavier)
            De acordo com Cecília Rocha, " A única exigência em termos de conhecimento, que se deve fazer em relação ao preparo daquele que se propõe a evangelizar, é do domínio prévio do Espiritismo.  Quem não tiver esse domínio não está em condições de atender aos objetivos da tarefa, ainda que possuidor de grande boa vontade. (...) Em segundo plano vem a tecnologia aplicável às experiências de aprendizagem que são organizadas para evangelizandos de diversas faixas etárias ou, em outras palavras as técnicas empregadas no desenvolvimento das aulas."(Pelos Caminhos da Evangelização. Cap. 12. Técnica e Sentimento. Cecília Rocha)

            No livro Conduta Espírita, o Espírito André Luiz faz as seguintes recomendações:

            - "Aperfeiçoar os métodos de ministração do ensino doutrinário à mente infantil, buscando nesse particular os recursos didáticos suscetíveis de reafirmarem a seriedade e o critério seguro de aproveitamento na elaboração de programas. Na academia do Evangelho, todos somos alunos.

            - Renovar as matérias tratadas nos programas de evangelização, segundo orientações atualizadas. O Espiritismo progride sempre.

            - Dedicar atenção constante à melhoria dos processos pedagógicos, no sentido de oferecer aos pequeninos viajores recém-chegados da Espiritualidade a rememoração necessária daquilo que aprenderam e dos compromissos que assumiram antes do processo reencarnatório. Quem aprende pode ensinar e quem ensina aperfeiçoa o aprendizado.

            - Dispor o problema da educação com Jesus, acima dos interesses de sociedades e núcleos, unificando, sempre que possível, os trabalhos esparsos, imprimindo maior relevo às obras de evangelização, no preparo essencial do futuro. '' (Conduta Espírita. Cap. 42. Perante a instrução. Espírito André Luiz. Psicografado por Waldo Vieira)

            Numa entrevista, Chico Xavier faz o seguinte comentário sobre as matérias tratadas nos programas de Evangelização: " (...)Desvelamos em nossas casas, no ensino da bondade, do perdão, das atitudes evangélicas em si, mas precisávamos descobrir um meio de comunicar à criança, algum ensinamento em torno da Lei de Causa e Efeito, mostrando determinados tópicos dos mais expressivos para o mundo infantil, com respeito à reencarnação, o problema da imortalidade da alma.  Muitas vezes, encontramos crianças traumatizadas pela perda de irmãos pequeninos, pela perda dos pais, pela perda de amigos, de parentes próximos, e nos esquecemos de que os pequeninos, também, esperam uma palavra de consolo e de esclarecimento, qual uma acontece com os adultos, diante dos processos de desencarnação. E muitas vezes, nós esquecemos de conduzir a criança para este tipo de lição, para este tipo de comentários, com receio de apressar na mente da criança determinados pensamentos com relação à morte do corpo. Precisávamos estudar quais os meios de começar a oferecer à criança, bases para que ele se conheça no mundo em que está vivendo e naquele mundo social em que ela vai viver. "(A Terra e o Semeador. Questão 101. Espírito Emmanuel/ Chico Xavier)

            Segundo Herculano Pires, "Ensinar às crianças o princípio da reencarnação, da lei de causas e efeitos, da presença do anjo-guardião em suas vidas, da comunicabilidade dos espíritos e assim por diante, é um dever inalienável dos pais. Pensar que isso pode assustar as crianças e criar temores desnecessários é ignorar que as crianças já trazem consigo o germe desses conhecimentos e também que estão mais próximos do mundo espiritual do que os adultos. "(Pedagogia Espírita. Educação no lar. J. Herculano Pires)

            No Livro dos Médiuns, Allan Kardec faz a seguinte pergunta:

            Há inconvenientes em desenvolver a mediunidade nas crianças?

            Certamente, e asseguro que é muito perigoso, porque seus organismos frágeis e delicados seriam muito abalados, e sua imaginação jovem, muito excitada. Além disso, os pais prudentemente devem afastá-las dessas idéias ou pelo menos lhes falar apenas do ponto de vista das conseqüências morais.

            Com que idade se pode, sem inconveniente, praticar a mediunidade?

