Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 114 - A casa edificada sobre a rocha

Ciclo 1 - História: As duas casas - Atividade:  PH - Jesus -74 - A casa edificada sobre a rocha

Ciclo 2 - História: A nossa vida é como uma casa... - Atividade: ESE - Cap. 18 - Item 4 - Nem todos que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no reino dos céus (continuação).

Ciclo 3 - História: Jesus Cristo e os Três Porquinhos - Atividade: PH - Jesus - 75 - As duas casas

Mocidade  - História:  Adeus grupo  -  Atividade:   2 - Dinâmica de grupo: Edificar a casa espírita sobre a rocha.

 

Dinâmicas: A crença boa e a crença ruimA casa boa; Conselhos de uma árvore.

Mensagens espíritas: Casa edificada sobre a rocha.

Sugestão de vídeos:

- História: Construída sobre uma rocha (Dica: pesquise no You tube)

- Música: Casa na areia e casa na rocha (Dica: pesquise no Youtube)

- Música: O sábio e o tolo (Dica: pesquise no Youtube)

 

Leitura da Bíblia: Mateus - Capítulo 7


7.24 Quem ouve esses meus ensinamentos e vive de acordo com eles é como um homem sábio que construiu a sua casa na rocha. 


7.25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa. Porém ela não caiu porque havia sido construída na rocha. 


7.26 Quem ouve esses meus ensinamentos e não vive de acordo com eles é como um homem sem juízo que construiu a sua casa na areia. 


7.27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa. Ela caiu e ficou totalmente destruída.


 

Tópicos a serem abordados:

- Nesta parábola, Jesus conta a história de dois homens, um prudente (sábio) e outro insensato (sem juízo). Ambos contruiram suas casas, porém, cada um deles edificou de uma forma. Um deles construiu os alicerces de sua casa sobre uma rocha, enquanto o outro construiu na areia. Jesus evidencia a diferença das duas construções, comparando-as com o tipo de crença de cada indíviduo. Existem aqueles que ouvem e praticam a Sua palavra e os que fazem o contrário.

- Jesus compara a crença com um edifício. Crença é a ação de acreditar naquilo que convencionamos adotar como verdade. Algumas são verdadeiras; outras não.  A boa crença é semelhante ao sólido edifício construído sobre a rocha; a má crença é como um edifício de má construção, levantado sobre a areia movediça. A boa crença nasce do estudo, do livre-exame, da observação; portanto,  é racional e científica. A má crença é passiva ; aceita os dogmas, rituais e mistérios, que lhe são sugeridos, sem análise, sem questionar.

- Um edifício bem construído nos protege das tempestades, isto é, livra-nos do mal, nos dá-nos sossego e paz.  Do mesmo modo, a verdadeira crença consola-nos nas provações, livra-nos das emboscadas dos maus Espíritos, dá-nos calma, coragem e fortaleza para vencermos as dificuldades. Já um edificio mal construído, pelo contrário, corre o risco de ser abalado pelas tempestades e desabar com correnteza da chuva. Da mesma forma, uma falsa crença pode nos desestruturar, deixando-nos fracos e desesperados diante de um sofrimento.

- Devemos, pois, analisar cuidadosamente o ideal que alimentamos. Ele deve ser puro, elevado, e, sobretudo ter como base fundamentos que não se alteram, pois as leis de Deus não se modificam. Nada de edificações sobre a areia, é na rocha que devemos nos apoiar . Precisamos adquirir uma crença inabalável a respeito da realidade.  A convicção se adquire pelo estudo e pela investigação;  cresce em nós à medida que a cultivamos.  Ou seja, a fé necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário sobretudo compreender. 