            Não há uma idade precisa; isso depende inteiramente do desenvolvimento físico e ainda mais do desenvolvimento moral; há crianças com doze anos que são mais aptas do que pessoas adultas. Falo da mediunidade em geral, mas a de efeitos físicos é mais fatigante corporalmente; a da escrita tem um outro inconveniente que se relaciona à inexperiência da criança, e também no caso em que quisesse se ocupar dela sozinha e brincar com ela. (O Livro dos Médiuns. Cap. 28. Item 221. Questões 6 e 8. Allan Kardec).

            No livro "Palavras de luz", Divaldo Franco faz alguns esclarecimentos  quanto à questão de processos obsessivos na infância:

            "A criança, portadora de uma problemática de tal natureza (a obsessão), deve receber passes na casa espírita em dia próprio, usar água fluidificada.  Devem ser orientados os seus pais para melhor saberem conduzir-se junto à criança e como conduzi-la, a fim de minimizar-lhe a dor e libertá-la desta aflição que procede de vidas passadas.

            Nunca é conveniente levar a criança a assistir reunião espírita de natureza mediúnica, conforme prescreve "O Livro dos Médiuns". Kardec aborda a questão, elucidando que crianças não devem participar de experiências práticas, diga-se, mediúnicas, da Doutrina Espírita, pois que, para os Espíritos se comunicarem, não se faz necessária a presença do seu paciente". (Palavras de Luz. Diversos Espíritos. Divaldo Franco)

 

REUNIÃO DE DIRETORIA

            Segundo a Federação Espírita Brasileira, "As Atividades Administrativas do Centro Espírita são as destinadas a atender ao seu funcionamento e manutenção, de forma compatível com a sua estrutura organizacional e com a legislação vigente, seja esta municipal, estadual ou federal.

            (...)Para que se configure efetivamente a existência legal do Centro Espírita é indispensável que haja a constituição de ato jurídico formal, por meio da elaboração de Estatuto Social, aprovado, que deve ser registrado no “Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas”, também chamado de “Cartório de Títulos e Documentos”, no “Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas – CNPJ”, e ainda a constituição de uma Diretoria.

            Sugere-se, assim, o seguinte modelo de organização para o Centro Espírita:

            – Órgãos Deliberativos:

            • Assembléia Geral

            • Conselho Deliberativo / de Administração

            • Conselho Fiscal

            – Órgãos Executivos:

            • Diretoria

            • Departamentos / coordenações / setores

            • Assessorias

            Com fundamento no seu ato constitutivo (Estatuto) e atos regulamentares (Regimento interno, regulamentos, normas) deve o Centro Espírita planejar as suas ações, estabelecendo metas para as suas diversas áreas de trabalho e avaliando os resultados das atividades desenvolvidas. Para isso, deve realizar reuniões e encontros periódicos tanto da sua diretoria como dos responsáveis pelos diversos setores ou departamentos em que esteja organizado, propiciando a manutenção de uma dinâmica de trabalho compatível com os objetivos da Instituição."

            Além disso, a FEB faz outras recomendações :

            "(...) Toda atividade doutrinária desenvolvida pelo Centro Espírita deve ser gratuita.

            A sustentação financeira do Centro Espírita deve decorrer de contribuições espontâneas, colaborações de sócios e outros meios de obtenção constante de recursos financeiros, observando sempre rigoroso critério ético-moral-espírita, evitando o uso de tômbolas, bingos, rifas, bailes beneficentes ou outros meios desaconselháveis ante a Doutrina Espírita.

            A direção do Centro Espírita deve cuidar para que a Instituição não se envolva, direta ou indiretamente, em atividades incompatíveis com os interesses da Doutrina Espírita.