- A Doutrina Espírita nos oferece uma crença que se apóia na razão.  Prova o futuro por fatos evidentes; diz, em termos claros, que não nos deixa dúvidas, o que o Cristo disse por parábolas; explica as verdades desconhecidas ou falsamente interpretadas; revela a existência do mundo invisível, ou dos Espíritos, e inicia o homem nos mistérios da vida futura; prova a possibilidade dos Espíritos dos mortos se comunicaram com os vivos; explica-nos a causa de nossos sofrimentos neste mundo e o meio de abrandá-los;  enfim, vem estabelecer, entre os homens, o reino da caridade e da solidariedade anunciado pelo Cristo.
 - As palavras de Jesus são eternas, pois são a verdade. Através da observância dos Seus ensinos receberemos a fortaleza moral que necessitamos para  nos proteger das dificuldades da vida.  Com o espírito fortificado pelo conhecimento que possuímos das leis divinas, facilmente triunfaremos diante das sofrimentos terrenos e edificaremos nossas vidas em bases sólidas, que não poderão ser abaladas pelas ilusões da terra. Entretanto, não basta estudar ou ouvir os ensinos de Jesus, é preciso colocá-los em prática. 

- Além do estudo contínuo do Evangelho, podemos fortificar nosso espírito pela prece , pela leitura de bons livros,  pela frequência a centros de cultura espiritual e pela prática da caridade.  A prece fortifica, principalmente se feita como um ato diário, em horas determinadas; forma-se, então, em nosso ambiente uma pequenina corrente espiritual, da qual receberemos benéficos fluidos, que fortificam nosso corpo e nossa alma.  A leitura dos bons livros fortalece a alma, pois assimilando os altos pensamentos dos bons escritores, nosso espírito se revigora e se aparelha para resistir aos embates da vida. Visitando os doentes, levando-lhes nosso carinho e nossa palavra amiga de estímulo e de conforto, também adquirimos forças espirituais. Aliás, tudo isso são meios muito bons de fortificar nossa alma, ou seja, são formas  para edificar nossa casa sobre a rocha, para que a chuva, os rios e os ventos não a derrubem.

 

Perguntas para fixação:

1. Sobre qual local o homem prudente construiu sua casa?

2. Sobre qual local o homem insensato construiu sua casa?

3. Na parábola, Jesus compara as contruções com o quê?

4. Qual é o significado da palavra "crença"?

5. Quais são as características da boa crença?

6. Quais são as características da má crença?

7. Quais são as leis que não se modificam?

8. Qual é o nome da crença cristã que se apóia na razão?

9. Cite um dos ensinamentos da Doutrina Espírita.

10. O que precisamos fazer para adquirir fortaleza moral?

 

Subsídio para o Evangelizador:

            Tradição é ato de transmissão oral ou escrita de costumes, lendas ou fatos levados de geração a geração através dos tempos. Quanto mais antigos, mais notáveis e fora do comum eles se tomam. Uma vez atingida tal dimensão, transformam-se em crenças inquestionáveis. As criaturas assimilam conceitos simplesmente porque outras, que elas julgam importantes e entendidas, lhes disseram que são verdadeiros. As crenças de toda espécie começaram geralmente através das histórias e dos costumes criados por alguém. Com o passar dos séculos, entretanto, tomaram-se regras éticas. Crença é a ação de acreditar naquilo que convencionamos adotar como verdade. Evidentemente, algumas são verdadeiras; outras não. ( As dores da alma. Vícios. Espírito Hammed. Psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto)

            Nesta alegoria Jesus compara a crença com um edifício; a boa crença é semelhante ao sólido edifício construído sobre a rocha; a má crença é como um edifício de má construção, levantado sobre a areia movediça.

            Há, pois, duas crenças: a crença verdadeira e a falsa crença.

            A boa crença nasce do estudo, do livre-exame, da observação; é a crença ativa, racional, científica.

            A má crença é passiva, tradicional, hereditária; aceita os dogmas que lhe são sugeridos, sem consciência, sem análise, sem convicção.

            A crença verdadeira representa o edifício construído sobre a rocha; a falsa, a edificada sobre a areia movediça.

            A alegoria é magnífica.

            Quem quer construir um bom edifício, de duração e que possa, pela sua solidez, resistir às intempéries, procura um bom terreno, cava alicerces, bate e assenta sobre esses alicerces uma base de pedras para que os alicerces suportem o peso da casa. Só depois é que ergue as paredes e conclui o prédio.

            Outros há que não fazem questão de terreno, nem de alicerces. Constróem em qualquer lugar e até mesmo sem alicerces. Estas casas não oferecem garantia e se tornam perigosas aos moradores.

            Assim é a Religião: quem procura com boa vontade e livre de idéias preconcebidas a Verdade, e está disposto a abraçá-la, está edificando sobre a rocha; quem se submete a qualquer doutrina, sem consciência do que faz, edifica sem base e em terreno movediço.

            Mas, assim como não é bastante encontrar o terreno para ter a casa feita, também não basta encontrar a Verdade para tê-la em si. É preciso construir a crença, como se constrói uma casa.

            Logo que se acha o terreno, dele toma-se posse e se começa a construção: primeiro os alicerces, depois as paredes, depois o telhado, depois o acabamento interior e exterior.

            Assim também quando se encontra a Verdade, depois de tê-la procurado e de se estar certo pela investigação, exame, raciocínio, que é, de fato, a Verdade, urge tratar da construção da crença, a começar do alicerce e este há de ser forçosamente o mesmo posto por Jesus, a Revelação Divina, como disse ele aos seus discípulos: “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. (Mateus, XVI, 13- 19.) E assim, com o material vindo do Céu e com o trabalho e esforço que empregamos, vamos, pouco a pouco, construindo o edifício da crença que tanto mais sólido e mais belo será, quanto maior for a dedicação que tivermos para ver terminada essa obra grandiosa, que será o nosso eterno abrigo.

            Jesus comparou ambas as formas de crença, uma, a um edifício bem construído, e a outra, a uma casa mal edificada.

            Um edifício bem construído guarda-nos das intempéries e das tempestades, livra-nos dos malfeitores, dá-nos sossego e paz.

            Assim a verdadeira crença: consola-nos nas provações, livra-nos das emboscadas dos Espíritos maléficos, dá-nos calma, coragem e fortaleza para vencermos.

            Uma casa mal edificada corre o risco de ser abalada pelas tempestades e ruir ao influxo da correnteza; sujeita a ser assaltada, sempre nos causa sobressaltos.

            A crença cega é semelhante a uma casa assim construída ou adquirida; essa crença popular, tradicional, hereditária, sem Evangelho, sem Jesus Cristo, sem exame, sem raciocínio, no primeiro momento de adversidade, ameaça tais ruínas que põem em perigo seus próprios adeptos.

            A crença não é mercadoria que se adquire na praça, nem dádiva que se aceita para ser agradável. Ela começa pelo estudo e pela investigação; cresce em nós à medida que a cultivamos. A crença é que nos ilustra e nos faz aproximar de Deus. ( Parábolas e Ensinos de Jesus. Os dois fundamentos. Cairbar Schutel )

            A observância dos preceitos de Jesus nos dará a fortaleza moral com a qual nós nos protegeremos, quando tivermos de sofrer as provas e as expiações que merecermos. Com o espírito fortificado pelo conhecimento que possuímos das leis divinas, facilmente triunfaremos das vicissitudes terrenas e edificaremos nossas vidas em bases sólidas, que não poderão ser abaladas pelas ilusões da terra. Quem ouve a palavra de Jesus, é aquele que estuda o Evangelho; mas não basta estudar ou ouvir a palavra; é preciso observá-la, isto é, viver de conformidade com o que ouviu e aprendeu.