            (...) O Centro Espírita deve cuidar da permanente atualização da documentação legal, fiscal e contábil (contratos, balancetes, livro-caixa, alvará de funcionamento etc.)" (Orientação ao Centro Espírita. Texto aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em sua reunião de novembro de 2006. FEB)

            A primeira Sociedade Parisiense de Estudos Espírita foi fundada em 1º de abril de 1858.  No livro "Obras Póstumas", Allan Kardec faz o seguinte     relato:

            "Havia cerca de seis meses, eu realizava, em minha casa, à rua dos Mártires, uma reunião com alguns adeptos, às terças-feiras. A Srta. E. Dufaux era a médium principal. Conquanto o local não comportasse mais de 15 ou 20 pessoas, até 30 lá se juntavam às vezes. Apresentavam grande interesse tais reuniões, pelo caráter sério de que se revestiam e pelas questões que ali se tratavam. Lá não raro compareciam príncipes estrangeiros e outras personagens de alta distinção." (Obras Póstumas.  A minha primeira iniciação no Espiritismo. Allan Kardec )

            Na Revista Espírita de 1862, relata que, no ínicio, Allan Kardec teve dificuldades financeiras para manter a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas,  pois  a  contribuição dos sócios era insuficiente para pagar todas as despesas,  e deu a entender que utilizou recursos próprios para resolver o problema. Allan Kardec diz assim: 

            "(...)Todas as despesas além do  aluguel , como viagens e uma porção de gastos necessários para o Espiritismo, e que não ficam por menos de 2.000 francos anuais, estão pessoalmente a meu cargo, e essa soma não deixa de pesar num orçamento restrito, que se mantém à custa de ordem, economia e até de privações.

            Não creiais, senhores, que eu queira conquistar méritos. Assim fazendo, sei que sirvo a uma causa junto à qual a vida material nada é, e pela qual estou pronto a sacrificar a minha. Talvez um dia eu tenha imitadores. Aliás, estou bem recompensado pelos resultados que obtive. Se uma coisa lamento, é a exiguidade dos meus recursos, que não me permitem fazer mais, pois com suficientes meios de execução bem empregados, com ordem e em coisas realmente úteis, avançaríamos meio século no estabelecimento definitivo da doutrina. "(Revista Espírita. Junho de 1862. Sociedade parisiense de estudos espíritas - Discurso do Sr. Allan Kardec - Na abertura do ano social, a 1º de Abril de 1862. Allan Kardec )

            Na Revista Espírita de 1865, Allan Kardec afirma que, posteriormente, conseguiu a maioria dos recursos para sustentação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, através da venda de suas obras. Ele diz assim:

            "Pois bem, senhores, o que me proporcionou esse suplemento de recursos foi o produto de minhas obras. Digo com satisfação que foi com o meu próprio trabalho, com o fruto de minhas vigílias que provi, pelo menos em sua maior parte, às necessidades materiais da instalação da doutrina. Assim, eu trouxe uma larga quotaparte à caixa do Espiritismo. Deus quis que ele encontrasse em si mesmo os seus primeiros meios de ação. No princípio eu lamentava que minha pouca fortuna não me permitisse fazer o que eu queria fazer pelo bem da causa, mas hoje aí vejo o dedo da Providência e a realização desta predição tantas vezes repetida pelos bons Espíritos: “Não te inquietes com nada. Deus sabe o que te é preciso e saberá provê-lo.”(Revista Espírita. Junho de 1865. Relatório da caixa do Espiritismo. Allan Kardec )

            Observação: No Livro dos Médiuns de Allan Kardec, no Capítulo 30,  há detalhes sobre o regulamento e normas da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (primeira instituição espírita do mundo), que pode servir de modelo para formular o estatuto de um Centro Espírita.

 

INSTRUÇÕES GERAIS

         Allan Kardec deu o seguinte conselho para formação de grupos espíritas: "A primeira condição é, sem dúvida, constituir um núcleo de pessoas sérias, por mais restrito seja o seu número. Cinco ou seis pessoas,  se são esclarecidas, sinceras, imbuídas pelas verdades da Doutrina e unidas pela mesma intenção, valem cem vezes mais do que uma multidão de curiosos e indiferentes. Em seguida devem os seus membros fundadores estabelecer um regulamento que se tornará em lei para os novos aderentes." (Viagem Espírita em 1862. Cap. 10. Allan Kardec ) 

            Kardec avaliou  a sua importância significativa no plano da divulgação e da orientação dos Grupos, explicando ser preferível a existência de vários Centros pequenos e modestos numa cidade ou num bairro, à existência de um único Centro grande e suntuoso.