             A fortaleza moral que sustentará nosso espírito é a força que conquistamos para lutar contra nossas imperfeições e desenvolver em nossa alma a Virtude. Não só contra nossos defeitos devemos lutar, mas também devemos reagir contra o ambiente em que vivemos, porque, por vezes, nossos familiares mais queridos se convertem em instrumentos das trevas e combatem contra nossa espiritualização e conseqüente elevação para Deus. Saber sobrepormo-nos a nós mesmos e dominar com mansidão evangélica a inferioridade dos que nos circundam; impedir que eles anulem nossos esforços; e trabalhar, para que eles se elevem espiritualmente, constitui a fortaleza moral.

            Além do estudo contínuo do Evangelho, podemos fortificar nosso espírito pela prece, pela dedicação aos trabalhos espirituais e pela leitura dos bons livros. A prece fortifica, principalmente se feita como um ato diário, em horas determinadas; forma-se, então, em nosso recinto uma pequenina corrente espiritual, da qual receberemos benéficos fluidos, que fortificam nosso corpo e nossa alma. A dedicação aos trabalhos espirituais é outra fonte onde podemos haurir forças espirituais, que nos protegerão das tentações do mundo.

            Particularmente os médiuns, os trabalhadores do Evangelho, os próprios assistentes das sessões espíritas e dos estudos evangélicos, todos se beneficiarão das horas que passarem em contato com os planos superiores, através das lições de Jesus.

            A leitura dos bons livros é outro meio eficaz de fortalecer o espírito. Assimilando os altos pensamentos dos bons escritores, nosso espírito se revigora e se aparelha para resistir aos embates da vida.

            Onde não haja centros de explicações evangélicas, resta-nos o recurso da prece e das boas leituras. E ainda temos outros meios fáceis de adquirir forças espirituais: visitando os doentes, levando-lhes nosso carinho e nossa palavra amiga de estímulo e de conforto. Há os desvalidos que também reclamam nosso concurso fraterno. Tudo isso são meios muito bons de fortificar nossa alma.

            Recapitulando o que lemos acima, vemos que para edificar nossa casa sobre a rocha, para que a chuva, os rios e os ventos não a derrubem, poderemos usar dos seguintes recursos: estudo e prática do Evangelho; preces; freqüência a centros de cultura espiritual; dedicação aos trabalhos espirituais e mediúnicos; leitura de bons livros; visita aos doentes e amparo aos desvalidos.

            Um dos principais pontos onde poderemos fracassar é a não observância das lições do Evangelho, com conhecimento de causa. Uma vez que estudamos as leis divinas, temos obrigação de viver de acordo com elas. O evangelho não é um repositório de máximas para uso dos outros apenas, mas, principalmente, para nosso próprio uso. Os que pregam e ensinam e, todavia,  não vivem em harmonia com o que ensinam e pregam, estão construindo a casa sobre a areia. A fortaleza moral se consegue, sobretudo, pela prática diária dos preceitos divinos. Os médiuns que trabalham nos Centros Espíritas, pregando e doutrinando e contudo, em seus lares, em suas relações sociais, em seus costumes, não cogitam de aplicar os ensinamentos que pregam ou transmitem aos outros, são trabalhadores fracassados, que constróem sobre areia. Neste particular, recomenda-se a máxima vigilância sobre a família: uma vez que ditamos normas evangélicas para os outros, devemos zelar para que em nosso ambiente familiar estas mesmas normas sejam rigorosamente observadas.

            Outros que também fracassam são aqueles que não possuem a força moral suficiente para seguirem a orientação espiritual que pediram e que receberam, mas que não veio consoante seus desejos. Todos podemos solicitar do plano superior uma orientação para bem dirigir nossas vidas aqui na terra, especialmente no que se refere à parte espiritual. Entretanto uma vez recebida a resposta, é mister que passemos a pautar nosso procedimento segundo as instruções que nossos guias espirituais nos deram.

            Finalizando, podemos dizer que também constroem sobre a areia aqueles que não aceitam resignadamente as provas e as expiações que lhes couberam; e os que usam dos bens que o Senhor lhes confiou, unicamente para a satisfação de seu egoísmo. ( O Evangelho dos Humildes. Cap. 7.  Eliseu Rigonatti )

            Cumpre, pois, analisarmos cuidadosamente o ideal que alimentamos. Ele deve ser puro, elevado, e, sobretudo possuir o cunho inconfundível da realidade. Nada de edificações sobre a areia. É na rocha que devemos apoiar seus fundamentos. Precisamos adquirir convicção inabalável a respeito de sua realidade e de sua grandeza. A convicção vem da prova. À medida que formos consumando nosso ideal, nossa alegria de viver há-de aumentar de intensidade, suportando todas as lutas, todas as provações, todos os reveses. A alegria de viver será em nós indestrutível, segundo assevera o Mestre: "...e o vosso coração se encherá de gozo, e esse gozo ninguém vo-lo tirara”.

            O ideal donde emana essa fonte perene de gozo e de vida não é deste mundo. Seu reino não é daqui. Havemos de realizá-lo dentro, e não fora de nós. No mundo teremos tributação, porém, com o ideal, venceremos o mundo. Não devemos impressionar-nos com as maldades e a corrupção do século. O reino da justiça e do amor deve ser um fato em nosso interior, no recesso de nossos corações. Os escândalos, de que o mundo é pródigo, abatem as energias morais, predispondo ao pessimismo. Mas se considerarmos que o reino de Deus nada tem com o exterior, não seremos atingidos pelos escândalos, por maiores que eles sejam.

            Ainda que se multiplique a iniquidade, nossa fé não arrefecera. O ideal supremo, único, digno de nossas aspirações, nos fará perseverar até ao fim, sem temores nem desfalecimentos. Nossas almas permanecerão no estado de otimismo contínuo, correspondendo à tal fonte de água viva que do nosso interior fluirá para a eternidade, conforme Jesus disse à Samaritana. (Nas pegadas do Mestre. Alegria de viver. Vinicius )

            São eternas as palavras de Jesus, porque são a verdade. Constituem não só a salvaguarda da vida celeste, mas também o penhor da paz, da tranqüilidade e da estabilidade nas coisas da vida terrestre. Eis por que todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nessas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a rocha. Os homens as conservarão, porque se sentirão felizes nelas. As que, porém, forem uma violação daquelas palavras, serão como a casa edificada na areia, o vento das renovações e o rio do progresso as arrastarão. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 18. Item 9. Allan Kardec )

            Por que a verdade não foi sempre posta ao alcance de toda gente?

            “Importa que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: o homem precisa habituar-se a ela, pouco a pouco; do contrário, fica deslumbrado. “Jamais permitiu Deus que o homem recebesse comunicações tão completas e instrutivas como as que hoje lhe são dadas. Havia, como sabeis, na antigüidade alguns indivíduos possuidores do que eles próprios consideravam uma ciência sagrada e da qual faziam mistério para os que, aos seus olhos, eram tidos por profanos. Pelo que conheceis das leis que regem estes fenômenos, deveis compreender que esses indivíduos apenas recebiam algumas verdades esparsas, dentro de um conjunto equívoco e, na maioria dos casos, emblemático. Entretanto, para o estudioso, não há nenhum sistema antigo de filosofia, nenhuma tradição, nenhuma religião, que seja desprezível, pois em tudo há germens de grandes verdades que, se bem pareçam contraditórias entre si, dispersas que se acham em meio de acessórios sem fundamento, facilmente coordenáveis se vos apresentam, graças à explicação que o Espiritismo dá de uma imensidade de coisas que até agora se vos afiguraram sem razão alguma e cuja realidade está hoje irrecusavelmente demonstrada. Não desprezeis, portanto, os objetos de estudo que esses materiais oferecem. Ricos eles são de tais objetos e podem contribuir grandemente para vossa instrução.” (O Livro dos espíritos. Questão 628. Allan Kardec)

            Em todos os tempos, raios da verdade luziram sobre a Humanidade; cada religião teve sua parte, mas as paixões e os interesses materiais bem rápido velaram ou desnaturaram esses ensinamentos; o dogmatismo, a opressão religiosa, os abusos de toda espécie lançaram o homem na indiferença e no ceticismo. O materialismo espalhou-se por toda parte, enfraquecendo os caracteres, alterando as consciências.