            Um Centro Espírita pequeno e modesto – como na maioria o são – atrai as pessoas realmente interessadas no conhecimento doutrinátario, cria um ambiente de fraternidade ativa em que as discriminações sociais e culturais desaparecem no entrelaçamento de todos os seus componentes, considerados como colaboradores necessários de uma obra única e concreta. (O centro espírita. Cap. 1 - Função e  significação. J. Herculano Pires )

            Segundo Allan Kardec, "  As melhores comunicações são obtidas em  reuniões   pouco   numerosas , nas quais reina a harmonia e uma comunhão de sentimentos. Ora, quanto maior for o número, tanto mais difícil será a obtenção dessa homogeneidade."   (Revista Espírita. Outubro de 1860. Banquete - Oferecido pelos espíritas lioneses ao Sr. Allan Kardec, a 19 de setembro de 1860.  Allan Kardec)

            Uma assembleia é um foco de onde se irradiam pensamentos diversos; é como uma orquestra, um coro de pensamentos onde cada um produz a sua nota. Disso resulta grande quantidade de correntes e de eflúvios fluídicos dos quais cada um recebe a impressão pelo sentido espiritual, como num coro de música, cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição.

            Entretanto, assim como há raios sonoros harmônicos ou discordantes, há também pensamentos harmônicos e discordantes. Se o conjunto for harmônico, a impressão será agradável; se ele for discordante, a impressão será penosa.  

            (...) Todas as reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na comunhão de pensamentos; é aí, com efeito, que elas podem e devem exercer toda a sua força, porque o objetivo deve ser a libertação do pensamento das constrições da matéria. Infelizmente, a maioria se afasta deste princípio à medida que fizeram da religião uma questão de forma. (Revista Espírita. Dezembro de 1864. Da comunhão do pensamento.  Allan Kardec)

            Segundo Herculano Pires, "O ideal é o Centro funcionar  em sede própria, para maior e mais livre desenvolvimento de seus trabalhos, mas enquanto isso não for possível, pode funcionar com eficiência numa sala cedida ou alugada, numa garagem vazia ou mesmo numa dependência de casa familiar. As objeções contra isso só podem valer quando se trate de casas em que existam motivos impeditivos materiais ou morais.

            (...)Organizado o  Centro, com uma denominação simples e afetiva, com o nome de um Espírito amigo ou  de uma figura espírita abnegada, de pessoa já desencarnada, preparados, aprovados em assembléia geral e registrados os parados, aprovados em assembléia geral e registrados os estatutos, sua função e significação estão definidas como estudo e prática da Doutrina, divulgação e orientação dos interessados, serviço assistencial aos espíritos sofredores e às pessoas perturbadas, sempre segundo a Codificação de Allan Kardec. Sem Kardec não há Espiritismo, há apenas mediunismo  desorientado, formas do sincretismo religioso afro­brasileiro, confusões determinadas por teorias pessoais de pretensos mestres.

            Dirigentes, auxiliares e freqüentadores de um Centro Espírita bem organizado sabem que a obra de Kardec é um monumento científico, filosófico  e religioso de estrutura dinâmica, não estática, mas cujo desenvolvimento exige estudos e pesquisas do maior rigor metodológico, realizadas com humanidade, bom ­senso, respeito à Doutrina e condições culturais superiores. Opiniões pessoais, palpites de pessoas pretensiosas, livros mediúnicos ou não de conteúdo mistificador, cheios de absurdos ridículos – seja o autor quem for – não têm nenhum valor para um verdadeiro Centro Espírita. Cada Centro Espírita tem os seus protetores e guias espirituais que comprovam a sua autenticidade pelos serviços prestados, pelas manifestações oportunas e cautelosas , pela dedicação aos princípios kardequianos. A autoridade moral e cultural dos dirigentes e dos espíritos protetores e guias de médiuns e trabalhos decorrem da integração dos mesmos na orientação de Kardec. O Centro que se esquece disso cai fatalmente em situações negativas, adotando práticas anti­ espíritas e enveredando pelo caminho da traição a Kardec e ao Espírito da verdade. As conseqüências dessa falência são altamente prejudiciais a todo movimento espírita. Não se trata de nenhum problema sobrenatural, mas simplesmente de falta de vigilância – principalmente contra o orgulho e a vaidade, que levam muitas pessoas e querem parecer mais do que outras. Isso acontece também em todos os campos da atividade humana, nos quais encontramos cientistas pretensiosos e sistemáticos, negociantes fraudulentos, médicos apegados às suas idéias próprias. A pretensão humana não tem limites e cada indivíduo pretensioso está sempre assessorado por entidades mistificadoras. " (O centro espírita. Cap. 1 - Função e  significação. J. Herculano Pires )

            O conhecimento espírita liberta o homem de supertições e preconceitos, pois é eminentemente racional, e deixa-o livre para pensar e agir. Entretanto, esta liberdade pode ser utilizada plenamente, dependendo da hora e lugar.

            No centro espírita, por exemplo, alguns detalhes devem ser levados em consideração. Segundo aprendemos com os sábios Mentores Espirituais, para o centro espírita se deslocam os espíritos com acentuado desequilíbrio e outros com o propósito de aprender. 

            Outros são levados pelos protetores desencarnados para serem doutrinados e aí permanecem para prosseguir no tratamento de reequilíbrio espiritual ou no aprendizado. 

            Detendo-se ai, observam-nos o procedimento, a conversação, os pensamentos... 

            Dessa forma, o Centro Espírita deve se transformar num verdadeiro santuário, de respeito e oração. 

            Não se pode, pois, permitir em seu seio festas, músicas, de fundo não edificantes, peças teatrais, aplausos, conversação tumultuada e não construtiva, discussões violentas, homenagens humanas, "comes e bebes”, reuniões sem disciplina, rifas, leilões, comércios, brincadeiras, competições, ataques a outras religiões, enfim tudo aquilo que não se concebe num hospital, junto a um leito de dor ou num santuário de oração. 

            É necessário o mais digno procedimento no centro espírita, a fim de que Jesus não tenha que voltar para expulsar-nos dele, como procedeu para com os mercadores do templo.(Fonte: Revista Reformador - Janeiro - 1992 - N° - 1954.  Bezerra de Menezes. Psicografia de Chico Xavier )

            Segundo o Dr. Bezerra de Menezes, "As vibrações disseminadas pelos ambientes de um Centro Espírita, pelos cuidados dos seus tutelares invisíveis; os fluidos úteis necessários aos variados quão delicados trabalhos que ali se devem processar, desde a cura de enfermos até a conversão de entidades desencarnadas sofredoras e à fé mesmo a oratória inspirada pelos instrutores espirituais, são elementos essenciais, mesmo indispensáveis a certa série de exposições movidas pelos obreiros da imortalidade a serviço da Terceira Revelação. Essas vibrações, esses fluidos especializados, muito sutis e sensíveis, hão de conservar-se imaculados, portando, intactas, as virtudes que lhe são naturais e indispensáveis ao desenrolar dos trabalhos, porque, assim não sendo, se mesclarão de impurezas prejudiciais aos mesmos trabalhos, por anularem as suas profundas possibilidades. Daí porque a Espiritualidade esclarecida recomenda, aos adeptos da Grande Doutrina, o máximo respeito nas assembléias espíritas, onde jamais deverão penetrar a frivolidade e a inconseqüência, a maledicência e a intriga, o mercantilismo, o ruído e as atitudes menos graves, visto que estas são manifestações inferiores do caráter e da inconseqüência humana, cujo magnetismo, para tais assembléias e, portanto, para a agremiação que tais coisas permite, atrairá bandos de entidades hostis e malfeitoras do invisivel, que virão a influir nos trabalhos posteriores, a tal ponto que poderão adulterá-los ou impossibilitá-los, uma vez que tais ambientes se tornarão incompatíveis com a Espiritualidade iluminada e benfazeja.