            Depois, um dia, a voz dos espíritos, a voz dos mortos se fez ouvir: a verdade saiu de novo da sombra, mais bela, mais brilhante que nunca. A voz disse: Morra para renascer, renasça para crescer, para se elevar pela luta e pelo sofrimento! E a morte não é mais um tema de terror, pois atrás dela vemos a ressurreição. Assim nasceu o Espiritismo. Simultaneamente Ciência Experimental, Filosofia e Moral, ele nos traz uma concepção geral do mundo e da vida, baseada na razão, sobre o estudo dos fatos e das causas, concepção mais vasta, mais esclarecida, mais completa do que aquelas que a precederam.

            O Espiritismo esclarece o passado, ilumina as antigas doutrinas espiritualistas e religa sistemas aparentemente contraditórios. Abre caminhos novos para a Humanidade.

            Iniciando-a nos mistérios da vida futura e do mundo invisível, mostra-lhe sua verdadeira situação no Universo; faz-lhe conhecer sua dupla natureza, corporal e espiritual, e descortina, diante dela, horizontes infinitos.

            De todos os sistemas, ele é o único que fornece a prova objetiva da sobrevivência do ser e dá os meios de nos correspondermos com aqueles que nomeamos, impropriamente, os mortos. Por ele, podemos conversar com aqueles que amamos na Terra e que acreditávamos perdidos para sempre; podemos receber seus ensinamentos, seus conselhos. Esses meios de comunicação, ele nos ensina a desenvolvê-los pelo exercício.

            O Espiritismo revela-nos a lei moral, traça nossa linha de conduta e tende a aproximar os homens através da fraternidade, da solidariedade e a comunhão de vistas. Indica a todos um objetivo mais digno e mais elevado. Traz, com ele, um sentimento novo da prece, uma necessidade de amar, de trabalhar pelos outros, de enriquecer nossa inteligência e nosso coração.

            A doutrina dos espíritos, nascida no meio do último século, já se espalhou sobre toda a superfície do globo. Muitos preconceitos, interesses, erros retardam-lhe ainda a marcha, ela, porém, pode esperar: o futuro lhe pertence. Ela é forte, paciente, tolerante e respeita a vontade do homem; é progressiva e vive de Ciência e de liberdade. É desinteressada, não tendo outra ambição que não seja a de tornar os homens mais felizes, fazendo-os melhores. Traz a todos a calma, a confiança, a firmeza na prova.

            As religiões e as filosofias sucederam-se através das idades; jamais a Humanidade ouviu solicitações mais poderosas para o bem; jamais conhecera uma doutrina mais racional, mais consoladora, mais moralizadora. O tempo das aspirações incertas, das vagas esperanças passou. Não se trata mais de sonhos de um misticismo doentio, nem de mitos gerados pelas crenças supersticiosas; é a própria realidade que se revela, é a afirmação viril das almas que deixaram a Terra e comunicam-se conosco. Vitoriosas da morte, planam na luz, acima desse mundo, que seguem e guiam no meio de suas perpétuas transformações.

            Esclarecidos por elas, conscientes do nosso dever e dos nossos destinos, avançamos resolutamente no caminho traçado. A existência mudou de aspecto. Não é mais o círculo estreito, sombrio, isolado, que a maioria dos homens acreditou ver; para nós, esse círculo alarga-se ao ponto de abarcar o passado e o futuro, que religa ao presente, para formar uma unidade permanente, indissolúvel. Nada perece.