            Um Centro Espírita onde as vibrações dos seus freqüentadores, encarnados ou desencarnados, irradiem de mentes respeitosas, de corações fervorosos, de aspirações elevadas; onde a palavra emitida jamais se desloque para futilidades e depreciações; onde, em vez do gargalhar divertido, se pratique a prece; em vez do estrépito de aclamações e louvores indébitos se emitam forças telepáticas à procura de inspirações felizes; e ainda onde, em vez de cerimônias ou passatempos mundanos, cogite o adepto da comunhão mental com os seus mortos amados ou os seus guias espirituais, um Centro assim, fiel observador dos dispositivos recomendados de início pelos organizadores da filosofia espírita, será detentos da confiança da Espiritualidade esclarecida, a qual o levará à dependência de organizações modelares do Espaço, realizando-se então, em seus recintos, sublimes empreendimentos, que honrarão os seus dirigentes dos dois planos da Vida. Somente esses, portanto, serão registrados no Além-Túmulo como casas beneficentes, ou templos do Amor e da Fraternidade, abalizados para as melindrosas experiências espíritas, porque os demais, ou seja aqueles que se desviam para normas ou práticas extravagantes ou inapropriadas, serão, no Espaço, considerados meros clubes onde se aglomeram aprendizes do Espiritismo em horas de lazer." (Dramas da Obsessão. Cap. 3. Bezerra de Menezes.  Ivonne A.Pereira)

            No livro " Conduta Espírita" o Espírito André Luiz confirma algumas das recomendações acima e faz outras , dizendo que a Conduta correta dos Espíritas seria:

            "Entrar pontualmente no templo espírita para tomar parte das reuniões, sem provocar alarido ou perturbações.

            O templo é local previamente escolhido para encontro com as Forças Superiores.

            Dedicar a melhor atenção aos doutrinadores, sem conversação, bocejo ou tosse bulhenta, para que seja mantido o justo respeito ao lar da oração.

            Os atos da criatura revelam-lhe os propósitos.

            Evitar aplausos e manifestações outras, as quais, apesar de interpretarem atitudes sinceras, por vezes geram desentendimentos e desequilíbrios     vários.

            O silêncio favorece a ordem.

            Com espontaneidade, privar-se dos primeiros lugares no auditório, reservando-os para visitantes e pessoas fisicamente menos capazes.

            O exemplo do bem começa nos gestos pequeninos.

            Coibir-se de evocar a presença de determinada entidade, no curso das sessões, aceitando, sem exigência, os ditames da Esfera Superior no que tange ao bem geral.

            A harmonia dos pensamentos condiciona a paz e o progresso de todos.

            Acostumar-se a não confundir preguiça ou timidez com humildade, abraçando os encargos que lhe couberem, com desassombro e valor.

            A disposição de servir, por si só, já simplifica os obstáculos.

            Desaprovar a conservação de retratos, quadros, legendas ou quaisquer objetos que possam ser tidos na conta de apetrechos para ritual, tão usados em diversos meios religiosos.

            Os aparatos exteriores têm cristalizado a fé em todas as civilizações terrenas.

            Oferecer a tribuna doutrinária apenas a pessoas conhecidas dos irmãos dirigentes da Casa, para não acumpliciar-se, inadvertidamente, com pregações de princípios estranhos aos postulados espíritas.

            Quem se ilumina, recebe a responsabilidade de preservar a luz.

            Nas reuniões doutrinárias, jamais angariar donativos por meio de coletas, peditórios ou vendas de tômbolas, à vista dos inconvenientes que apresentam, de vez que tais expedientes podem ser tomados à conta de pagamento por benefícios.

            A pureza da prática da Doutrina Espírita deve ser preservada a todo custo. "(Conduta Espírita. Cap. 11- No templo. Espírito André Luiz. Psicografado por Waldo Vieira )

            (...)Em Pedro Leopoldo, no Centro Espírita “Luiz Gonzaga”, ninguém jamais se animou a quebrar, com elogios e palmas, a harmonia das tarefas ali realizadas.

            E quando a invigilância de alguém suscita referências descabidas, o Diretor Espiritual, respeitável e digno, elevado e nobre, interrompe o precioso serviço do receituário, e, pelo próprio médium, transmite o recado, cortês mas incisivo:

            “Recomendamos a abstensão de referências pessoais. Somos, apenas, trabalhadores de boa vontade.”

            Porque aplaudir o conferencista?

            Em pagamento ao seu trabalho?

            Pelo brilho e acerto com que se houve, no desempenho da tarefa?

            Como assim, se é digno o trabalhador não somente pelo brilhantismo da palavra eloquente, mas, também — e especialmente — pela sinceridade com que se comporta?...

            Se foi realmente proveitoso o trabalho do companheiro, testemunhemos, em silêncio, nossa gratidão a Jesus, que o inspirou por intermédio de carinhosas e anônimas entidades.

            Se escreveu e leu uma bela página, recordemos que a inteligência lhe fora dada por Deus, e que a Deus, portanto, Eterna Fonte de toda a Sabedoria, devem dirigir-se os nossos e os agradecimentos do conferencista.

            (...)As Casas Espíritas são igrejas, templos, santuários onde nos reunimos em nome do Cristo e com o objetivo de difundir-Lhe o pensamento divino.

            Manifestações ruidosas assentam, perfeitamente, em solenidades públicas, onde, via de regra, se entronizam vaidades e se evidenciam personalidades profanas.

            Segundo a nossa maneira de ver, devemos colaborar com as instituições  neste sentido: neutralizar, delicada mas perseverantemente, esse hábito que irmãos de boa vontade vão infiltrando nos serviços doutrinários e evangélicos, ameaçando, sutilmente, a simplicidade cristã.

            Simplicidade que não pode nem deve ausentar-se de nossos plenários de estudos e meditação. (Estudando o Evangelho. Cap. 54. Martins Peralva )

            Na opinião de Chico Xavier, "O Centro espírita, quanto mais simples, quanto mais humilde, mais reduto do Evangelho.  Construções colossais sempre me pareceram destituídas de espírito...  A Sociedade Espírita de Paris era uma sala de acanhadas dimensões; ali imperava o espírito de fraternidade...

            (...) O Centro espírita deve ser tocado como uma escola, ou seja, devemos estar dentro dele para aprender... Não é só para mediunidade, para o passe ou para a desobsessão... Precisamos estudar as lições de Jesus, nas interpretações de Allan Kardec, e vivenciá-las, cuidando de nós mesmos, de nossa necessária renovação íntima... Espiritismo não é fé cega, não é fanatismo. Precisamos dialogar, trocar ideias... Nada de polêmicas em torno deste ou daquele texto. O que é essencial no Evangelho está mais do que claro!...

            (...) Para mim, Centro espírita tinha que abrir todo dia, o dia inteiro... Se é hospital, como dizemos, como é que pode estar de portas fechadas?!...O Centro precisava se organizar para melhor atender os necessitados.  O que impede que o Centro espírita seja mais produtivo é a centralização das tarefas; existe dirigente que não abre mão do comando da instituição... Ora, de fato, a instituição necessita de comando, mas de um comando que se preocupe em criar espaço para que os companheiros trabalhem, sem que ninguém esteja mais preocupado com cargos do que com encargos...

            (...) As reuniões nos Centros espíritas poderiam ser mais produtivas. Existe dirigente que abre e termina a sessão olhando o relógio...   Não posso dar palpite no Centro dos outros — Emmanuel me mandaria conservar a boca fechada —, mas a gente fica triste com os Centros espíritas que funcionam apenas meia hora durante a semana...(O Evangelho de Chico Xavier.  Itens 179, 209, 217 e 331. Chico Xavier / Carlos A. Baccelli)

            Segundo Allan Kardec, "Quando os homens forem bons, organizarão boas instituições, que serão duráveis, porque todos terão interesse em conservá-las. O progresso geral é a resultante de todos os progressos individuais." (Obras Póstumas.  2° parte. Cap.38. Credo Espírita. Allan Kardec )

 

Bibliografia:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap.20: Item 4 / Cap.28:Item 81. Allan Kardec.

- A Gênese. Cap. 14. Item 33. Allan Kardec.

- O que é o Espiritismo. Cap. 2. Item 74. Allan Kardec.

- O Livro dos Médiuns.  Cap. 3: Item  35 / Cap. 15: Item 173/ Cap.23: Item 245/ Cap. 25: Itens 269 e 281 . Cap. 28: Item 221. Questões 6 e 8/ Cap. 29:Item 341, 346, 347/ Cap. 30. Allan Kardec.

- Revista Espírita. Outubro de 1860. Banquete - Oferecido pelos espíritas lioneses ao Sr. Allan Kardec, a 19 de setembro de 1860.  Allan Kardec.

- Revista Espírita. Fevereiro de 1861. Escassez de Médiuns. Allan Kardec.

- Revista Espírita. Junho de 1862. Sociedade parisiense de estudos espíritas - Discurso do Sr. Allan Kardec - Na abertura do ano social, a 1º de Abril de 1862. Allan Kardec.