            A vida muda simplesmente de forma. O túmulo nos conduz ao berço, mas tanto de um como de outro partem vozes que proclamam a imortalidade.

            Perpetuidade da vida, solidariedade eterna das gerações, justiça, igualdade, ascensão e progresso para todos: tais são os princípios da nova fé e esses princípios apoiam-se sobre a rocha do método experimental. (Depois da morte. Conclusão.  León Denis)

            A fé é mãe dos nobres sentimentos e das grandes ações. O homem profundamente convencido permanece inabalável diante do perigo, como no meio das provas. Acima das seduções, das adulações, das ameaças, mais alto que as vozes da paixão, ouve uma voz que ecoa nas profundezas da sua consciência e cujos ruídos o sustentam na luta, advertem-no nas horas perigosas.

             Para produzir tais resultados, a fé deve repousar sobre o fundamento sólido que lhe oferecem o livre exame e a liberdade de pensar. Ao invés de dogmas e de mistérios, deve apenas reconhecer os princípios decorrentes da observação direta, do estudo das leis naturais. Tal é o caráter da fé espírita.

             A filosofia dos espíritos nos oferece uma crença que, por ser racional, é tanto mais robusta. O conhecimento do mundo invisível, a confiança numa lei superior de justiça e de progresso, tudo isso imprime à fé um duplo caráter de calma e de certeza.

            Compenetrados da ideia de que essa vida não é senão um instante no conjunto da nossa existência imortal, aceita­mos com paciência os males inevitáveis que ela engendra. A perspectiva dos tempos que se nos abrem, dar-nos-á o poder de dominar as misérias presentes e de nos colocar acima das flutuações da fortuna. Sentir-nos-emos mais livres, mais bem armados para a luta. Conhecendo a causa dos seus males, o espírita compreende a necessidade deles. Sabe que o sofrimento é legítimo e aceita-o sem murmurar. Para ele, a morte nada destrói, os laços afetivos persistem na vida de além-túmulo, e todos aqueles que aqui se amaram, reencontram-se, libertos das misérias terrestres, longe dessa dura morada; só há separação para os maus. Dessas convicções resultam consolações desconhecidas dos indiferentes e dos céticos. Se, de uma extremidade à outra do globo, todas as almas se comunicassem nessa fé poderosa, assistir-se-ia à maior transformação moral que a História jamais registrou. (Depois da morte. Cap. 44. Leon Denis).

            A fé necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário sobretudo compreender. A fé cega não é mais deste século. É precisamente o dogma da fé cega que hoje em dia produz o maior número de incrédulos. Porque ela quer impor- se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: a que sã constitui do raciocínio e do livre-arbítrio. É contra essa fé, sobretudo que se levanta o incrédulo, o que mostra a verdade de que a fé não se impõe. Não admitindo provas, ela deixa no espírito um vazio, de que nasce a dúvida. A fé raciocinada, que se apóia nos fatos e na lógica, não deixa nenhuma obscuridade: crê-se, porque se tem a certeza, e só se está certo quando se compreendeu. Eis porque ela não se dobra: porque só é inabalável a fé que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.

            É a esse resultado que o Espiritismo conduz, triunfando assim da incredulidade, todas as vezes em que não encontrar a oposição sistemática e interessada. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 19. Item 7. Allan Kardec).

            O espiritismo veio ao mundo para substituir as outras crenças?

            -O Consolador, como Jesus, terá de afirmar igualmente: - “Eu não vim destruir a Lei”. O Espiritismo não pode guardar a pretensão de exterminar as outras crenças, parcelas da verdade que a sua doutrina representa, mas, sim, trabalhar para transformá-las, elevando-lhes as concepções antigas para o clarão da verdade imoralista. A missão do Consolador tem que se verificar junto das almas e não ao lado das glórias efêmeras dos triunfos materiais. Esclarecendo o erro religioso, onde quer que se encontre, e revelando a verdadeira luz, pelos atos e pelos ensinamentos, o espiritista sincero, enriquecendo os valores da fé, representa o operário da regeneração do Templo do Senhor, onde os homens se agrupam em vários departamentos, ante altares diversos, mas onde existe um só Mestre, que é Jesus-Cristo. (O Consolador. Questão 353. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

            No plano superior de evolução, cada símbolo, cada forma religiosa deve ceder o lugar a concepções mais altas e mais puras. O Cristianismo não pode desaparecer, porque os seus princípios contêm o germe de renascimentos infinitos; deve, porém, despir as diferentes formas revestidas no curso das idades, regenerar-se nas fontes da nova revelação, apoiar-se na ciência dos fatos e voltar a ser um manancial de fé viva.

            Nenhuma concepção religiosa, nenhuma forma cultural é imutável. Dia virá em que os dogmas e cultos atuais irão reunir-se aos destroços dos antigos cultos; o ideal religioso, porém, não há de perecer; os preceitos do Evangelho dominarão sempre as consciências, como a grande figura do Crucificado dominará o fluxo dos séculos.

            As crenças, as diferentes religiões, tomadas em sua ordem sucessiva, poderiam, numa certa medida, ser consideradas os degraus que o pensamento galga em ascensão para concepções cada vez mais vastas da vida futura e do ideal divino. Sob este prisma, têm sua razão de ser; mas chega sempre um tempo em que as mais perfeitas se tornam insuficientes, um momento em que o espírito humano, em suas aspirações e impulsos, eleva-se acima do círculo das crenças usuais, para buscar mais completa forma do conhecimento.

            Então ele percebe o encadeamento que prende todas essas religiões. Compreende que todas se ligam por uma base de princípios comuns, que são as imperecíveis verdades, ao passo que todo o resto – formas, ritos e símbolos, são coisas transitórias, passageiros  acidentes da história humana.

            Sua atenção, desviando-se dessas formas, dessas expressões religiosas, volta-se para o futuro. Aí vê elevar-se acima de todos os templos, de todas as religiões exclusivistas, uma religião mais vasta que a todos abrangerá, que já não terá ritos nem dogmas, nem barreiras, mas dará testemunho dos fatos e das verdades universais – uma Igreja que, por sobre todas as seitas e todas as igrejas, estenderá as vigorosas mãos para proteger e abençoar. Vê erigir-se um templo em que toda a Humanidade, recolhida e prosternada, unirá os pensamentos e as crenças numa idêntica comunhão de fé, que se resumirá nestas palavras: Pai nosso que estais nos céus!

            Tal será a religião do futuro, a religião universal. Não será uma instituição fechada, uma ortodoxia regida por estreitas normas, senão uma fusão dos corações e dos espíritos. (Cristianismo e Espiritismo. Cap. 11. León Denis)

            Sendo assim, faça a seguinte reflexão: Examine cada qual a sua crença e observe se a “casa” é de sólida construção e está erguida sobre fundamento inamovível. (Parábolas e Ensinos de Jesus. Os dois fundamentos. Cairbar Schutel)

 

Bibliografia:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap.18- Item 9/ Cap. 19- Item 7. Allan Kardec.

- O Livro dos espíritos. Questão 628. Allan Kardec.

- Parábolas e Ensinos de Jesus. Os dois fundamentos. Cairbar Schutel.

- As dores da alma. Vícios. Espírito Hammed. Psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto.

- O Evangelho dos Humildes. Cap. 7.  Eliseu Rigonatti.

- Nas pegadas do Mestre. Alegria de viver. Vinicius.

- Depois da morte. Cap.44 e Conclusão.  León Denis.

- O Consolador. Questão 353. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Cristianismo e Espiritismo. Cap. 11. León Denis.

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