- Revista Espírita. Janeiro de 1864: Médiuns Curadores/ Dezembro de 1864: Da comunhão do pensamento.  Allan Kardec.

- Revista Espírita. Abril de 1865: Poder curativo do magnetismo espiritual / Junho de 1865: Relatório da caixa do Espiritismo / Novembro de 1865: O Patriarca José e o Vidente de Zimmerwald.  Allan Kardec.

- Revista Espírita.  Fevereiro de 1866. Curas de Obsessões. Allan Kardec.

- Obras Póstumas.  A minha primeira iniciação no Espiritismo/ Credo Espírita/ Projeto 1868. Allan Kardec.

- Viagem Espírita em 1862. Allan Kardec.

- Educandário de luz. O Centro espírita. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Estude e viva. Na escola da alma. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier.

- No portal da luz.  Estudo e observação. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier .

- O Consolador. Questões  103, 104, 109, 369, 392 . Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier.

- Chico Xavier - Mandato de amor. Vários autores. Fonte: Revista “O Espírita”, número 62, fevereiro/março de 1989.

- O Evangelho de Chico Xavier. Itens 179, 209, 217 , 283 , 284 e 331.  Chico Xavier / Carlos A. Baccelli .

- Desobsessão. Cap.9, 20, 28, 30, 32, 37, 38, 39 e 55. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira. 

- Missionários da Luz. Cap. 17. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- Os mensagerios. Cap. 29. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- Excursão de Paz. Evangelização para crianças.  Espírito Bezerra de Menezes. Psicografado por Chico Xavier.

- A Terra e o Semeador. Questões 101, 103 . Emmanuel/Chico Xavier.
- Conduta espírita. Espírito André Luiz.  Perante a criança/ Perante a instrução/ Perante o livro/ No templo. Psicografado por Waldo Vieira.
- Atendimento Fraterno.  Divaldo P. Franco. Projeto Manoel Philomeno de Miranda.

- Palavras de Luz. Diversos Espíritos. Divaldo Franco.

- Diretrizes de segurança. Questões 21, 23, 31, 56, 73, 75 e 97. Divaldo P. Franco / Raul Teixeira.

- Dramas da Obsessão. Cap. 3. Bezerra de Menezes.  Ivonne A.Pereira.

- Estudando a mediunidade. Cap. 8, 14 , 19, e  26. Martins Peralva.

- Estudando o Evangelho. Cap. 54. Martins Peralva .

- Evolução para o terceiro milênio. Carlos Toledo Rizzini.

- Diálogo com as sombras. Cap. 1, 4, 6 e 37. Hermínio C. Miranda.

- Doenças, Cura e Saúde à Luz  do Espiritismo. Cap. 13. Técnicas de cura espiritual. Geziel Andrade.

- Pelos Caminhos da Evangelização. Cap. 12. Técnica e Sentimento.  Cecília Rocha.

- Pedagogia Espírita. Educação no lar. J. Herculano Pires.

- O centro espírita. Cap. 1 - Função e  significação. J. Herculano Pires.

- Mediunidade - Vida e comunicação . Cap.11. Medicina Espírita. J. Herculano Pires.

- Revista Reformador - Janeiro de 1992 - N° - 1954.  Bezerra de Menezes. Psicografia de Chico Xavier.

- Revista Reformador - Outubro de 1982. Dr. Bezerra de Menezes . Mensagem Psicografada por  Júlio Cezar Grandi Ribeiro em 1982. FEB.

- Revista Reformador. Outubro de 1995, n. 1999. Vianna de Carvalho.

- Revista Reformador. Março de 2012. Cecília Rocha.

- Livreto: Educação cristã da infância. Programa de ensino para as escolas de Evangelho segundo a Doutrina Espírita. Carlos Lomba. FEB.

- Orientação ao Centro Espírita. Texto aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em sua reunião de novembro de 2006. FEB.

- Sites:  Fonte:https://rduirapuru.com.br/religiao/espirita-explica-cirurgia-espiritual-complementa-o-tratamento-medico/;  https://oconsolador.com/ano3/112/raulteixeiraresponde.html. Data da consulta: 04-11-20.

 

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